A partir de hoje, o signatário do espaço fará uma pausa em blog, jornal e rádio. No desejo de que os encostos abandonados de 2019 permaneçam esquecidos na encruzilhada deste ano em que até a boca da barra do rio Paraíba fechou, ficam os votos por um 2020 mais leve. No dia 13, se o Deus de Israel quiser, a gente se vê. Oxalá apenas com quem valha a pena reencontrar. Inté!
O ano em que até a boca da barra do Paraíba fechou
O que fica de 2019? Em Campos, o ano sequer acaba em 31 de dezembro. E avançará sobre o 2020 de uma cidade sem Orçamento. Tudo por conta (relembre aqui) da sua rejeição pela Câmara Municipal na sessão ordinária do último dia 18. Deveria ser a última do ano. Mas segundo (confira aqui) a Lei Orgânica do Município (Sessão VI, Art. 25, parágrafo 2), ela “não será interrompida ou encerrada sem que seja concluída a votação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias e de projeto de lei de orçamento”. Deveria ser retomada nas últimas terça (24) e quarta (25), mas foram véspera e dia de Natal. Deveria ser retomada nas próximas terça (31) e quarta (1º), mas esbarrará no Réveillon. Se sessão extraordinária não for marcada antes, ocorrerá na terça (07), dia de Santo Amaro, ou quarta (08) seguintes.
O impasse foi gerado por um parecer da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. Ele tirou da votação uma emenda que tentava reduzir o percentual de remanejamento do Executivo dos atuais 30%, para apenas 10% do valor total do Orçamento. Feita ainda na primeira proposta orçamentária do governo Rafael Diniz (Cidadania) para 2020, a emenda foi assinada em outubro por 11 vereadores. Dois meses depois, só ficaram oito. Não por acaso, os que hoje formam o G8. Com o “G” como abreviatura de grupo “independente”, ao longo deste e de outros governos, o grupo já teve vários números. Inclusive o zero, quando o então G5 (recorde aqui) se dissolveu em fevereiro deste ano.
Há interpretações contrastantes sobre a legalidade da emenda assinada por 11, mas mantida por oito edis. Ex-procurador da Câmara, Robson Maciel Júnior entende que os vereadores do G8 estão no seu direito de não aceitarem o parecer do CCJ sobre a emenda, e que a redução nela proposta é legal. Procurador-geral do município, José Paes Neto alega que a redução viola o percentual previsto na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) aprovada pelo mesmo Legislativo que reprovou o Orçamento, o que seria inconstitucional. Já para o advogado Cléber Tinoco, a redução está dentro da legalidade, mas os vereadores prejudicaram a discussão ao simplesmente reprovarem a proposta orçamentária do governo. Em assunto considerado hermético pelos próprios juristas, a certeza é que não há consenso.
O que se desenrola na verdade tem menos a ver com as leis, do que com os interesses de quem as faz e as executa em Campos. E o motivo é o de sempre. Como sentenciou Jim Carville, ex-estrategista da campanha do ex-presidente dos EUA Bill Clinton: “É a economia, estúpido”. Matéria da Folha de 17 de agosto, da jornalista Joseli Matias, mostrou (aqui) como a ex-prefeita Rosinha Garotinho (hoje, Patri) teve em média R$ 124,7 milhões nas Participações Especiais (PEs) trimestrais da exploração de petróleo na Bacia de Campos. Isso em valores nominais, sem correção da inflação pelo IPCA, que tornaria os valores hoje muito mais altos. Em seus primeiros dois anos e meio de governo, Rafael recebeu de PEs a média de R$ 40,8 milhões. E a última delas, paga em novembro, foi de apenas R$ 16,9 milhões.
Sem dinheiro, o governo de Campos atrasou o pagamento da complementação municipal aos hospitais contratualizados, só pagou em dezembro a 1ª parcela do 13º do servidor por ordem judicial e apresentou à Câmara projetos de contingenciamento de gastos. Os mais polêmicos propunham cortes no auxílio-alimentação, insalubridade e gratificação dos servidores. Com a união do G8 à oposição, todos foram derrotados nas sessões dos dias 17 e 18, assim como o Orçamento. A atitude foi classificada de “irresponsável” por Rafael e pelo deputado federal Marcão Gomes (PL), presidente da Câmara Municipal antes de Fred Machado (Cidadania). Este, prevendo a derrota, só colocou as votações em pauta porque o governo pagou para ver.
Líder oficial do G8 e principal articulador da ruptura com o prefeito, Igor Pereira (PSB) trabalha abertamente para ser o próximo presidente do Legislativo goitacá. E, de lá, candidato a deputado estadual em 2022, em dobradinha com o federal Hugo Leal, socialista (na legenda) como ele. Antes precisará ser reeleito vereador em 2020, o que é possível e até provável. A diferença é que esta é a única preocupação dos demais edis do G8. Que só romperam buscando melhores condições às urnas de outubro, ressentidos de mais atenção do governo e preocupados com secretários municipais pré-candidatos a vereador.
Metade do G8 teve as cabeças dos seus indicados políticos cortadas dos cargos comissionados no governo. Além de Igor, campeão da guilhotina, foram definitivamente postos para fora Marcelo Perfil (PHS), Ivan Machado (PTB) e Paulo Arantes (PSDB). Jorginho Virgílio (Patri), Luiz Alberto Neném (PTB), Joilza Rangel (PSD) e Enock Amaral (PHS) não queimaram seus barcos. Apesar de lembrar que Rafael era favorável ao limite de 10% no remanejamento do Orçamento quando foi vereador de oposição a Rosinha, Jorginho admitiu (aqui) que conversou recentemente com o prefeito. E que “a conversa foi boa”.
A revelação do vereador à Folha não deixou de ser uma resposta velada a Igor, que desafiou publicamente: “Duvido que tenha algum vereador conversando com um governo que tem 89% de rejeição”. Antes de conversar com Rafael, Jorginho chegou a aceitar verbalmente um convite para ser entrevistado ao vivo no programa Folha no Ar 1º edição, da Folha FM 98,3. Mas reconsiderou minutos depois, informando que Igor proibira qualquer um do G8 de falar à imprensa.
A proibição acatada por Jorginho não valeu ao líder que o proibiu. No dia 27, Igor buscou um site local, ligado ao deputado estadual Rodrigo Bacellar (SD), para desafiar seus liderados a conversar com Rafael. Respondendo só o que queria, o “entrevistado” não citou ou negou a revelação (releia aqui), feita no dia anterior (26), dos seus planos pessoais à presidência da Câmara Municipal e à Alerj. Mas mexeu na ferida da popularidade baixa do prefeito. Só esqueceu de explicar por que, a despeito dos tais “89% de rejeição”, 100% dos vereadores do G8 eram governo até poucos dias.
Coincidência ou não, Igor foi descartado por Rafael na mesma véspera de Natal em que almoçou com Caio Vianna (PDT), pré-candidato a prefeito em 2020, em um tradicional restaurante da cidade. O vereador apoiou o pedetista a prefeito em 2016, mas depois disse que com ele nunca voltaria a caminhar. O líder do G8 também tentou contato com o deputado federal Wladimir Garotinho (PSD), outro pré-candidato a prefeito. Filho da ex-prefeita Rosinha Garotinho, que governou oito anos com 50% de remanejamento, no grupo de Wladimir a tentativa de impor 10% foi considerada “uma extorsão da Câmara”. O que pode interferir nos votos da oposição que sempre foi oposição.
Em 2016, Igor apoiou Caio a prefeito, porque este tinha como vice na chapa Gil Vianna (PSL e, à época, PSB). Hoje deputado estadual e também pré-candidato a prefeito, Gil disse ontem (28): “Com a cidade nas dificuldades financeiras em que está, sou contra a redução do remanejamento em 10%. Espero que o diálogo prevaleça e a população não seja prejudicada”. Foi desejo parecido com o manifestado por outro deputado estadual e pré-candidato a prefeito. No dia 26, Rodrigo Bacellar disse: “Acho que todos devem esfriar a cabeça e a maturidade prevalecer. A cidade não pode padecer por conta dessa briga”.
O desfecho do impasse, que pesa sobre o 2020 de meio milhão de campistas, deve ser conhecido até o próximo dia 13. Até lá, o articulista fará uma pausa em jornal, blog e rádio. Depois, você, leitor e maior interessado, me conta como e quando finalmente terminou o ano em que até a boca da barra do rio Paraíba fechou.
Como revelado aqui, a Câmara Municipal de Campos termina o ano de 2019 sem entrar em recesso. Tudo por conta do impasse na votação da proposta orçamentária do governo Rafael Diniz (Cidadania) para 2020, no dia 18, que os vereadores do G-8 se aliaram à oposição para recusar (relembre aqui). Foi uma reação ao parecer da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, que barrou da votação a emenda que quer limitar o remanejamento do Executivo em 10% do valor total do Orçamento.
Mas, afinal, o que o governo Rafael entende como tentativa de engessamento por parte do G-8, e é chamado no grupo do deputado federal Wladimir Garotinho (PSD) de “uma extorsão da Câmara”, é legal ou não?
Para o advogado Robson Maciel Júnior, ex-procurador da Câmara e ex-assessor parlamentar do deputado estadual Rodrigo Bacellar (SD), os vereadores que não aceitaram o parecer da CCJ estão certos:
— A emenda apresentada com o intuito de reduzir o limite autorizativo na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) não possui nenhum óbice à tramitação, visto que se trata de uma prerrogativa do Parlamento. Tecnicamente não há impedimento capaz de impedir os parlamentares de deliberarem sobre a redução pretendida.
