Foto publicada no Instagram de Gil Vianna, com Rodrigo Bacellar e João Peixoto, e a sugestiva legenda: “Vem aí…” (Reprodução)
Espremida pela polarização entre prefeito Rafael Diniz (PPS) e o deputado federal Wladimir Garotinho (PSD), a chamada terceira via de Campos procura mostrar força na disputa pelo comando do município, em 2020. Na terça (02), os deputados estaduais Gil Vianna (PSL), João Peixoto (DC) e Rodrigo Bacellar (SD) se reuniram para foto durante sessão da Alerj. Como tubo de ensaio, ela foi publicada nas redes sociais dos três parlamentares. Mas o bloco, que envolveria também Caio Vianna (PDT), pode se desmontar antes de começar: João conversa para dar seu apoio ao governo Rafael.
João disse ao blog que foi chamado pelos colegas deputados para a foto, que seria usada como evidência do “fortalecimento da região na Alerj”. Em sua página no Facebook, ele postou a imagem (aqui) com a legenda: “Unidos por um Estado cada vez mais forte. É só o começo”. Só após a foto, segundo Peixoto, Rodrigo teria dito que ele estaria montando um bloco com Gil e Caio Vianna, visando a eleição de 2020. Mas o experiente parlamentar teria respondido já estar conversando com o prefeito.
Após ter publicado a foto (aqui) com a legenda “Olá, amigos! Vem aí…”, Gil confirmou a tentativa de aliança com João e Rodrigo para 2020. Mas negou que o filho do ex-prefeito Arnaldo Vianna (MDB) faça parte do bloco. Candidato a vice-prefeito de Caio na eleição de 2016, o líder do PSL na Alerj revelou que, desde então, não conversa pessoalmente com seu ex-cabeça de chapa. “Nos últimos dois anos e meio, só nos falamos duas vezes por telefone”, explicou Gil. Após se ausentar de Campos nesse período, Caio teria voltado a residir na cidade há cerca de um mês.
Dos três retratados, o único deputado estadual de Campos que não quis falar sobre o assunto foi Rodrigo Bacellar. Ele republicou (aqui) a postagem da foto feita por Gil. E adicinou a legenda: “Com união e sem vaidades. Juntos por Campos!”. Criticado por Wladimir Garotinho em entrevista publicada (aqui) pela Folha no último domingo (31), o filho do ex-vereador Marcos Bacellar (PDT) já tinha antes optado (aqui) por “manter o silêncio”.
Charge do José Renato publicada hoje (04) na Folha
Fred na Folha FM
Conhecido por seu temperamento afável e tom de voz sereno, Fred Machado (PPS) manteve essas características ao ser entrevistado na manhã de ontem (aqui) no Folha no Ar, programa da Folha FM 98,3. Porém, ele usou palavras firmes para reagir às projeções do deputado federal Wladimir Garotinho (PSD) na política de São João da Barra. Assim como em seu aviso, na condição de presidente da Câmara Municipal, aos vereadores da base governista que estejam planejando “costear o alambrado” — expressão imortalizada pelo ex-governador Leonel Brizola (1922/2004) — na eleição a prefeito de Campos em 2020.
Resposta a Wladimir
Em entrevista publicada domingo na Folha, Wladimir disse (aqui) que, se Carla Machado (PP) for condenada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na Machadada, o deputado estadual Bruno Dauaire (PRP) seria um “caminho natural e bom” para SJB. Irmão da prefeita sanjoanense, Fred ontem retrucou: “Em relação a Wladimir, já que ele aventou a possibilidade de Carla ser pega na Machadada, ele tem que começar a pensar também nos processos que está respondendo (…) de compra de voto, de infidelidade partidária ao PRP (…) ele não pode nem falar que pode vir candidato, porque ele está com pendências judiciais que pode perder o mandato”.
De olho no alambrado
Fred também voltou ao concordar com a análise do ex-deputado Paulo Feijó, de que uma das causas de Marcão Gomes (PR) não conseguir se eleger à Câmara Federal, em outubro, foi o apoio dado por vereadores governistas a outros candidatos. E que isso teria que ser sanado na base, em busca da reeleição de Rafael Diniz (PPS) ao governo de Campos em 2020. Falando firme, sem falar grosso, o presidente da Câmara Municipal advertiu: “Estou de olho neles (…) pode estar certo que estão mapeados para o prefeito aqueles que vão costear o alambrado”. Alguns vereadores da situação, mas nem tanto, ficaram de orelha em pé.
