Como o empresário Joilson Barcelos, que desistiu (relembre aqui) da sua pré-candidatura à Prefeitura de Campos no Folha no Ar 1ª edição de 1º de agosto de 2019, o odontólogo Alexandre Buchaul (ex-PSDB) não é mais pré-candidato a prefeito da cidade. Ele também anunciou isso hoje (03) no programa matinal da Folha FM 98,3, rádio mais ouvida (confira aqui) de Campos e região:
— Vem a questão da política real. Aí, você precisa de partido. Conversei com os partidos em que cabia a questão programática. E, lamentavelmente, partido político no Brasil não adere muito aos próprios programas. É muito mais uma disputa pela chave do cofre, na maioria deles, que uma disputa por colocação de programas em execução. E eu não consegui um partido que permitisse essa candidatura sem que tivesse a necessidade de romper com certos princípios. E aí eu não vou ter condição de candidato a prefeito, vou retirar minha pré-candidatura em função disso. Eu tive a oportunidade de anunciar aqui (no Folha no Ar de 15 de julho de 2019) a minha pré-candidatura e estou tendo a oportunidade de anunciar aqui a minha saída.
Buchaul também não vai se candidatar a vereador. Embora outros nomes do seu grupo, que saíram com ele do PSDB, devam fazê-lo. Mas, segundo ele, a retirada da sua pré-candidatura lhe dá mais isenção para comentar o cenário da eleição à Prefeitura. Ele a vê afunilada entre os nomes do prefeito Rafael Diniz (Cidadania), do deputado federal Wladimir Garotinho (PSD) e do pré-candidato Caio Vianna (PDT). Embora crítico aos três, o odontólogo identificado com o conservadorismo político considerou o filho do ex-prefeito Arnaldo Vianna (PDT) a pior opção para Campos:
— Caio Vianna é uma incógnita muito grande. Porque ele tenta se vender como filho do Arnaldo, mas ele é muito mais o filho da mãe, o filho da Ilsan (Vianna, PDT, ex-vereadora). Até pela questão do relacionamento do Arnaldo e da Ilsan muito conturbado, cheio de escândalos, a questão do afastamento (de Arnaldo da Prefeitura, em 2004), a questão do desfile da escola de samba Imperatriz Leopoldinense (que em 2002, quando Arnaldo era prefeito, recebeu R$ 1,8 milhão do dinheiro público de Campos, para a cidade ser enredo na Sapucaí). Não por acaso Caio estava lá agora, de novo, no Sambódromo. Espero que não negociando o próximo desfile da mãe (Ilsan desfilou como destaque da Imperatriz em 2002). Tem essa relação difícil que ele já está construindo com os Bacellar e que levou o (ex-)prefeito Alexandre Mocaiber à situação em que esteve. Não coincidentemente, talvez o maior articulador político de Caio Vianna quem é? Rodrigo Bacellar (SD, deputado estadual). Entre esses três (Rafael, Wladimir e Caio), Caio talvez seja o pior; a pior opção para Campos. É a opção mais frágil. E vai trazer um ranço da má administração da mãe junto com o pai. A mãe interferindo muito na gestão.
Após anunciar sua desistência da pré-candidatura a prefeito de Campos, Buchaul também criticou o atual, Rafael Diniz:
— O governo Rafael também fez muitas promessas durante a campanha (de 2016). As promessas não realizaram. Ele não aproveitou a janela que tinha para as reformas, perdeu o timing. Errou em duas coisas que o Ricardo Amorim (economista e jornalista do Manhattan Connection, da Globo News) oportunamente colocou na palestra dele (no Trianon em 21 de agosto de 2019), que fazem um empreendimento falhar: timing e time de execução. Rafael errou nos dois. Ele errou no timing e ele errou no time de execução. Se a equipe de governo não está acertando, ele tinha que mudar algumas peças. E ele não fez isso, as peças foram mantidas e a coisa não caminhou, não evoluiu. As reformas não foram feitas e ele está chegando ao final do mandato em frangalhos. Com a rejeição que teria se tivesse feito as reformas, sem ter feito as reformas.
Se creditou um “mandato razoável de deputado federal” a Wladimir Garotinho, o entrevistado do Folha no Ar também não poupou o filho do casal dos ex-governadores de críticas:
— Wladimir tem a história dos Garotinho nas costas. Carrega nos ombros a história do pai e da mãe, as condenações de Garotinho e Rosinha. Está um mandato razoável de deputado federal, tem conseguido alguns avanços, algumas verbas para o município. Ele está conseguindo se articular em Brasília, está conseguindo avançar. A maior dificuldade de Wladimir que eu vejo em um eventual mandato de prefeito são os compromissos que ele vem carregando de pai e mãe, que Campos não comporta mais. Tem um time grande demais para abrigar, compromissos com eleições grandes demais para sustentar lá na frente. Se Garotinho tiver condição de elegibilidade, não tenho dúvida alguma.
Confira abaixo os três vídeos da entrevista de Alexandre Buchaul ao Folha no Ar. O bloco em que ele analisa a eleição a prefeito de Campos é o último: