A propagação do coronavírus pode cancelar as manifestações bolsonaristas contra o Congresso Nacional neste domingo, dia 15. Sobretudo depois que Donald Trump foi exposto ao novo vírus por Jair Bolsonaro. Que levou seu secretário de comunicação, infectado pela doença e acusado de corrupção (confira aqui), para se encontrar com o presidente dos EUA na Flórida, durante o último final de semana.
O maior estrago da Covid-19 já chegou ao Brasil. Com diagnóstico de doença crônica na economia. Hoje, a Ibovespa teve queda de 14%, mesmo após ser interrompida duas vezes. E pela primeira vez, desde que o Plano Real foi implantado em 1994, o dólar ultrapassou a casa dos R$ 5,00. Há apenas uma semana, Paulo Guedes disse (veja aqui) que isso só aconteceria se ele “fizesse muita besteira”. Tudo após o pibinho de 1,1% de crescimento em 2019. A despeito da Reforma da Previdência mais ambiciosa da história do país, tocada pelo Congresso “inimigo”.
Enquanto isso, a convocação Clube Militar aos protestos do dia 15 é comemorada pela baixa bolsonaria. Composta pelos tios e tias do WhatsApp melhor definidos na História do Brasil pelo marechal Castelo Branco, líder do golpe civil-militar de 1964: “os mesmos que, desde 1930, como vivandeiras alvoroçadas, vêm aos bivaques bolir com os granadeiros e provocar extravagâncias do Poder Militar”.
Dois dias depois de Bolsonaro dizer (relembre aqui) que “a questão do coronavírus” não é “isso tudo”, e se trataria mais de uma “fantasia” propagada pela mídia, a economia do país dança à beira do abismo. Seu Posto Ipiranga na parea, Guedes acena com a solução: cobrar pressa na aprovação das reformas tributária e administrativa que o governo sequer enviou ao Congresso.
Resta torcer pelo sucesso das manifestações de domingo. Como conclamou em espírito cívico o Hobbes Matraca: “Se você é um patriota idoso e com problemas de saúde, vá apoiar o nosso presidente no dia 15/03. É um pequeno sacrifício para o bem das futuras gerações!”