Resposta de Bruno Dauaire
“A ação do Psol é ridícula, descabida e não passa de choro de derrotado. Paulo Henrique (Barreto Barbosa) trabalha comigo. A ligação é essa. O vídeo que mostra ele (em suposta compra de voto) não prova absolutamente nada, mesmo porque não tem nada. É para criar factoide”. Falando ontem à coluna, foi isso que o deputado estadual reeleito Bruno Dauaire (PRB) disse da Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) contra ele e o deputado federal eleito Wladimir Garotinho, também do PRB. Pela acusação de compra de voto, o diretório estadual do Psol pediu a cassação do mandato dos dois no Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
Histórico de um acusado
A denúncia do Psol ao TRE foi acompanhada por fotos e vídeo. Nele, Paulo Henrique Barreto Barbosa, o PH, aparece em suposta compra de voto para Wladimir e Bruno, no bairro da Penha. Em seu blog, hospedado no Folha1, o jornalista da Folha Esdras Pereira evidenciou com documentos o histórico de PH. Em 2013, foi nomeado pela então prefeita Rosinha Garotinho (hoje, Patri) como DAS na Prefeitura de Campos. Em 2017, foi nomeado assessor parlamentar de Bruno na Assembleia Legislativa — cargo que mantém, como confirmou o deputado. No mesmo ano, PH foi condenado a oito anos de inelegibilidade pela Justiça Eleitoral de Campos.
Transitado em julgado
A condenação de PH foi por conta da operação Chequinho. Ele foi um dos candidatos a vereador rosáceos beneficiados pelo “escandaloso esquema” da distribuição de cheque cidadão em troca de voto, comandado pelo ex-governador Anthony Garotinho (PRP), nas eleições municipais de 2016. Assim mesmo, PH não se elegeu. Não conquistou o mandato de vereador e, até agora, não perdeu o cargo na assessoria parlamentar de Bruno. Mesmo que a condenação do assessor tenha transitado em julgado desde o dia último dia 11 de dezembro, segundo consta no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
2018/2020
Wladimir e Bruno são duas jovens e promissoras lideranças políticas da região. A partir da vitória de 2018, os dois se cacifaram como candidatos a prefeito de suas respectivas cidades em 2020: o filho de Garotinho, em Campos; o filho do ex-prefeito de São João da Barra Betinho Dauaire, naquele município. Para manterem suas chances nos próximos dois anos, não podem se confirmar as graves acusações do Psol. Para isso, a defesa pública merecia mais consistência do que a apresentada por Wladimir. Ele atribuiu a denúncia ao fato do partido de “extrema esquerda” ser aliado nacional do PT, partido do vereador Marcão até abril de 2016.
Histórico das defesas
Em resposta à defesa de Wladimir, Marcão disse que adversário “repete a prática do pai”. De fato, Garotinho foi condenado à inelegibilidade em 2005, por abuso de poder econômico nas eleições municipais de 2004, pela então juíza eleitoral de Campos Denise Appolinária. E se defendeu dizendo que a magistrada era ligada ao PT. A prova? Appolinária tinha participado de um ato público na Faculdade de Direito de Campos (FDC), ao lado do médico Erik Schunk, então filiado ao PT. Sobre as acusações de 2018, tão ou mais graves que as do seu pai em 2004, Wladimir se limitou ao público: “vou provar nos autos que tais acusações não existem”.
Clássico
Por culpa de pouco mais de duas dúzias de torcedores que estiveram em Nova Iguaçu, o clássico de ontem, entre Goytacaz e Americano, não registrou o público esperado no Aryzão, especialmente pelos dirigentes alvianis. Pouco mais de 2.300 torcedores passaram pelas bilheterias do estádio. O noticiário dando conta da incerteza da abertura ou não dos portões para a torcida influenciou na queda de público e renda.
Renda
Além do resultado no campo, a renda foi pior para o clube da Rua do Gás, que esperava pelo menos em torno de R$ 100 mil com o clássico, com o objetivo de aliviar suas finanças. A arrecadação de ontem foi de pouco mais de além de R$ 52.000,00. Justamente num momento em que o Goytacaz enfrenta sérias dificuldades para manter o futebol, já que a verba da TV Globo ainda não saiu.
Com Paulo Renato Porto
Publicado hoje(28) na Folha da Manhã