Alexandre Buchaul — Ciro x Haddad

 

 

Com o avanço de Haddad, agora oficialmente candidato e identificado como o substituto de Lula, Ciro perde a segunda posição nas pesquisas. Isso levará ao necessário embate pela vaga que sobra num eventual segundo turno. Os votos de Bolsonaro parecem consolidados em grande medida e nesse quadro atacar o capitão, ainda mais após o atentado, não parece a coisa mais inteligente a ser feita. Alckmin é prova disso, crendo ser capaz de roubar votos do líder nas pesquisas, acabou por se colocar, virtualmente, fora do segundo turno.

O caso Alckmin merece ainda uma análise a parte. Experiente, largamente conhecido do eleitorado, “dono” do maior colégio eleitoral do país (São Paulo – vale observar o resultado das eleições de 2014), com a mais ampla coligação, maior tempo de TV e amargando um desempenho ridículo. Essa eleição tem muito a ensinar e quem não aprender vai ter sérios problemas para se manter em campo de forma competitiva no jogo político.

Nesse cenário, o mais provável é que Ciro e Haddad se engalfinhem na disputa pelo direito de ir ao segundo turno e enfrentar Bolsonaro — sem contar os demais postulantes ainda viáveis a isso,  Marina e Alckmin. O tipo de armas a serem usadas podem inviabilizar uma aliança de segundo turno e ainda permitir, nessa guerra, que Bolsonaro amplie sua margem.

Por falar em aliança, é sempre bom “combinar com os russos”. Sem nenhuma alusão a Trump, por favor. Refiro-me à lenda que trata do diálogo entre Garrincha e Feola na copa de 58. Políticos que sempre se agrediram e tiveram perante seus militantes e eleitores uma incompatibilidade como de azeite e água não podem, simplesmente, se aliar num segundo turno e achar que o eleitor compreenderia e, principalmente, toleraria essa migração. Lembrem-se do centrão do Alckmin! Isso vai acabar se tornando um bordão.

 

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