Marcão e Rodrigo se digladiam por Rafael e Caio. Wladimir vê de camarote

 

 

Rodrigo, Marcão e Wladimir (Montagem: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

 

Marcão x Rodrigo

Primeiro com fotos e, mais recentemente, com textos incisivos, as redes sociais têm sido o melhor meio para se acompanhar as movimentações antecipadas da eleição a prefeito de Campos. Nesse tabuleiro há muitas peças. E cada uma tenta desempenhar suas funções. As do secretário municipal Marcão Gomes (PR) e do deputado estadual Rodrigo Bacellar (SD) parecem ser a proteção dos seus pré-candidatos ao governo de Campos em 2020 — respectivamente o prefeito Rafael Diniz (PPS) e o ex-candidato Caio Vianna (PDT). No exercício dessas funções, Marcão e Rodrigo têm se enfrentado publicamente nos últimos três dias.

 

Round 1

Tudo começou (aqui) nesta coluna, que na edição do feriado de 1º de maio reproduziu um apelo de Marcão. Candidato a deputado federal em 2018, quando foi o mais votado, mas não se elegeu, ele disse ter feito dobrada com os deputados estaduais eleitos João Peixoto (DC), Gil Vianna (PSL) e Rodrigo. O secretário afirmou que os três tiveram apoio do governo Rafael. Em nome disso, pregou a união por Campos e que se deixasse a discussão política para 2020. Rodrigo leu, não gostou e usou as redes sociais para negar a dobrada, afirmando ter caminhado sozinho em 2018. Aproveitou também para criticar Marcão e a administração municipal.

 

Round 2

Na edição de ontem (02) do Ponto Final, foram publicados (aqui) os questionamentos de Rodrigo. Assim como a réplica de Marcão, que nomeou o apoio governista ao deputado, acusando-o de ingrato. Como previsto na coluna, o filho do ex-vereador Marcos Bacellar (PDT) respondeu novamente nas redes sociais. Voltou à carga de maneira ainda mais dura sobre o governo Rafael: apostou contra a sua sorte em 2020 e denunciou “incompetentes em cargos estratégicos”. E ontem falou abertamente em “muitos governistas costeando o alambrado” — mesmo que dois dias antes tenha negado (aqui) a sondagem a vereadores da base para apoiar Caio.

 

Round 3

Por sua vez, Marcão também usou as redes sociais para novamente rebater. Além de repetir provocações, com a comparação da sua votação como deputado federal e de outros quatro candidatos a deputado estadual de Campos, todos com mais votos que Rodrigo, o secretário detalhou o apoio que o parlamentar teve do governo de Campos em 2018: “Na saúde todo pessoal do PAD, o chefe do transporte da saúde e suas lideranças, o pessoal que trabalha na farmácia e as lideranças, o chefe da hotelaria e limpeza da Fundação Municipal de Saúde e seus liderados, a chefia e trabalhadores das UBS de Correnteza e Parque Rodoviário”.

 

No camarote

Ao pormenorizar o apoio negado por Rodrigo, Marcão também pareceu expor como o governo foi fatiado na eleição para favorecer seus candidatos. Mas não disse como isso se deu, o que pode gerar a curiosidade do contribuinte e da fiscalização eleitoral. Coragem é virtude necessária ao homem público. Só que, quando desacompanhada da ponderação, pode ser defeito. Marcão e Rodrigo têm temperamentos parecidos. Ao se digladiarem publicamente na respectiva defesa de Rafael e Caio, foram também parecidos no resultado: deixaram o deputado federal Wladimir Garotinho (PSD) assistindo de camarote. E rindo de orelha a orelha.

 

Publicado hoje (05) na Folha da Manhã

 

Rodrigo bate, Marcão rebate, garotistas botam fogo e Rafael na periferia

 

 

Rodrigo, Marcão, Wladimir e Rafael (Montagem: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

 

Rodrigo x Marcão, ação e reação

Na edição do feriado do Dia do Trabalhador de quarta (1º), a coluna foi aberta (aqui) com um apelo do secretário de Desenvolvimento Humano e Social de Campos, Marcão Gomes (PR). Ele pediu que os deputados estaduais João Peixoto (DC), Gil Vianna (PSB) e Rodrigo Bacellar (SD) deixassem de lado os interesses eleitorais de 2020, para ajudar o prefeito Rafael Diniz (PPS) a administrar o município. O secretário alegou que os três parlamentares tiveram a ajuda do governo municipal em suas eleições, em 2018. Ontem, Rodrigo usou as redes sociais para negar sua ligação com o governo Rafael e criticar Marcão, que por sua vez reagiu.