Foto publicada no Instagram de Gil Vianna, com Rodrigo Bacellar e João Peixoto, e a sugestiva legenda: “Vem aí…” (Reprodução)
O que vem aí?
Na terça (02), o deputado estadual Gil Vianna (PSL) publicou no Instagram uma foto dele, feita durante sessão da Assembleia Legislativa do Estado do Rio, junto aos colegas de Campos Rodrigo Bacellar (SD) e João Peixoto (DC). O que mais chamou a atenção, sobretudo em ano de véspera do pleito municipal, foi a sugestiva legenda escolhida: “Vem aí”. Em entrevistas dadas à Folha após garantirem suas eleições à Alerj, Gil (aqui) e Rodrigo (aqui) admitiram que são pré-candidatos a prefeito de Campos em 2020. Embora tenha encontrado dificuldade inesperada, a coluna já apurou tudo. Vem aí: hoje no blog Opiniões e na edição da Folha desta sexta (05).
Ceasa
No encontro com secretários de Agricultura, ontem, na Uenf, o secretário estadual da pasta, Eduardo Lopes, afirmou que, se o município não fizesse as obras para a reativação do Ceasa, poderia fazer uma concessão para que o Estado fizesse e ele assumiria o compromisso da reativação. O secretário Nildo Cardoso agradeceu, mas disse que não precisava. O antigo Ceasa já está sendo reestruturado e será reaberto pela Prefeitura ainda este ano, sob a batu-ta de Nildo, e com o nome de Polo Agroalimentar.
Só agora?
Fechado em 1989, o antigo Ceasa permaneceu desativado pelos sete governos municipais e estaduais seguintes, sem contar com os inúmeros parlamentares representantes do Rio que passaram por Brasília durante estes 30 anos. Entre eles, o próprio secretário, que era senador até o ano passado. Além disso, há o problema econômico: “Se eles não têm dinheiro para colocar a patrulha mecanizada para atender às estradas da região, se não têm dinheiro para consertar mais de 100 máquinas paradas em Italva, como vai investir na reativação do Ceasa e que já estamos fazendo? Não tem lógica”, afirma Nildo.
Fundecam
Líder do governo na Câmara, o vereador Paulo César Genásio (PSC) propôs moção de aplausos ao secretário de Educação, Brand Arenari, por avanços na área, como criação de duas escolas em período integral. Apenas Eduardo Crespo (PR), que foi secretário de Agricultura e presidente do Fundo de Desenvolvimento de Campos (Fundecam) na gestão Rosinha Garotinho (Patri), se absteve e disse que não vê perspectiva de melhora. No final da sessão, Genásio citou a CPI do Fundecam e cutucou: “Gostaria de pedir aos entendidos em Educação, Saúde, Agricultura que falassem de sua habilidade no Fundecam”.
Fred Machado entre Aluysio Abreu Barbosa e Arnaldo Neto, diante do âncora Marco Antônio Rodrigues (Foto: Isaias Fernandes – Folha da Manhã)
Conhecido por seu temperamento afável e tom de voz sereno, o presidente da Câmara Municipal de Campos, Fred Machado (PPS), os manteve na manhã desta quarta (03), ao ser entrevistado ao vivo no Folha no Ar, pela Folha FM 98,3 Mgz. Porém, o parlamentar usou palavras firmes para reagir às projeções (aqui) do deputado federal Wladimir Garotinho (PSD) na política de São João da Barra. Assim como em seu aviso aos vereadores da base governista que, na eleição a prefeito de Campos em 2020, estejam planejando “costear o alambrado” — expressão imortalizada pelo ex-governador Leonel Brizola (1922/2004).
Dom Roberto Ferrería Paz (Foto: Antonio Leudo – Folha da Manhã)
Nesta quinta (04), sempre das 7h às 8h30, o convidado do Folha no Ar será o bispo católico de Campos Dom Roberto Ferrería Paz. Como prévia, ele deu uma brilhante entrevista, publicada na Folha em 9 de julho de 2017. Nela, falou sobre fé, mas também política local, identidade de gênero, aborto e maconha. Quem ainda não leu ou deseja reler, pode fazê-lo aqui.
A Plena TV (canal 03 da VerTV) reapresentou às 17h o Folha no Ar da manhã de hoje. Abaixo, seguem os cinco vídeos com a íntegra da entrevista. Recomenda-se especial atenção ao bloco 4, quando Fred Machado falou firme, sem precisar falar grosso, para deixar tanto a oposição municipal, quanto integrantes da situação, de orelha em pé. A transcrição e análise mais detida das palavras do presidente da Câmara estarão na edição desta quinta da Folha da Manhã.
Pedro Emílio entre os jornalistas Aluysio Abreu Barbosa e Arnaldo Neto, diante do âncora Marco Antônio Rodrigues (Foto: Isaias Fernandes – Folha da Manhã)
Sempre ao vivo na Folha FM 98,3 Mgh, das 7h às 8h30 de segunda a sexta, hoje o programa Folha no Ar hoje entrevistou o delegado titular da 146ª DP, Pedro Emílio Braga. Além do trabalho policial de destaque na solução (aqui) do sequestro do empresário Cristiano Tinoco, ainda pela 134ª DP, e na queda do número de homicídios em Guarus, após assumir a delegacia do subdistrito, Pedro Emílio demonstrou embasamento e articulação verbal ao falar sobre Segurança Pública de Campos, Estado do Rio, Brasil e mundo.
Presidente da Câmara de Campos, Fred Machado será o entrevistado na manhã desta quarta, no Folha do Ar (Foto: Antonio Leudo – Folha da Manhã)
A partir das 7h desta quarta (03), o entrevistado do Folha no Ar será o presidente da Câmara Municipal de Campos, vereador Fred Machado (PPS). Até lá, quem hoje não ouviu a entrevista matinal do delegado Pedro Emílio na Folha FM, nem assistiu sua reapresentação às 17h da Plena TV (canal 03 da VerTV), pode conferi-la na íntegra nos cinco vídeos abaixo:
Sérgio Cunha, Frederico Paes, Tereza Crfistina, Wladimir Garotinho e Tito Inojosa hoje em Brasília (Foto: Divulgação)
A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina (DEM/MS), assegurou apoio ao estudo de mudança da classificação climática do Norte e Noroeste Fluminense para semiárido, o que facilitaria linhas de crédito aos os produtores rurais dos 22 municípios das duas regiões. O apoio foi fruto do encontro hoje (02) à tarde, em Brasília, da ministra com os presidentes Coagro, Frederico Paes; e da Associação Fluminense dos Plantadores de Cana (Asflucan), Tito Inojosa; ao lado do deputado federal Wladimir Garotinho (PSD) e do jornalista Sérgio Cunha, diretor de Comunicação da Fatore e organizador do RioAgro Coop. A ministra foi convidada para o evento, dia 17 de maio em Campos, na sede da Coagro em Sapucaia, que marcará a abertura da safra 2019/2020 de cana, com a presença do governador Wilson Witzel (PSC). O encontro de hoje para o convite da ministra, assim como a confirmação de Witzel no evento foram antecipados (aqui) na coluna Ponto Final do último domingo (31).
A ministra Tereza Cristina informou que avaliará o Projeto de Lei 1440/2019 apresentado pelo deputado federal Wladimir Garotinho, que trata da mudança da classificação do clima para semi-árido. O projeto do político de Campos no Congresso também foi divulgado (aqui) pelo Ponto Final, na edição do último sábado (30) da Folha da Manhã. A ministra sugeriu a realização de estudo envolvendo as instituições de pesquisa, universidades, que servirá de embasamento para o ministério da Agricultura tomar providências sobre a mudança:
— A atividade da cana representa geração de empregos. Cada usina gera três mil empregos — disse a ministra Tereza Cristina, que vai determinar avaliações para formulação de linhas de créditos específicas para o setor da cana.
Frederico Paes e Tito Inojosa entregaram à ministra da Agricultura estudo da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), que caracteriza a alteração do clima regional. “A mudança da classificação abriria um novo horizonte para o produtor, que teria acesso a linhas de crédito mais baratas para irrigação e plantio”, ressalta Frederico. “Essa seria uma conquista para o produtor, que convive com regime insuficiente de chuvas”, pontua Tito. “O RioAgro Coop vai ser vitrine para a força do agronegócio fluminense ser exposta”, destacou Sérgio Cunha, do Fatore.
Por sua vez, Wladimir enfatizou que está buscando os setores produtivos para que estes possam apresentar “suas demandas, propostas e assim gerar caminhos para gerar empregos e renda para o Estado do Rio”. Ele observou que a mudança para semiárido vai garantir acesso a financiamentos de 1% para irrigação e plantio para todas as atividades do agronegócio, como leite e agricultura familiar. “Só o setor da cana pode sair de 1 milhão de toneladas para 5 milhões de toneladas processadas”, projetou o parlamentar.
A ministra Tereza Cristina disse que eventos como o RioAgro Coop ajudam “o agronegócio a se desenvolver e que merecem todo o apoio”. Ela afirmou que verificará a possibilidade do comparecimento e garantiu a participação de equipes do ministério no evento.
A ministra da Agricultura destacou que o modelo de cooperativismo é o caminho para assegurar investimentos em irrigação. Ela citou projeto no Nordeste brasileiro, que assegurou investimentos para irrigar em modelo de cooperativas.
O RioAgro Coop é um evento realizado pelo Sistema OCB-RJ, unidade estadual da Organização das Cooperativas do Brasil, em conjunto com a Cooperativa Agroindustrial do Estado do Rio de Janeiro (Coagro), com organização do Fatore. Contará com palestras e debates organizados no módulo “CooperAção” e com exposição de serviços e produtos no módulo “ExpoCoop”, abordando temas cooperativismo, agricultura familiar, bacia leiteira e agrotech.
Aristides Soffiati e Pedro Emílio Braga, respectivamente entrevistados de ontem e hoje do Folha no Ar, nas manhãs de segunda à sexta da Folha FM 98,3 (Montagem: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)
Como anunciado aqui, na segunda (01) o historiador Aristides Soffiati foi o convidado do Folha no Ar. O programa vai ao ar ao vivo de segunda à sexta, na Folha FM 98,3Mgh, sempre das 7h às 8h30. Soffiati analisou a mudança do clima da região para o semiárido — classificação que o deputado federal Wladimir Garotinho (PSD) pleiteia (aqui) em projeto de lei no Congresso Nacional, visando facilitar acesso a linhas de crédito aos produtores rurais do Norte e Noroeste Fluminense — e sobre o aniversário de 55 anos do golpe civil-militar de 1964, que inaugurou nossa última ditadura militar.
Gravado em vídeo, o programa matinal de rádio com Soffiati foi reprisado na TV: às 17h de ontem, na Plena TV (canal 03 da VerTV). Na manhã de hoje, o Folha no Ar entrevistou o delegado titular da 146ª DP, Pedro Emílio Braga. A pauta foi sobre Segurança Pública, em Guarus, Campos, Estado do Rio, Brasil e mundo. Para quem não pôde ouvir ao vivo na rádio, o programa com o delegado também será exibido em vídeo às 17h de hoje, na Plena TV. Já para quem não pôde conferir ontem, em rádio ou TV, seguem abaixo os vídeos do Folha no Ar com o professor Soffiati:
Desde domingo (31), quando a Folha publicou (aqui) entrevista com o deputado federal Wladimir Garotinho (PSD), uma mensagem rodou os grupos de WhatsApp ligadas aos Garotinho: “Na matéria Wlad não fez nenhuma crítica a Gil e Rodrigo, apenas disse que eles precisam deixar claro (sic) suas posições em relação à (sic) Rafael”. O erro de português importa menos. Poeta, Ferreira Gullar dizia: “a crase não foi feita para humilhar ninguém”. Mas quando um político cobra publicamente a posição política de dois políticos, isso só pode ser desconsiderado como crítica por quem ignora o conceito de crítica. É deficiência cognitiva, não só de acentuação.
Entrevista de Wladimir (II)
Extraída da entrevista com o deputado, a manchete de capa de domingo foi “Wladimir evita 2020 mas critica Rafael, Bacellar e Gil Vianna”. A mensagem anônima de WhatsApp a considerou “um título pra apimentar e jogar os caras contra Wlad”. Se a edição tivesse dolo de “apimentar”, a manchete de capa poderia ser: “Meu pai e minha mãe não terão papel nenhum em meu governo”. Foi o que o entrevistado soltou quando repetida a pergunta sobre o papel que Anthony e Rosinha Garotinho teriam (ou voltariam a ter) no governo de Campos, caso o filho vencesse a eleição de 2020. Mas não foi usada nem nas manchetes das duas páginas internas.
Entrevista de Wladimir (III)
Em resposta às críticas de Wladimir, o deputado estadual Gil Vianna (PSL) ontem disse (aqui): “O pai e a mãe dele acabaram com a cidade, quando fizeram a ‘venda do futuro’. E se ele for eleito prefeito, vai fazer o mesmo”. Por sua vez, o também deputado estadual Rodrigo Bacellar (SD) preferiu “manter o silêncio”. Assim como a prefeita de SJB, Carla Machado (PP), e a deputada federal Clarissa Garotinho (Pros), também citadas na entrevista. Silêncios ensurdecedores: Rodrigo não quer queimar os barcos com “Wlad”, Carla não descarta ser condenada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e Clarissa ainda se ressente da votação superior do irmão.
Articulação
Como anunciado no último dia 24 de março pela Folha, o médico e ex-vereador Dante Pinto Lucas será o novo diretor do Hospital Geral de Guarus (HGG). Ele coloca como principal desafio do secretário de Saúde Abdu Neme a articulação entre a rede pública e as unidades contratualizadas. Dante, que também já dirigiu o Hospital Ferreira Machado (HFM) e foi vice-presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS), declara que alguns pacientes atendidos nos superlotados HGG e HFM podem ser levados para leitos ociosos nos hospitais Plantadores de Cana, Beneficência Portuguesa, Santa Casa de Misericórdia e Alvaro Alvim.
Estabilização
Outro grave problema na Saúde de Campos apontado por Dante é a falta de triagem nos atendimentos de emergência, que acabam sobrecarregando o HFM e HGG. O diagnóstico do médico aponta que as Unidades Pré-Hospitalares (UPHs, ex-UBS) precisam ter condições para estabilizar os pacientes antes de uma eventual transferência. Para isso, ele diz que o município adquiriu respiradores, porém, os equipamentos vão com os pacientes transportados para unidades centrais e acabam tirando a capacidade das UPHs. “Se continuar como está, seriam precisos de mais três HGGs”, relata.
São José
No último domingo, o prefeito Rafael Diniz (PPS) postou um vídeo nas redes sociais ao lado de Abdu Neme fazendo uma avaliação dos primeiros dias de ações do novo secretário, que assumiu a pasta no dia 23 de março. Abdu afirmou que existe uma agenda para a inauguração do Hospital São José, na Baixada Campista. “Os equipamentos já estão todos alocados para poderem ser redimensionados na unidade. Estamos só aguardando a finalização da questão do laboratório”, disse Neme, que completou falando do desafio de zerar a fila para atendimento no município.
Subsecretaria
Rafael também chamou a atenção no vídeo para a importância dos servidores da Saúde e parabenizou Abdu pelo início de trabalho. “Mais do que isso, nesse momento em que a gente se aproxima ainda mais da população, mas também de todos os servidores da Saúde que são fundamentais nesse processo”. Aliás, o prefeito publicou no Diário Oficial de ontem a nomeação de Fabiana Catalani para a subsecretaria de Saúde. A médica será a número dois da pasta depois de comandar a secretaria desde o início da gestão Diniz até ser substituída por Abdu Neme.
Gil Vianna, Marcão Gomes, Abdu Neme e Bruno Dauaire (Montagem: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)
Por Aluysio Abreu Barbosa
“Reafirmo o que disse (em entrevista à Folha, publicada aqui em 24 de fevereiro): O pai e a mãe dele acabaram com a cidade, quando fizeram a ‘venda do futuro’. E se ele for eleito prefeito (de Campos), vai fazer o mesmo”. Foi assim que o deputado estadual Gil Vianna (PSL) reagiu ontem às críticas que sofreu do deputado federal Wladimir Garotinho (PSD), em entrevista publicada (aqui) na Folha no último domingo, 31 de março. Nela, o filho dos ex-governadores (e ex-prefeitos) Anthony e Rosinha Garotinho questionou, diante do gravador:
— A gente só precisa que as pessoas demarquem as suas posições claramente, porque, tanto o Gil quanto o Rodrigo (Bacellar, SD), na eleição para deputado (estadual, em que ambos se elegeram), diziam que não faziam parte do grupo de Rafael (Diniz, PPS), quando não é isso que a gente vê na prática. Ambos apoiados por vereadores da base do governo Rafael e com cargos na gestão.
Gil também reafirmou que é pré-candidato a prefeito de Campos. “Comecei na vida como office-boy, servi o Exército, fui PM por 26 anos e entrei na política para defender a causa da minha filha (de necessidades especiais). Fui vereador duas vezes e candidato a deputado estadual (em 2014), quando os Garotinho apoiaram (Geraldo) Pudim (hoje MDB) e Bruno (Dauaire, hoje PRP). Ainda assim, me elegi suplente e ocupei uma cadeira na Assembleia por um ano e meio. Rachei com Garotinho quando ele fez a ‘venda do futuro’, contra a qual votei como vereador, porque sabia que iria arrasar a cidade. Depois fui candidato a vice-prefeito, com Caio Vianna (PDT), e me elegi deputado em outubro. Me vejo na obrigação de ser candidato a prefeito em 2020, pelo que a gente vê em Campos. Terei o apoio do PSL e, tenho certeza, do governador Wilson Witzel (PSC)”, projetou o líder do PSL na Alerj.
Além do questionamento do posicionamento político em relação ao governo Rafael, Rodrigo Bacellar mereceu uma crítica individualizada de Wladimir: “É impossível desassociar a (imagem) dele do pai dele”, disse o deputado federal à Folha. Ainda assim, o filho do ex-vereador Marcos Bacellar (PDT) ontem optou por “manter o silêncio”. Reação diferente teve o secretário municipal de Desenvolvimento Humano e Social, Marcão Gomes (PR). Ele disputou com Wladimir uma cadeira na Câmara Federal, teve votação geral superior, embora inferior em Campos, perdeu, foi ironizado no domingo por quem se elegeu e ontem respondeu:
— Lendo a entrevista de Wladimir, recordei do ditado popular “filho de peixe, peixinho é”. Ele afirma que a dívida deixada pelos seus pais é uma mentira. Ele está igual ao pai acreditando nas próprias mentiras. O MPF está de olho na “venda do futuro” como ato de improbidade administrativa e ilícito penal, onde a ex-prefeita e mãe do deputado fez Campos contrair uma dívida de mais de R$ 1,3 bilhão. Também não é verdade que o vice-governador (Claudio Castro, PSC) tenha me dado qualquer negativa à parceria entre o Estado e o município (pela reabertura do Restaurante Popular). Isso parece ser uma vontade de Wladimir, que posa oferecendo “ajuda” ao município nas redes sociais, mas nos bastidores busca ver frustradas as articulações para restabelecer importantes políticas públicas para Campos. Seguindo a cartilha de seu líder Garotinho, prejudica diversas famílias que precisam dos programas.
Novo secretário de Saúde de Campos, após ter sido aliado e médico particular de Garotinho, Abdu Neme (PR) também respondeu às afirmações de Wladimir. Na entrevista à Folha, o deputado afirmou que a inauguração do novo Hospital São José e a instalação do prontuário eletrônico “não são novidades”:
— Wladimir não tem noção do que é prontuário eletrônico, nem sabe o que é isso. Ou, vai ver, eu não entendo de saúde pública como ele. O Hospital São José estava pronto? Então, como a Folha perguntou e ele não soube responder, por que eles não inauguraram? Não vou debater com Wladimir. Os fatos falam por si. Só achei desnecessário e deselegante ele dizer que eu não aceitei ir à reunião que ele marcou com o secretário estadual de Saúde e os representantes dos hospitais conveniados de Campos. Aliás, quem me ligou, na sexta (29), não foi nem ele, mas seu chefe de gabinete, Thiago Godoy. Agradeci, mas já tive uma reunião (aqui) com o secretário Edmar Santos (no dia 19) e estou esperando resposta — lembrou Abdu.
Aliado de Wladimir, com quem fez uma dobradinha vitoriosa nas urnas de outubro, o deputado estadual Bruno Dauaire gostou das palavras do entrevistado de domingo. Este afirmou que, no caso da prefeita sanjoanense Carla Machado (PP) ser condenada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na Machadada, Bruno seria “um caminho natural e bom” para governar o município:
— Vontade não me falta, mas o tempo de conciliar a agenda parlamentar com a de pré-candidato. Sem descartar a possibilidade, espero um dia ter a honra de governar o município que representa a história política da minha família. Tanto o meu avô Alberto Dauaire, como meu pai, Betinho Dauaire, foram excelentes administradores, com altos índices de aprovação popular. Hoje tenho muitas frentes de lutas nas comissões na Alerj, além das sugestões que tenho feito ao Governo do Estado, relativas a obras urgentes a São João da Barra, Campos e São Francisco. Só posso agradecer ao eleitorado sanjoanense por lembrar de maneira tão forte o meu nome para a eleição municipal. E digo a todos que vamos estar juntos nessa construção — disse Bruno. Procuradas através das suas assessorias, Carla e a deputada federal Clarissa Garotinho (Pros), outra citada na entrevista, preferiram não comentá-la.