Já para o procurador-geral do município, José Paes Neto, a redução do percentual de 30% fere a LDO aprovada pela própria Câmara Municipal. Por isso, em seu entender, seria inconstitucional:
— O Poder Executivo fez o papel dele, que foi encaminhar o projeto da lei orçamentária, seguindo o que está previsto na LDO. A questão do cabimento ou não da emenda é uma questão interna da Câmara. Mas me parece que, da forma como foi apresentada, ele viola o que está previsto na LDO e, consequentemente viola o que está previsto na Constituição Federal.
Também consultado pelo blog, o advogado Cléber Tinoco entende como legal a diminuição pelo Legislativo do percentual de remanejamento do Orçamento pelo Executivo. Mas acredita que a reprovação do projeto de lei pelos vereadores complicou as coisas:
— A rejeição integral do projeto de lei orçamentária anual prejudica a discussão a respeito da possibilidade de uma emenda legislativa reduzir o percentual de créditos adicionais suplementares. Não fosse isso, a Câmara, através de emenda ao projeto de lei orçamentária anual, poderia reduzir o limite fixado na LDO para os créditos suplementares sem ofendê-la. O limite de 30% definido pelo art. 24 da Lei Municipal nº 8.912/19 (LDO 2020) é o máximo a ser observado pela Lei Orçamentária Anual (LOA), não o mínimo.
Nos três anos do governo Rafael, o limite de remanejamento do Orçamento foi de 30%. E nos oito anos do governo municipal Rosinha Garotinho (hoje, Patri), era de 50%. Vereador do G-8, Jorginho Virgílio (Patri) lembrou que, nos anos de governo rosáceo, o então vereador de oposição Rafael Diniz também defendia a imposição do limite de 10% ao governo de Campos:
— No passado, os 10% já foram defendidos pelos vereadores de oposição a Rosinha, incluindo Rafael. É o mesmo que o G-8 defende hoje. Mas nós (do G-8) queremos entrar em entendimento. Se os 10% são inviáveis, que sentemos e conversemos, para chegarmos a 15%, 20%. Conversei com Rafael na quarta (25). E a conversa foi boa. Espero que cheguemos a uma solução o mais rápido possível. Ou nas sessões ordinárias de 7 e 8 de janeiro, ou antes, numa sessão extraordinária. Os vereadores não querem algum serviço público não seja executado pela não aprovação do Orçamento.
Em 7 de dezembro de 2013, em matéria do então jornalista da Folha Alexandre Bastos, o vereador Rafael Diniz realmente defendeu (aqui) o limite do remanejamento do Orçamento em 10%, contra os 50% que seriam aprovados pelo “rolo compressor” de Rosinha:
— Não é de hoje que existe essa espécie de cheque em branco. O governo nos apresenta um Orçamento com os valores para cada pasta. Porém, o mesmo governo ganha da Câmara o direito de remanejar até 50%. Ou seja, o que aprovamos pode ser alterado de uma hora para a outra. Por isso, a bancada de oposição vai propor uma diminuição deste remanejamento para 10% — defendia o atual prefeito.
Seis anos depois, após analisar o parecer do CCJ, Robson Maciel Júnior disse que a solução do impasse deve ser política:
— O resultado na votação da lei orçamentária reflete o descontentamento dos vereadores quanto a (im)possibilidade, imposta pelo argumento técnico, de deliberarem acerca do limite de abertura dos créditos suplementares. Necessário será articular politicamente junto aos vereadores para votarem o melhor conteúdo para a população de Campos — aconselhou o ex-procurador da Câmara.
Líder do grupo de vereadores do G-8, que foram governistas até a sexta-feira 13 de dezembro (aqui), o vereador Igor Pereira (PSB) conseguiu emparedar a administração Rafael Diniz (Cidadania) na Câmara Municipal. E agora trabalha em dois outros objetivos. Pleito do G-8, o primeiro é conseguir com que o limite do remanejamento do Executivo, de 30% para apenas 10% do valor total do Orçamento, seja aceito por outros três pré-candidatos a prefeito: o deputado federal Wladimir Garotinho (PSD), o estadual Rodrigo Bacellar (SD) e Caio Vianna (PDT). O segundo seria um projeto de poder pessoal. Se reeleito vereador com boa votação, Igor mira na presidência da Câmara Municipal na próxima Legislatura. De onde se lançaria em 2022 para deputado estadual, em dobradinha com o federal Hugo Leal (PSB), seu aliado. É um futuro distante para um 2019 que não terminou e (confira aqui) deve entrar em 2020.
Igor articulou e liderou o rompimento do G-8 com o prefeito. Que, nas sessões das últimas terça (17) e quarta (18) resultou na derrota (relembre aqui e aqui) de todos os oito projetos de contingenciamento do governo Rafael. Além da sua proposta orçamentária para o próximo ano, depois que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara barrou da votação a emenda do G-8 para limitar o remanejamento do Executivo em 10% — foi de 30% nos três primeiros anos de Rafael, e 50% nos oito anos de Rosinha Garotinho (hoje, Patri). Por conta disso, mesmo que o ano de 2019 acabe antes do impasse, segundo a Lei Orgânica do Município, o Legislativo goitacá pode ter que avançar os primeiros dias de 2020 para resolver a questão.
Conforme prometido, o governo municipal reagiu e publicou no Diário Oficial de 24 de dezembro, véspera de Natal, a exoneração de 28 cargos comissionados. Além de Igor, que teve mais de 10 indicações na guilhotina política, também perderam cargos no Executivo os edis Marcelo Perfil (PHS), Ivan Machado (PTB) e Paulo Arantes (PSDB). Outros quatro nomes do G-8, os vereadores Jorginho Virgílio (Patri), Luiz Alberto Neném (PTB), Joilza Rangel (PSD) e Enock Amaral (PHS) tiveram suas indicações no governo por enquanto preservadas. O que deixa as portas abertas para as negociações com o grupo do prefeito. O presidente da Câmara, Fred Machado (Cidadania), o ex-presidente e deputado federal Marcão Gomes (PL), o líder governista Genásio (PSC) e o secetário de Governo Alexandre Bastos trabalham na articulação. Além do próprio Rafael.
Após queimar seus navios com o prefeito, e vice-versa, Igor busca a guarida com os pré-candidatos a prefeito Wladimir, Rodrigo e Caio. Antes, durante e depois do rompimento com Rafael, o líder do G-8 foi convidado diversas vezes pela Folha para dar sua versão sobre o caso. Mas se esquivou em todas as oportunidades. Na última vez que falou com o jornal, como publicado (aqui) no Ponto Final do último dia 14, o vereador disse:
— Chance zero de eu ser vice de qualquer candidato a prefeito. Sou candidato à reeleição de vereador. E não vou votar contra o servidor. Falo por mim e pelos vereadores Neném, Joilza, Paulo Arantes, Silvinho (Patri), Ivan Machado, Enock e Perfil. Quanto a limitar o remanejamento do Orçamento em 10%, isso não é engessar o governo. Se precisar de 30%, que passe pela Câmara e a gente discute junto. Não importa se Rosinha tinha 50%. Isso já passou. Rafael tem que entender que estamos do mesmo lado. A vida é feita de escolhas. Se entender que não estamos do mesmo lado, a escolha é dele.
Sem retorno às tentativas de contato com Igor feitas durante toda a semana, na noite do dia 25 se buscou uma entrevista com o vereador Jorginho Virgílio, para ter a versão do G-8. Seria para o programa Folha no Ar na manhã desta sexta (27), na Folha FM 98,3. Após aceitar verbalmente, Virgílio disse que tentaria também convidar Igor. Mas depois retornou dizendo que este dera ordem para não conceder nenhuma entrevista.
Segundo Jorginho, Igor teria dito que “toda essa confusão começou com a entrevista (reveja aqui) do José Paes (procurador-geral do município) ao Folha no Ar de segunda (16)”. Na verdade, um trecho da entrevista do procurador, onde ele disse que quem votasse contra o governo, não teria mais espaço no governo, foi viralizado em grupos de WhatsApp locais de oposição. E foi usado por Igor como para reforçar sua liderança sobre o G-8 nas votações de terça e quarta daquela semana.
Na verdade, apesar de não retornar às tentativas de contato, não foi difícil saber dos passos políticos do líder do G-8 em seu processo de ruptura com o governo. Confira abaixo o que foi apurado a partir de fontes que preferiram manter o anonimato:
Com Wladimir — O deputado federal, que também conversou os vereadores Silvinho e Enock, acha inviável os 10% de remanejamento no Orçamento. E disse a Igor, que o ligou duas vezes, que seria impossível a qualquer prefeito de Campos governar assim. No seu grupo, há quem classifique a tentativa de impor o limite dos 10% de “uma extorsão da Câmara”. Após o acirramento da crise com as exonerações de Rafael, a opinião do seu principal opositor é de que a polarização só seria boa para o líder do G-8.
Com Rodrigo — Conversou com Joilza na segunda(23), com Igor ontem (25) e hoje (26), com Perfil. Ligou para Rafael na sexta (20) e se ofereceu como ponte no diálogo com o G-8, mas entendeu que a tarefa se tornou difícil após as exonerações de terça (24). O deputado foi o único que falou diretamente: “Acho que todos devem esfriar a cabeça e a maturidade prevalecer. A cidade não pode padecer por conta dessa briga, que só interessa a um lado: Wladimir Garotinho”.
Com Caio — Almoçou com Igor na véspera de Natal, em um tradicional restaurante da cidade. Como Rodrigo é deputado estadual e, caso abra mão da própria pré-candidatura a prefeito de Campos, um dos principais apoiadores do pedetista em 2020, um obstáculo é a pretensão do líder do G-8 em também se candidatar à Asssembleia Legislativa. Rodrigo, que tem boa relação com Igor, só não tentaria a reeleição como deputado se, até lá, fosse nomeado para conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE).
A seis dias do fim do ano, o Poder Legislativo de Campos não está em recesso. Na sexta-feira 13 de dezembro, o blog anunciou aqui que o grupo de vereadores governistas conhecido como G-8 romperia com o prefeito Rafael Diniz (Cidadania), na antecipação do ano eleitoral de 2020 neste final de 2019. Só que o resultado foi um tiro pela culatra do tempo: empurrou 2019 para dentro de 2020. Como a proposta orçamentária de Campos para o próximo ano foi recusada (aqui) na sessão legislativa de quarta (18), determina a Lei Orgânica do Município, no parágrafo 2º do Artigo 25:
— A sessão legislativa ordinária não será interrompida ou encerrada sem que seja concluída a votação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias e de projeto de lei do orçamento.
Assim, as sessões da Câmara da terça (24) e quarta (25) desta semana só não aconteceram porque foram véspera e dia de Natal. Assim como as da terça (31) e quarta (01) da próxima, só não ocorrerão por conta do Réveillon. Mas, a não ser que uma sessão extraordinária seja marcada antes, a próxima sessão ordinária da terça, dia 7 de janeiro, a questão do Orçamento voltará obrigatoriamente à pauta.
Até lá, as negociações de bastidores têm estado e prometem continuar intensas. Entre interesses particulares e de grupos políticos, visam às eleições a vereador e prefeito de Campos em 2020. E envolvem tanto os ex-vereadores governistas do G-8, quanto o governo Rafael. Assim como três pré-candidatos a disputar o cargo com o prefeito nas urnas de outubro: o deputado federal Wladimir Garotinho (PSD), o estadual Rodrigo Bacellar (SD) e Caio Vianna (PDT).
Enquanto isso, com suas receitas do petróleo (relembre aqui) em queda vertigionosa, o Orçamento que Campos terá no ano eleitoral e o meio milhão de campistas que dele dependem são transformados em mero pano de fundo.
Faltando uma semana para o fim de 2019, o ano ainda guarda a confirmação de uma boa notícia para Campos. O município vai receber R$ 10 milhões em verbas de custeio para a Saúde Pública do município — R$ 5 milhões deles especificamente para o Hospital Geral de Guarus (HGG), como prometeu o governador Wilson Witzel (PSC) como prometeu aqui, em visita à cidade, em 21 de novembro.
O cumprimento da promessa e sua ampliação foram articulados hoje pelo presidente deputado estadual Bruno Dauaire, do PSC, e o presidente do partido em Campos, Marcelo Mérida. Líder do partido do governador na Assembleia Legislativa, o parlamentar ligou para o secretário estadual de Saúde Emar Santos, que confirmou os R$ 10 milhões ainda para este ano. Aliado de Bruno no pleito, Mérida é pré-candidato a prefeito de Campos.
O sonho acabou. Foi como Paul McCartney anunciou o fim dos Beatles, referência maior da cidade de Liverpool. Desde o fim de agosto, quando o Flamengo embalou de vez no Brasileirão e na Libertadores da América, um sonho era cantado por 42 milhões de almas: “E agora o seu povo/ Pede o mundo de novo”. Mas da maneira como se deu ontem (21) a decisão do Mundial de Clubes, quem sonhou pode se orgulhar da realidade. Desde 2005, quando passou a ser disputado pelos campeões de todos os continentes, o time carioca foi o primeiro a jogar de igual para igual a final contra o campeão da Europa. O título foi vencido com justiça pelo Liverpool, que criou mais chances de gol, mas teve menos posse de bola. O placar final de 1 a 0 foi alcançado no único recurso que os sul-americanos passaram a adotar para tentar vencer os europeus: o contra-ataque. E só na prorrogação, com domínio de lado a lado no movimentado empate sem gols dos 90 minutos regulamentares.
A realidade do jogo se imporia antes do seu início, no Estádio Internacional Khalifa, em Doha, no Qatar. Depois de especular que poderia poupar titulares para o Campeonato Inglês pelo qual volta a campo nesta quinta (26), o treinador alemão Jürgen Klopp desfez o mistério. Contra o Flamengo, o campeão da Europa não ousou entrar em campo sem sua força máxima. Como havia feito contra o mexicano Monterrey, na semifinal de quarta (18), quando escalou só quatro titulares e quase se complicou. Venceu por 2 a 1 com o gol de Firmino, literalmente aos 45 do segundo tempo. Ontem, o atacante brasileiro seria novamente o herói do time inglês.
Logo no início da partida, a aposta de Klopp contra o Flamengo pareceu que conduziria a um massacre. Semelhante aos 4 a 0 que o Barcelona de Messi impôs ao Santos de Neymar em 2011. Até a final de ontem, tinha sido o último campeão sul-americano a tentar jogar de igual para igual a final de um Mundial contra o campeão europeu. Oito anos depois, o começo do Liverpool foi arrasador. Nos primeiros cinco minutos da partida, criou três chances de gol em conclusões de Firmino, do meia guienense Keita e do lateral-direito Alexander-Arnold.
Foi só a primeira impressão. E não ficou. Com o mesmo autocontrole que teve para superar todos os obstáculos na conquista da Libertadores e do Brasileiro, o Flamengo encaixou a marcação para impor seu jogo ao Liverpool na maior parte do primeiro tempo. Sobretudo na velocidade de Bruno Henrique, penetrou com perigo pelo menos oito vezes na área do time inglês. Mas não colocou o goleiro brasileiro Alisson para trabalhar. Como não trabalhou Diego Alves.
A segunda etapa começou como a inicial. Logo no primeiro minuto Firmino voltou a receber um lançamento longo e quase abriu o placar. Dentro da área, ele deu um chapéu no zagueiro Rodrigo Caio com a direita e bateu de canhota. A bola explodiu na trave e cruzou a linha do gol. Aos 7, Alisson faria sua primeira grande defesa, em chute rasteiro de Gabigol dentro da área, após passe de Éverton Ribeiro. Aos 23, o centroavante flamenguista colocou o goleiro do Liverpool para trabalhar de novo, ao bater de puxeta um cruzamento de Bruno Henrique. Mas a defesa mais difícil no segundo tempo foi de Diego Alves. Aos 40, ele voou para trocar de mão e espalmar por cima do travessão o chute venenoso do meia Henderson, de fora da área.
Aos 45 da etapa final, o árbitro catariano Al Jassim Abdulrahman chegou a marcar um pênalti de Rafinha sobre o incansável atacante senegalês Mané, quase na linha da área. Orientado pela cabine do VAR, ele reviu o lance. Não marcou nem falta, considerando que o lateral-direito do Flamengo tocou primeiro na bola, anulando o cartão amarelo que havia lhe dado.
Veio a prorrogação. Que definiria o jogo aos 8 minutos. Após Filipe Luís tentar uma rara subida pela esquerda, o contra-ataque foi iniciado por Henderson. Ele acertou lançamento a Mané, que serviu à penetração de Firmino pela área. O brasileiro deslocou Rodrigo Caio e Diego Alves, no mesmo corte para dentro, e bateu para abrir o placar. Que quase foi ampliado dois minutos depois, em chute de fora da área do craque egípcio Salah, obrigando Diego a outra defesa difícil.
A melhor chance de empatar e levar à decisão dos pênaltis veio a menos de dois minutos do fim, quando Vitinho cruzou da direita para o jovem Lincoln, que entrara depois do gol no lugar de Gérson. Com apenas 19 anos, coube a ele a melhor chance do Flamengo na final do Mundial. Mas, sem marcação, chutou dentro da área por cima do gol de Alisson.
Muitos lembraram que o Liverpool só dominou o jogo no segundo tempo depois que o treinador português Jorge Jesus substituiu Arrascaeta por Vitinho, e Éverton Ribeiro por Diego Ribas. Não foram substituições felizes, como haviam sido em outras oportunidades. Na coletiva, tentou justificar: “Fomos mexendo porque havia alguns jogadores com fadiga de jogo”. Sobre o saldo do time que assumiu em junho, o técnico disse: “Não foi uma temporada inesquecível, mas foi uma temporada brilhante”. Desde o Santos de Pelé, em 1963, o time de Jesus foi o primeiro a vencer a Libertadores e o Brasileiro no mesmo ano.
Em dezembro de 2019, o Liverpool conquistou seu primeiro Mundial. E se igualou ao Flamengo. Foi só 38 anos depois de tentar fazê-lo pela primeira vez. Quando levou uma goleada de 3 a 0 do mítico time de Zico. Que permanece como a temporada mais brilhante dos 124 anos da história rubro-negra.
Capaz de fazer com que o zagueiro Van Dijk, estrela holandesa do clube inglês, custe mais do que todo o time sul-americano batido na final do Mundial por 1 a 0, o futebol de hoje pode ser determinado pelo poder econômico. Mas parece ainda incapaz de cobrar juros àquele “dezembro de 81”.
No que merecerá lembrança de 2019, aos torcedores contra e a favor, é calcular o que ficou para além do sonho do Flamengo.
