Deputado estadual e “pré-candidatíssimo” a prefeito de Campos, o policial militar reformado Gil Vianna deve reassumir a liderança do PSL na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). A possibilidade foi adiantada ontem (aqui) pela jornalista Berenice Seara, do jornal carioca O Extra, e repercutida (aqui) na coluna Ponto Final de hoje, na Folha da Manhã. E procede. Gil foi o nome de consenso surgido na disputa que divide o PSL fluminense entre governistas (que apoiam o governador Wilson Witzel, PSC) e bolsonaristas.
Após ter eleito 12 deputados em 2018, a maior bancada estadual da Alerj, o PSL ficou com 10 após a expulsão dos deputados bolsonaristas Coronel Salema e Rodrigo Zaca, no início deste mês. No final do ano passado, a legenda rachou nacionalmente entre sua cúpula e o clã Bolsonaro, pela disputa das milionárias verbas do fundo partidário. Com a perda de força, a ala bolsonarista do PSL na Alerj ficou com apenas cinco deputados, contra cinco pró-Witzel. Entre eles, Gil.
Essa ala ligada ao governo estadual, com a assinatura de Gil, tentou apear o bolsonarista Doutor Serginho da liderança do partido na Alerj. Mas o nome apresentado, do deputado Rodrigo Amorim, ficaria empatado com outro nome apoiado pelos bolsonaristas, que provavelmente seria Márcio Agualberto. Como este é três anos mais velho que Amorim, venceria no critério desempate. Na queda de braço, o parlamentar de Campos foi lançado como nome de consenso ao cargo de líder que já ocupou.
A favor de Gil, pesa o fato dele, apesar de pró-Witzel, manter boa ligação com o senador Flávio Bolsonaro (sem partido). No último programa Folha no Ar 1ª edição do qual participou (relembre aqui), em 27 de janeiro, quando se anunciou “pré-candidatíssimo” a prefeito de Campos, o deputado disse ao microfone contar com a força eleitoral desse apoio nas urnas municipais de outubro. No segundo turno da eleição presidencial de 2018, Jair Bolsonaro teve 64,87% dos votos dos campistas.