 

Sozinho e procurado

Em sua página no Facebook, o deputado do SD se disse (aqui) “surpreendido” com a nota do Ponto Final sobre a proposta de Marcão. Negou que tenha feito dobrada em outubro com o então candidato governista a deputado federal. Pelo contrário, Rodrigo afirmou que “essa ‘ligação’ chegou a me queimar (…) tamanha a sua rejeição (de Marcão)” e que caminhou “sozinho (em 2018), sem o apoio de nenhuma máquina”. O parlamentar também disse não ter sentado com secretário municipal para tratar de 2020. Mas fez questão de registrar: “tenho sido procurado insistentemente por integrantes do governo para tal”.

 

Alvo preferencial

O filho do ex-vereador Marcos Bacellar (PDT) questionou também a gestão Rafael. Falou dos “graves desafios não resolvidos pelo governo do qual (Marcão) faz parte”. Mas personalizou suas críticas no ex-presidente do Legislativo goitacá: “Poderia pensar sobre a sua trágica passagem na Câmara, que deixou combalidos os cofres para a atual gestão. Deveria lembrar também que a Câmara chegou a ter ‘mais porteiros do que portas’ em período próximo ao pleito de 2018”. Como o texto de Rodrigo foi intitulado a “A urna pune”, Marcão ontem lembrou que, como candidato a deputado federal, teve mais votos que o deputado estadual.

 

Urnas e Câmara

“Se a urna pune, não foi a mim. Fui o candidato a deputado federal de Campos mais votado, com 40,9 mil votos. Rodrigo, no total, teve 26,1 mil a deputado estadual. No município, fiz mais de 20 mil votos, enquanto ele não passou dos 13,2 mil”, comparou Marcão. Ele também respondeu às críticas sobre sua passagem como presidente da Câmara Municipal: “Ao contrário do que ele (Rodrigo) diz, eu deixei quase R$ 1 milhão nas contas do Legislativo. No contrato de porteiros e vigilantes, reduzimos drasticamente os valores em relação a gestões anteriores”, disse ontem o antecessor do vereador Fred Machado (PPS).

 

Jura e cacife

Foi no apoio da gestão Rafael, com o qual Rodrigo nega ter contado em 2018, que Marcão retrucou com mais força: “Triste é se beneficiar do apoio do governo e depois negar, jurando de pé junto. Além do seu pai, (o hoje ex-vereador) Marcos Bacellar, ele teve também o do edil Jairinho É Show (PTC) e diversas outras lideranças da administração. Não é todo mundo que tem gratidão. Rodrigo não deve nada a mim, mas ao governo. Todo mundo que está na política sabe que ele foi ajudado. Mas pode ser mais cômodo negar e tentar mostrar um cacife que, na verdade, o deputado não tem”, alfinetou o secretário.

 

Garotistas botam fogo

Quem parece assistir de camarote à troca de farpas entre Rodrigo e Marcão é o grupo do deputado federal Wladimir Garotinho (PSD). Antes mesmo da reação de Bacellar no Facebook, que hoje pode voltar a se manifestar, ontem os garotistas republicaram em seus grupos de WhatsApp a nota de abertura do Ponto Final de quarta. Junto com a charge da Folha publicada na mesma edição, e tratando do mesmo assunto, o parlamentar do SD foi provocado nas redes sociais: “Ainda tem deputado estadual dizendo que não é da base do governo (…) Quem fica em cima do muro apanha dos dois lados”.

 

Rafael na periferia

Sem se meter diretamente na disputa antecipada da sua sucessão, Rafael Diniz aproveitou o feriado de 1º de maio para fazer o que fez melhor na sua eleição de 2016. E que, desde então, é cobrado para voltar a fazer. Ao lado do vereador Neném (PTB), ele visitou duas comunidades periféricas, sendo bem recebido no corpo a corpo. Foi em dois torneios de futebol promovidos pelo edil da base. O primeiro, no campo do Aventureiro, no Parque Guarus. Depois no campo do Boa Vista, na margem esquerda da Campos/Vitória. As cerca de quatro mil pessoas reunidas nos dois eventos receberam o prefeito de braços abertos.

 

Publicado hoje (03) na Folha da Manhã