O deputado federal Wladimir Garotinho (PSD) voltou a classificar como “politiqueira” e “ridícula” a ação movida pelo Psol que pede a cassação do seu mandato e do deputado estadual Bruno Dauaire (PSC) por abuso de poder. A denúncia cita, ainda, uma suposta ligação (aqui) entre um cabo eleitoral e o chefe do tráfico no Parque Eldorado, que favoreceria a eles. O parlamentar de primeiro mandato classifica o fato como “outra inverdade”. Para ele, é uma “suposição” por ter sido o mais votado na região, junto com seu aliado. Wladimir diz que não há nenhuma menção ao seu nome ou ao de Bruno em interceptações. Negou ter levado denúncias sobre a Saúde de Campos (aqui) para a Câmara no mesmo dia da movimentação do processo como forma de tentar encobrir (aqui) a notícia negativa. Já sobre o deputado Rodrigo Bacellar (SD), que o chamou (aqui) de “plano B do pai”, o ex-pai governador Anthony Garotinho (sem partido), para eleição a prefeito de Campos, Wladimir insistiu no discurso de que não é candidato: “Meu foco é o meu mandato de deputado federal”.
Folha da Manhã — Você chamou a ação do diretório estadual do Psol que pede a cassação do seu mandato e de Bruno por compra de voto de “politiqueira” e “ridícula”. Poderia dizer por que com mais substantivo e menos adjetivo?
Wladimir Garotinho — É ação insuflada pelo candidato derrotado do governo à Câmara Federal, disse isso desde o primeiro dia. O advogado da ação do Psol é o mesmo que defende o PR no caso da perda de mandato dele. Continuo afirmando que é politiqueira e ridícula, fui às ruas e ganhei no voto, pela vontade popular.
Folha — A denúncia fala de uma ligação grampeada entre o cabo eleitoral Juninho Jubiraca e “Cotó”, preso e apontado pela Polícia como chefe do tráfico no Parque Eldorado, que comprovaria uma relação privilegiada para você e Bruno fazerem campanha naquele bairro. O que pode dizer?
Wladimir — Isso é outra inverdade. Eu não sou réu nesse processo, portanto, procurei me informar com alguns advogados que atuam nele e não existe nenhuma ligação em que apareça no áudio o nome do cabo eleitoral, muito menos o meu e o de Bruno. Estão “supondo” que seja ele porque eu e Bruno fomos os mais votados na região. Inclusive a Justiça de Campos já negou pedido de prisão dele por duas vezes, pois não existe nenhum fundamento. Deveriam se atentar ao fato e perguntar aos moradores quem foi que transformou a realidade de quem vivia na lama e hoje tem asfalto na porta, que vivia no esgoto e hoje tem um Bairro Legal. Nosso voto é consequência de trabalho e muitas realizações. Além do mais, diversos candidatos têm fotos fazendo campanha no Eldorado, o que prova que a tese da ação está errada. Só que o povo preferiu votar em quem já fez de verdade por eles.
Folha — O vice-presidente do TRE, desembargador Cláudio Brandão de Oliveira, determinou que você e Bruno revelem os endereços de três testemunhas de defesa apontadas como autores de compra de voto, e que Juninho Jubiraca preste depoimento. Como viu a decisão?
Wladimir — Trâmite normal de processo. Não tenho com o que me preocupar e tenho convicção que a ação não vai adiante. Falei o mesmo sobre uma outra ação ridícula, a do PRP, na qual já tive parecer favorável. Os derrotados e, talvez, desesperados, ficam criando ações judiciais para tentar me amedrontar e gerar confusão na opinião de alguns.
Folha — Na terça, no mesmo dia em que foram reveladas as determinações do TRE sobre seu caso, você usou a tribuna da Câmara Federal para ecoar denúncias de suposto desvio de dinheiro do SUS na Saúde de Campos. Por que não entender sua atitude como cortina de fumaça?
Wladimir — Em primeiro lugar eu não fiz as denúncias, eu apenas as li e pedi providências. Elas foram feitas por um membro do conselho que é presidente da comissão de licitação e contratos. Minha obrigação é essa. Fiz questão de frisar no discurso que todos são inocentes até que se prove ao contrário, mas as afirmações do conselheiro são gravíssimas e o caos na saúde de Campos corrobora com elas. Eu não sou homem de me esconder atrás de nada, sou do diálogo e do entendimento pela resolução de problemas, mas eu tenho posição.
Folha — Deputado estadual, Rodrigo Bacellar disse que você, ao cobrar investigação sobre a Saúde de Campos na Câmara Federal, apenas ecoou as palavras do seu pai. Conversou com o ex-governador Anthony Garotinho antes do seu pronunciamento?
Wladimir — Eu falei em defesa das pessoas que estão morrendo nos hospitais, que estão sem atendimento médico, sem remédio e sem esperança de conseguir um simples exame. Ele, como representante eleito, deveria fazer o mesmo, mas ele evita, pois o pai, Marcos Bacellar (PDT), é ligado ao prefeito e tem centenas de pessoas nomeadas em DAS ou contratadas por RPA.
Folha — Rodrigo também disse que Garotinho trabalha para tentar reverter a inelegibilidade de Rosinha (Patri) para tentar lançá-la a prefeita de Campos em 2020. E o chamou de “plano B” do seu pai. Como você mesmo já admitiu que sua mãe é o “plano A”, o deputado está correto?
Wladimir — Eu não sou plano A e nem B, meu foco é o meu mandato de deputado federal e eu nunca disse diferente disso. Tenho muito a contribuir como único paramentar na Câmara Federal e já tenho trazido benefícios à região em apenas quatro meses de mandato. Estou em constate diálogo com muitos segmentos da sociedade, que ecoam uma voz uníssona de descrença em relação ao modelo de governo praticado pela atual administração.
Publicado hoje (06) na Folha da Manhã
Sinceramente, não entendi como único deputado federal da região, a Clarisse é o quê????