Direita goitacá promove mesa redonda “O Ser Conservador” nesta terça, no Ramada

 

Esticada desde a disputa presidencial de 2014, entre Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves(PSDB), a corda ideológica do tecido social brasileiro parece ter chegado ao ponto máximo do esgarçamento com a toada de extrema-direita adotada pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL). É o que se pode apreender quando um conhecido liberal como o economista Armínio Fraga, presidente do Banco Central no segundo governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), alerta (aqui) em entrevista a O Globo, sobre os efeitos do atual governo federal sobre a democracia do país: “O retrocesso já ocorreu. O risco é que piore”.

Em Campos, essa “direita incultural”, como a definiu (aqui) o conservador Delfim Netto, deu o ar da graça ao se colocar publicamente contra a 10ª Bienal do Livro do município. Realizada em novembro de 2018, no Instituto Federal Fluminense (IFF), o motivo central dos protestos dessa direita acéfala foi a presença do coreógrafo Wagner Schwartz. Em setembro de 2017, ele fora o personagem central da polêmica apresentação “La Bête”, no MAM de São Paulo. Apesar das reações, a participação de Schwartz na mesa do debate “Fake News: Mentiras e Verdades” lotou o auditório Cristina Bastos do IFF. E mereceu elogios da direita pensante, que também bateu ponto no evento.

É a direita pensante de Campos que realiza às 19h desta terça (03) a mesa redonda “O Ser Conservador”. Será no Ramada Hotel, à rua Bruno de Azevedo, 60. Dela participarão o pastor bastista e teólogo Alonso Colares, o professor de filosofia da Uenf Júlio Esteves, a jornalista Kamila Uhl, o padre e professor de filosofia Claudiomar S. de Souza, e o odontológo e servidor municipal Alexandre Buchaul. Bem verdade que, como ocorre com a esquerda local em muitos debates na Uenf e UFF-Campos, o desta terça do Ramada também padece da falta de contraditório.

Ainda assim, é uma oportunidade valiosa para saber como pensa e se expressa a direita goitacá. Aquela com mais base no irlandês Edmund Burke, pai do pensamento político conservador, do que no ideólogo brasileiro Olavo de Carvalho, guru do bolsonarismo. A mesa redonda “O Ser Conservador”, mesmo a quem se encontra em espetro político oposto, é uma oportunidade de entendimento e diálogo. E não deve ser desperdiçada. Sobretudo nestes tempos em que quem pensa diferente é muitas vezes encarado como inimigo a ser eliminado.

 

 

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