“Espero que meus sonhos se tornem realidade” (“Hope that my dreams will come true”). É o verso da música “All My Loving” (“Todo o Meu Amor”), dos Beatles, referência maior da cidade de Liverpool. É com todo o seu amor que 42 milhões de almas, um entre cada cinco brasileiros viventes, assistirão ao confronto real com que tanto sonharam. Trinta e oito anos depois do mítico time de Zico, o Flamengo decidirá outro Mundial contra o Liverpool. A bola rola a partir das 14h30 de hoje, no Estádio Internacional Khalifa, em Doha, capital do Qatar. Campeão da América do Sul, o time carioca é apontado por seus torcedores e adversários como uma seleção brasileira. Campeão da Europa, o clube inglês exibe craques do seu continente, da África e do Brasil. É, sem favor, uma seleção mundial. Mas, quando o apito final do árbitro catariano Abdulrahman Al-Jassim ecoar na Península Arábica, o mundo do futebol conhecerá só um novo senhor. Que a História conhecerá de cor: Rubro-Negro ou Reds.
É também de cor, e salteado, que brasileiros e sul-americanos aprenderam a conhecer o time com que o treinador português Jorge Jesus iniciará o jogo. Os 11 só jogaram juntos sete vezes. E nunca perderam. Ao todo foram seis vitórias e um empate com Diego Alves, Rafinha, Rodrigo Caio, Pablo Marí e Filipe Luís; Willian Arão, Gérson e Éverton Ribeiro; Arrascaeta, Gabigol e Bruno Henrique. A dúvida é como o técnico alemão Jürgen Klopp escalará o time inglês. Se puser a força máxima entre os 20 jogadores que levou ao Qatar, entrará em campo com Alisson, Alexander-Arnold, Joe Gomez, Van Dijk e Robertson; Milner, Henderson e Keita; Salah, Firmino e Mané. O meia holandês Wijnaldum, que seria titular, vem de lesão muscular na coxa esquerda e não participou do último treino de ontem.
Não está descartado que o Liverpool possa poupar mais titulares para o seu compromisso da próxima quinta (26), quando enfrentará o vice-líder Leicester City pelo Campeonato Inglês. Em sua fase como Premier League, criada em 1992, os Reds nunca ganharam o mais qualificado campeonato nacional do mundo. Que atualmente lideram com 10 pontos de vantagem e é o principal objetivo assumido por sua torcida, técnico e jogadores. Na coletiva de ontem, Klopp tentou explicar a diferença na maneira como o Mundial é encarado por seus dois finalistas:
— O Flamengo foi enviado para cá do seu continente com uma ordem clara de vencer e voltar como heróis. Nossos torcedores disseram: “Fique em casa e jogue a Taça Carabao (da Liga Inglesa, da qual foi eliminado na terça com seu time sub-23, goleado de 5 a 0 pela equipe principal do Aston Villa)”. Essa é uma diferença enorme. Nós não podemos mudar isso. Mas estamos aqui e queremos vencer a competição, mesmo quando sabemos que é muito difícil porque o outro time é muito, muito bom. Mas é assim nas grandes competições.
Se o germânico é hoje considerado o melhor treinador do mundo, pelo trabalho consistente de quatro anos que desenvolve no Liverpool, seu colega lusitano precisou de apenas seis meses para eclodir uma revolução no futebol brasileiro. Desde o Santos de Pelé, em 1963, o Flamengo de Jesus se tornou o primeiro time a ganhar o Brasileiro e a Libertadores no mesmo ano. Antes de fechá-lo com a final do Mundial, o técnico rubro-negro disse na sua coletiva:
— A comparação que podemos ter (do Liverpool) com o Flamengo é que o Flamengo vem de uma temporada de títulos. Como o Bruno Henrique diz, são duas equipes que estão em outro patamar. O Flamengo consegue contratações de um bom nível no Brasil, mas não há comparação. Vamos enfrentar um campeão da Champions. São os melhores do mundo. O Flamengo entrou em uma órbita onde podemos fazer equilíbrio com diferença tática. A diferença é que os europeus têm os melhores jogadores do mundo.
Apesar das diferenças, Flamengo e Liverpool têm também muitas semelhanças. Taticamente, atuam compactados entre seus três setores, com a linha alta de marcação que buscam impor no campo oposto. Ambos têm um trio de ataque capaz de tirar o sono de qualquer defesa do planeta. Somados os 18 gols do uruguaio Arrascaeta, aos 43 de Gabigol, mais os 35 de Bruno Henrique, foram 96 bolas no fundo das redes adversárias em 2019, média de 1,57 gol por jogo. No time inglês, apesar da fama maior contra oponentes mais qualificados, os números da sua trinca ofensiva são inferiores. Neste ano, anotaram 66 gols, média de 1,34 gol por partida, com 30 do senegalês Mané, 24 do egípcio Salah e 12 do brasileiro Firmino.
Temidos pela qualidade dos seus homens de frente, Liverpool e Flamengo também podem dar medo aos seus torcedores por problemas na defesa. Relacionado por Klopp para a semifinal de quarta (18), contra o mexicano Monterrey, o holandês Van Dijk passou mal e nem chegou a sair do hotel. Mesmo sendo zagueiro, foi eleito pela Fifa como segundo melhor jogador do mundo em 2019, atrás apenas de Lionel Messi. Sua ausência foi nítida na facilidade que o adversário da quarta teve para armar jogadas de contra-ataque. Assim como na falha da linha de impedimento que permitiu ao time do México empatar o jogo — cujo placar de 2 a 1 só seria definido a favor dos Reds aos 45 do segundo tempo.
Sem o zagueiro holandês, considerado o melhor do mundo na posição, o Monterrey dos atacantes colombiano Pabón e argentino Funes Mori deu muito trabalho ao goleiro brasileiro Alisson na semifinal. E levantou a curiosidade: o que poderiam fazer na final do Mundial atacantes superiores, como os flamenguistas Bruno Henrique e Gabigol, sem a vigilância de Van Dijk? Ausente do treino de quinta (19), ele apareceu no de ontem. Se não puder jogar, será mais uma vez substituído na zaga do Liverpool pelo volante Henderson, posição em que atuou visivelmente desconfortável na quarta. O outro zagueiro do time inglês, Joe Gomez, jovem de 22 anos, é reserva do croata Lovren, que não viajou ao Qatar por contusão.
No Flamengo, os problemas na defesa também ficaram nítidos no gol que o time tomou do árabe Al-Hilal, para abrir o placar da outra semifinal do Mundial, na terça (17). A jogada construída no setor esquerdo da defesa rubro-negra, até a conclusão dentro da área, foi muito semelhante à do primeiro gol do River Plate, pela final da Libertadores. Como foram daquele lado que saíram dois dos quatro gols que Vasco e Santos fizeram, cada um, em seus últimos confrontos com o time de Jesus no Brasileirão.
A falha no sistema defensivo do Fla se deve à condição do experiente lateral-esquerdo Filipe Luís. Ele sente o ligamento lateral do joelho esquerdo desde o primeiro jogo contra o Grêmio, pela semifinal da Libertadores. E o problema físico é agravado taticamente pela limitação na cobertura do zagueiro espanhol Pablo Marí, alto e técnico, mas lento. Jesus está ciente da necessidade de solução. Que é dificultada tanto pela queda de rendimento dos volantes Arão e Gérson nos últimos jogos, quanto pelo fato de que o maior craque entre os 22 que entrarão hoje em campo atua no ataque do Liverpool naquele setor: Mohamad Salah.
Do outro lado, Mané também deve dar trabalho ao lateral-direito Rafinha. Que, como Filipe Luís, pode apoiar menos do que de hábito, para não expor a defesa. Pelo Liverpool, os laterais também são destaque, considerados os melhores do mundo: Alexander-Arnold na direita, líder de assistências na Premier League, como demonstrou no gol de Firmino que deu a vaga à final de hoje, e Robertson na esquerda. Vindo do meio, quem costuma aparecer como homem-surpresa na área adversária é o guineense Keita. No lado oposto, quem faz esse papel é o meia-atacante Éverton Ribeiro, motor do Flamengo e municiador do seu ataque.
Pelo Rubro-Negro, quem tem saído do banco para fazer a diferença na criação de jogadas e ajudar a virar placares adversos é o meia Diego Ribas, típico camisa 10 que Jesus reinventou como segundo volante. O problema, como advertiu Zico, é que se hoje fizer um primeiro tempo ruim, como contra o River e o Al-Hilal, o time da Gávea pode ser punido por um adversário com grande poder ofensivo. E intensidade de jogo muito semelhante à sua, que não costuma diminuir após marcar o primeiro gol. Quem impuser suas características comuns de marcação alta, posse de bola e intensidade sobre o outro, terá vantagem no duelo de hoje.
Desde 2005, quando o Mundial de Clubes passou a ser disputado entre os campeões de todos os continentes, não só entre os da América do Sul e da Europa, esta nunca deixou de ter um representante na final. Que nenhum time sul-americano conseguiu mais vencer propondo o jogo. Só na base de esquemas defensivos em busca de uma bola de contra-ataque. O Santos de Neymar tentou atuar de igual para igual em 2011, mas pegou o Barcelona de Messi no auge e levou um passeio de 4 a 0. Parecido com os 3 a 0 que o Flamengo impôs ao Liverpool “em dezembro de 81”, como canta a plenos pulmões a maior torcida da Terra.
É pela glória de Zico que o Flamengo joga hoje. Diante do mesmo grande time da terra dos Beatles, o placar final será incapaz de alterar os versos do rubro-negro Ary Barroso para o samba “Não Posso Acreditar”. Que também é conhecido nas rodas de bamba cariocas como “Sonhei”: “Dizem que o sonho é mentira/ É por isso que eu te digo/ Que não fiquei cismado/ Quando sonhei contigo”.