Um dia antes da greve decretada ontem (aqui) pelos médicos do serviço público municipal para a próxima quarta-feira (07), em assembleia fechada à imprensa, a Pefeitura já tinha liberado o atendimento ao principal pleito da categoria. Supensas com o contingenciamento anunciado (aqui) pela Prefeitura no último dia 12, as substituições dos médicos serão pagas. Em 31 de julho, o secretário de Saúde Addu Neme (PR) já tinha solicitado que a folha de substituição de junho, no valor de R$ 1.392.862,30, será paga neste mês de agosto. O dinheiro é esperado da Participação Especial (PE) de petróleo relativo ao segundo trimestre do ano, que costuma entrar por volta do dia 10.
Outro ponto em discussão com a categoria é o ponto biométrico. Desde que ele foi instalado em 15 de julho, obrigando os servidores a cumprirem seus horários, o estacionamento do Hospital Ferreira Machado (HFM), por exemplo, não dá mais conta da demanda de carros. Para todos os demais servidores do município, a checagem no ponto biométrico é a cada 6h. Isso gerou grande reação entre os médicos. Em reunião na terça (30), Abdu chegou a oferecer uma execção só para categoria: nos plantões de 12h, checagem no ponto só na entrada e na saída; nos plantões 24h, checagem na entreda, 12h depois e na saída. Assim mesmo, os médicos oferecem resistência.
O blog tentou contato a tarde inteira com Abdu Neme, para saber como ficará a questão do ponto eletrônicos para os servidores da Saúde. Mas o secretário não retornou.
Confira aqui e aqui evolução do caso dos médicos, no blog “Coxinha de mortadela”, do Edmundo Siqueira
Atualização às 20h36 para incluir correção de informações passadas pelo procurador-geral de Campos, José Paes Neto
Acredito que o autor deste artigo esteja um tanto desinformado. Primeiro, a greve não é dos médicos. Ela é do todos os profissionais de nível superior que trabalham na saúde e que tiveram seus salários abocanhados pelo poder público; segundo a questão não é de ponto eletrônico. Ninguém nunca foi contra ao ponto. Questionamos sim, a necessidade desse ponto ser batido de 6 em 6 horas, coisa inviável num plantão de 24 horas onde cada médico atende em média 90 pacientes; terceiro, a luta também é contra as condições precárias de trabalho. Falta tudo que o leitor possa imaginar, de lençol e produto de limpeza a medicamentos e equipamentos. As uphs estão sucateadas, totalmente incapazes de atender pacientes de média complexidade. Não são capazes de fazer um simples hemograma. Se o paciente precisa de dieta enteral, como vi há alguns dias, fica sem se alimentar… Enfim…. Enquanto isso o nobre autor se preocupar com o ponto…. E a população morrendo servida de um serviço precário e ineficiente, simplesmente por não gestão.
Caro Fabiano,
Creio que seu comentário informa o quanto o ponto é incômodo. Não foi diferente em Macaé, onde cerca de 1/3 dos médicos pediram exoneração após a implantação do ponto eletrônico. “Falta tudo que o leitor possa imaginar, de lençol e produto de limpeza a medicamentos e equipamentos”? E os médicos só resolveram denunciar isso agora, com a instalação do ponto e a suspensão das substituições? Por favor, não tome o leitor do blog por tolo, que nos esforçaremos para fazer o mesmo contigo.
Grato pela chance de expor o óbvio!
Aluysio