Na estrada, serpenteando entre a Serra do Mar e o Atlântico para longe da planície goitacá, ouvi no rádio do carro a transmissão do Flamengo 3 a 0 Atlético Paranaense. O jogo foi no criminoso calor da hora do almoço, no verão seco de Brasília.
A despeito dos muitos reforços, o time de Jorge Jesus começou 2020 como marcou a história do futebol brasileiro em 2019. Com gols de Bruno Henrique, Gabigol e Arrascaeta. E a conquista de mais um título. Agora, o da Supercopa do Brasil, entre os vencedores do Brasileiro e da Copa do Brasil.
Não deixou de ser também uma revanche. Em julho do ano passado, no início do trabalho de Jesus, o Atlético PR eliminou o Flamengo (relembre aqui) das quartas de final da Copa do Brasil. Foi em pleno Maracanã, na disputa de pênaltis, após empate de 1 a 1 no tempo normal.
Aquela eliminação rubro-negra serviu para a segunda maior torcida do Brasil, a antiflamenguista (entenda aqui), reeditar a provocação do “cheirinho”. Empurrada goela abaixo no final de novembro com os títulos da Libertadores (aqui) e do Brasileiro (aqui), que antes só o Santos de Pelé conquistara em um mesmo ano.
Nesta quarta-feira, dia 19, o Flamengo sobe aos 2.850 metros da altitude de Quito, no Equador, para fazer o jogo de ida da final da Recopa Sul-Americana, contra o Independiente del Valle. E no sábado, dia 22, faz a final da Taça Guanabara contra o Boa Vista. Foi após bater o Fluminense. E Vasco e Botafogo não se classificarem sequer à semifinal do 1º turno do Estadual.
Realmente, o Flamengo parece estar “em outro patamar”, como sentenciou Bruno Henrique, após o empate de 4 a 4 com o Vasco (aqui) pelo Brasileiro do ano passado. Mas como ficou evidente na derrota pela final do Mundial contra o Liverpool (aqui), em 21 de dezembro, ainda não é o mesmo dos gigantes europeus.
O caminho não é fácil. E estará sempre sujeito a tropeços e quedas. Sobretudo a quem calçar salto alto. Mas o Flamengo de Jesus parece caminhar na ascensão de novos degraus.