No país de Marta — seis vezes escolhida pela Fifa como melhor jogadora do mundo recentemente conquistado pelos EUA da também craque Megan Rapinoe — futebol é papo de mulher, sim, senhor. E ninguém no futebol brasileiro tem sido mais tema de papo que o Flamengo, líder isolado do Brasileiro e finalista, após 38 anos, da Libertadores da América. No dia seguinte ao time do treinador português Jorge Jesus massacrar o Corinthians no Maracanã por 4 a 1, duas flamenguistas entraram em campo no Folha no Ar 1ª edição, no início da manhã de hoje (04), para falar do que conhecem — e jogam — melhor que muito marmanjo: a empresária e atleta de futevôlei Bianca Inojosa e a jornalista e atleta de futebol amador Maria Laura Gomes.
— Eu agradeço ao Jorge Jesus por ele conseguir tirar tudo de cada jogador. Antigamente, o Flamengo dependia muito de um só jogador. Hoje não. Você tem vários. Ontem, por exemplo, mesmo sem Gabigol (suspenso), Bruno Henrique conseguiu fazer três gols. Depois, o Vitinho (reserva que entrou no segundo tempo) conseguiu fazer mais um. Então o Flamengo, hoje em dia, não depende de um só jogador. Qualquer jogador que você colocar vai surtir efeito — ressaltou Maria Laura.
— É muito importante o trabalho de resgate que ele (Jorge Jesus) fez com jogadores como Arão. E agora a gente vê aquele golaço que Vitinho fez (o quarto). Nossa mãe! Antes o cara pegava a bola e sempre isolava. Agora, em um pequeno espaço, não precisou de distância, limpou o lance e fez um golaço. Acho até que o principal reforço que o Flamengo tem que manter, primeiro, é o técnico. Ele está conseguindo resgatar muita gente. E o que o Corinthians sempre pregou, de ter a melhor defesa, tem Gil (zagueiro campista), que joga muita bola. Mas o Flamengo realmente deu um passeio — completou a tabela Bianca.
As duas consideram que, com apenas mais oito rodadas para o final e com oito pontos de vantagem sobre o Palmeiras, segundo colocado, a conquista do Brasileiro está praticamente definida para o Flamengo. Mas e a final da Libertadores contra o tradicional copeiro argentino River Plate, marcada para 23 de novembro, no Chile incendiado por protestos?
— O River é preocupante. Mas outro dia eu vi em um programa da SportTV, que eles queriam ganhar do Boca (Juniors, adversário que bateram na semifinal) pela rivalidade. Tudo bem que não pode dizer que vai baixar a guarda. Mas acho que não vai jogar com essa disposição toda. Eu penso que (a tradição) pode pesar, já foi campeão ano passado, já tirou o Boca. Eles vão chegar lá querendo ganhar, são raçudos. Mas eu acho que o Flamengo tem uma grande chance de se sagrar campeão, sim — apostou Bianca.
— Eu acho que a gente tem que ter respeito total, porque o River é o River. Mas eu vi o último jogo deles (pela Libertadores) contra o Boca e não foi nada demais. Eles têm quatro Libertadores, são os atuais campeões, têm que ser respeitados. Só acho que, pelo que o Flamengo está jogando, o time está muito embalado. A gente tem possibilidade, sim, de ganhar. Mas tem que ter o pé no chão — pregou Maria Laura.
Na manhã desta terça (05), sempre a partir das 7h, a convidada do Folha no Ar será outra mulher ligada aos esportes e flamenguista: a professora de educação física e secretária do Envelhecimento Saudável e Ativo de Campos, Heloísa Landim. Até lá, confira nos vídeos abaixo, os áudios da entrevista com Bianca e Maria Laura: