O termo fake news foi criado no jornalismo, não na academia, durante a eleição presidencial dos EUA de 2016, vencida pelo republicano Donald Trump. Foi para designar as notícias falsas contra sua adversária democrata Hillary Cinton, criadas por hackers do Leste Europeu e veiculadas em escala geométrica nas redes sociais. As denúncias de influência do presidente russo, Vladimir Putin, com esses hackers para favorecer Trump nas eleições à Casa Branca, gerou investigação no Congresso dos EUA. O assunto é também tema do best seller “Como as Democracias Morrem” (2018), dos conceituados professores de Harvard Steven Levitsky e Daniel Ziblat.
Além disso, o papel da empresa Cambridge Analytica na manipulação eleitoral a partir do algoritmo das redes socias, tanto na eleição do Brexit, que gerou o atual impasse entre Grã-Bretanha e Comunidade Europeia, quanto na eleição de Trump e várias outras pelo mundo, inclusive a de Jair Bolsonaro (PSL) no Brasil, é eviscerada no documentário “Privacidade Hackeada” (2019). Dirigido por Karim Amer e Jehane Noujaim, e contando com as delações de ex-funcionários da própria Cambridge Analytica, além de cenas do depoimento do CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, no Congresso dos EUA, o filme alcançou grande sucesso e repercussão desde que foi lançado recentemente na Netflix.
O fato é que, depois de eleito, Trump se apropriou do termo fake news. E passou a utilizá-lo aleatoriamente para atacar a imprensa do seu país. Sempre que não gosta da notícia ou da opinião de um órgão de imprensa profissional, independente da verdade, o presidente dos EUA simplesmente decreta: fake news! Também acusados de usar e abusar das fake news na campanha presidencial brasileira de 2018, é mais ou menos como os Bolsonaro e seus militantes acríticos continuam a fazer diariamente nas redes sociais brasileiras.
A checagem das notícias falsas deveria ser feita por cada usuário das redes sociais, antes de disseminá-las. Deveria! Mas ao jornalismo que se pretende profissional é uma obrigação. Chamar isso de jornalismo investigativo é tão redundante quanto seria falar de palhaço engraçado. Mas a coisa fica ainda mais circense quando um determinado veículo, que se anuncia como de “jornalismo profissional”, é notoriamente conhecido em Campos e região pela produção indiscrimada de fake news.
Pode ser para defender a soldo um prefeito da região atacando outros (como aqui). Pode ser na tentativa abjeta de usar um feminicídio para atacar políticos que se negam a pagar “proteção” (como aqui), em atuação “jornalística” que em nada fica a dever às milícias. Pode ser para atacar de maneira torpe um vereador de São João da Barra (como aqui), por motivos que só interessam à sua intimidade familiar. Pode ser para atacar um candidato a reitor da Uenf, assim como uma liderança estudantil que critica esses ataques para deles se tornar alvo (como aqui), tulmutuando o processo democrático da universidade sonhada por Darcy Ribeiro.
E, depois disso, usar óleo de peroba como creme facial para cobrar de uma instituição do respeito e porte da Uenf a “depuração” que não faz nas fake news que produz sobre a universidade.
Sem meias palavras, foi como reagiu nas redes sociais (aqui) ao caso mais recente o sociólogo e professor da Uenf Roberto Dutra:
Ministro da Propaganda da Alemanha nazista de Adolf Hitler, Joseph Goebbels se notabilizou pela sentença: “Uma mentira contada mil vezes vira verdade”. Antecipou em 70 anos os tempos da pós-verdade em que hoje vivemos. Mas até neles há que se ter algum senso de ridículo. Produzir fake news de péssimo nível sobre políticos que não pingam no caixa, depois querer impor essa prática nefasta à mais importante universidade de Campos e região, para então se anunciar como checador de fake news seria trágico, se não fosse cômico.
Enquanto um jornalista do porte do saudoso Alberto Dines deve estar se revirando no túmulo com quem lhe foi (im)posto(r) como análogo, o que fica de sério dessa pretensão de onbusdman é melhor resumido no velho dito popular: “É cabrito tomando conta de horta”.
Aluysio Abreu Barbosa, meu caro Aluysinho, eu sou das antigas, sou da escola do sempre querido e saudoso Aluysio O Bom… Eu venho lá de trás, sou da velha escola sim e entendo que nunca vou abandoná-la, sou, em alguns aspectos, um conservador. Conservo velhos e sempre atuais valores, como integridade de caráter e de ideias, coisas com honestidade moral, ética, verdade acima de qualquer coisa, enfim, não distorço, não aceito nem tolero distorção dos fatos, pois se os distorcemos, estamos atentando contra uma coisa chamada História, e a História, como costumo dizer, “é inexorável, é implacável” e como disse o Poeta, “A História é um carro alegre… Que atropela indiferente, todo aquele que a negue”… E eu não me atrevo nunca a negá-la, nem coadunar, com quem a distorce e fico me perguntando, será que vale a pena conpurscar a reputação pessoal, em troca de “trinta dinheiros”?