Balança mas não cai na Pelinca (I)
Foi um susto. Na manhã de domingo, o estrondo provocado pelo esmagamento de uma coluna de sustentação do edifício Vollare causou pânico. O prédio foi evacuado e interditado, deixando 28 famílias desalojadas. O fato foi noticiado em primeira mão (aqui) pelo blog “Ponto de Vista”, do diretor da Folha Christiano Abreu Barbosa. Mas poderia ter sido muito pior se uma empresa, contratada pelo condomínio, já não estivesse trabalhando no reforço da coluna que há anos começou a apresentar problemas na face esquerda do prédio.
Balança mas não cai na Pelinca (II)
O Vollare é um edifício residencial de classe média alta na Pelina, com 14 andares. No segundo, na garagem, a coluna de sustentação vinha há 15 dias sendo reforçada com vigas de escoramento. No momento em que o pilar do prédio cedeu, 10 dessas vigas teriam se partido. Se elas e as que resistiram não estivessem ali, difícil mesmo para um engenheiro saber qual seria o resultado. Quem tem 30 anos ou mais se lembra do desmoronamento do edifício Palace II, na Barra da Tijuca, Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro, que causou oito mortes.
Balança mas não cai na Pelinca (III)
Ontem, a Defesa Civil de Campos visitou o prédio na Pelinca e garantiu que ele não oferece risco às construções vizinhas, nem a quem passa abaixo. Os moradores, no entanto, só serão autorizados a voltar após o reparo da coluna ser concluído. Até lá, terão que improvisar onde morar. Entregue há apenas 11 anos, o edifício foi obra da DAC Construções e Pavimentações. Após os problemas na estrutura surgirem, o condomínio tentou fazer a empresa assumir os reparos. Sem sucesso, os moradores acionaram a construtora na Justiça e bancaram o reparo.
Aumento
O presidente Michel Temer (MDB) sancionou, no início da noite de ontem, o reajuste salarial para os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que passarão a receber R$ 39 mil mensais ante os R$ 33 mil atuais — um aumento de 16,38%. Como os salários do STF são a referência para o teto do funcionalismo público, a decisão pode custar R$ 4,1 bilhões. O reajuste provocou uma forte reação contrária de vários setores. Uma petição, capitaneada pelo partido Novo, já tem mais de 2, 7 milhões de assinaturas. Em vão.
Dominó
Aprovados no início do mês pelo Senado, os dois projetos de lei sancionados por Temer alteram o subsídio dos 11 integrantes do STF e da atual chefe do Ministério Público Federal, Raquel Dodge. A medida provoca um efeito cascata sobre os funcionários do Judiciário, abrindo caminho também para um possível aumento dos vencimentos dos parlamentares e do presidente da República.
Acordo
Temer sancionou o reajuste mediante acordo feito com o Supremo para que o ministro da Corte Luiz Fux revogasse as liminares que garantiam o auxílio-moradia a juízes e procuradores de todo o país para não impactar as contas públicas. O benefício é de R$ 4,3 mil. Se tivesse mantido o benefício moradia, os vencimentos passariam de R$ 33 mil para R$ 37,3 mil. Abaixo do salário reajustado e sem efeito cascata. O aumento para os ministros do STF foi aprovado pelo Senado e sancionado pelo presidente Michel Temer pouco antes da decisão de Fux.
Governadores
O governador Luiz Fernando Pezão (MDB) e o governador eleito do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), realizam hoje, no Palácio Guanabara, a primeira reunião temática de transição, para discussão de assuntos específicos de cada área de governo. Também participam do encontro secretários estaduais e representantes do governo eleito. Os secretários da atual gestão elaboraram relatórios com informações sobre os principais programas de cada pasta, seguindo orientação publicada em decreto do governador Pezão, publicado no Diário Oficial.
Com Suzy Monteiro
Publicado hoje (27) na Folha da Manhã