No microfone do Folha no Ar 1ª edição, na Folha FM 98,3, o principal grupo de oposição à prefeita de São Francisco de Itabapoana, Francimara Barbosa Lemos (PSB), estará unido na eleição municipal de outubro. No programa da manhã de ontem (11), o pré-candidato Marcelo Garcia (PSDB) disse (aqui) que apoiaria o empresário atacadista e produtor rural José Renato Pontes (sem partido), se este for o nome escolhido do grupo — cujo principal nome é o ex-prefeito Pedrinho Cherene (atual MDB), impedido de concorrer por decisão judicial. E, na manhã de hoje (12), no espaço democrático da rádio mais ouvida de Campos e região, foi a vez de José Renato, que é cunhado de Pedrinho, dar a contrapartida. E se Marcelo for escolhido como o candidato?
— Sim, não tenho nada a opor. Vou (apoiar Marcelo, se ele for o escolhido). Nós temos que sentar para definir, para conversar. Não tem prazo. Eu tenho conversado com o Marcelo. É outra pessoa que tem muito boa vontade por São Francisco, não se pode negar isso. E eu vejo ele como um bom pré-candidato. É um cara que tem uma carreira política. Ninguém pode negar o conhecimento, a inteligência de Marcelo Garcia.
Diferente de Marcelo, que embora espere contar com o apoio de Pedrinho, mas propõe uma renovação radical na administração de São Francisco, José Renato se mostrou apegado à tradição. Que divide a política são fransciscana entre as famílias Cherene e Barbosa Lemos, desde a emancipação do município de São João da Barra, em 1995:
— Eu tive um professor. E quando o professor é bom, o aluno tem que ser melhor que o professor. O aluno tem que ser dedicado pra ser melhor. Meu professor foi (o ex-prefeito) Pedro Cherene (falecido e pai de Pedrinho), que me ensinou muito. Pode vir um nome lá, mas vai sair de um desses dois grupos. Marcelo Garcia é do grupo dos Cherene. Quando ele rompeu com Pedrinho e se lançou candidato a prefeito (em 2016) como terceira via, ele não conseguiu. E tirou a eleição de Pedrinho. Quando acabou a eleição, eu estive com Pedrinho e perguntei: “O que você imagina que tirou sua (re)eleição? Ele disse: “Foi a candidatura de Marcelo”.
Neste ponto da entrevista, José Renato foi indagado por Edmundo Siqueira, em participação especial na bancada do Folha no Ar, se o que houve na eleição de 2016 pode influenciar a escolha do candidato de oposição a prefeito em 2020. O entrevistado negou, pregou a união do grupo e o respeito à prefeita Francimara, cujo governo havia sido duramente criticado por Marcelo:
— Não, não vejo (influência de 2016 em 2020). Tem que juntar o grupo, tem que juntar as pessoas, sem ter vaidade nenhuma. Agora eu vou falar uma coisa: nós temos que ter temor a Deus, mas nunca podemos subestimar ninguém. E, na eleição de 2016, subestimaram Francimara. E ela saiu do zero e ganhou a eleição. Tem que respeitar. Tem gente que subestima o outro, não tem? Então, o que aconteceu na eleição de São Francisco em 2016 foi isso.
José Renato também respondeu a uma pergunta feita no Folha no Ar do dia anterior a Marcelo Garcia. Que papel Pedrinho Cherene teria em um eventual governo seu?
— Bom, ele tem sua experiência política. Ele tem sua experiência administrativa. A gente aprende mais nos erros do que nos acertos. E a gente cresce mais na dificuldade do que na facilidade. Não sei se ele (Pedrinho) vai querer compor. Poderia até oferecer uma secretaria de Saúde a ele (que é médico). Mas ele tem o problema com a Justiça e precisa resolver isso primeiro. Ele está recorrendo e continua a dizer que é pré-candidato. Pedrinho é um cara inteligente. Nós somos cunhados. Pedrinho seria um bom conselheiro do meu (eventual) governo.
O entrevistado também citou outras pré-candidaturas a prefeito em São Francisco, além da dele, de Marcelo e de Francimara:
— Nós temos lá Papinha (ex-deputado estadual e ex-vereador em Campos, PSL), temos a Thaise Manhães (PMB) que também se lançou pré-candidata, é uma pessoa muito trabalhadora, é enfermeira. Papinha, todo mundo sabe que é político. Voltando, vou falar de novo: nós não podemos subestimar ninguém. Ele (Papinha) está lá, fazendo o trabalho dele, ocupando o seu espaço. O sol nasceu para todos. Tem que respeitar.
Confira nos três vídeos abaixo a íntegra da entrevista de José Renato Pontes ao Folha no Ar: