Manifestações em Campos durante quarentena da Covid-19 vão gerar prisão

 

Se o protesto do“Volta Campos” se repetir neste domingo, como anunciado, seus organizadores serão presos (Divulgação)

 

Depois do protesto intitulado “Volta Campos” e que aliou lojistas e grupos bolsonaristas da cidade, para pedir pela reabertura do comércio no dia de ontem (27), se alguém insistir será preso, conduzido à delegacia e autuado nos artigos 268 e 287 do Código Penal. O primeiro, pode gerar detenção de um mês a um ano, enquanto o segundo, de três a seis meses.

Um comunicado neste sentido foi divulgado na noite de hoje pelo delegado titular da 146ª DP de Guarus, Pedro Emílio Braga. E visa a manutenção do isolamento social no combate à proliferação da Covid-19, com base em decretos das esferas federal, estadual e municipal, seguindo as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Na noite de quinta, o movimento “Volta Campos” divulgou (relembre aqui) que faria manifestações, com concentração a partir das 9h na Igreja do Saco, partindo em carreata pela cidade, tanto na sexta, quanto neste domingo (29). A de sexta gerou aglomeração, inclusive com a participação de idosos, grupo em que o novo coronavírus é mais letal. E foi dispersada pela PM, em frente à Prefeitura.

A manifestação marcada para este domingo, se acontecer, levará à prisão em flagrante dos seus organizadores. Como de quaisquer outros que gerem aglomeração de pessoas, enquanto durar a quarentena imposta no município pelo combate à Covid-19. O mesmo vale para qualquer lojista, de ramo não essencial, que tentar abrir seu comércio.

O endurecimento da fiscalização foi anunciado (confira aqui) tanto pelo delegado Pedro Emílio, quanto elo promotor estadual Marcelo Lessa, na coletiva dada ontem na Prefeitura. Enquanto o “Volta Campos” aglomerava gente para protestar do lado de fora, em desrespeito às regras de isolamento social, por conta da pandemia do novo coronavírus.

 

Na manifestação de 15 de março de apoio a Bolsonaro, já na pandemia da Covid-19, campistas se aglomeraram para pedir intervenção militar no país (Foto: Genilson Pessanha – Folha da Manhã)

 

Certo de que as medidas são necessárias para o achatamento da curva de contaminação da Covid-19, em quadro que começará a se definir a partir de 20 de abril, o anúncio da fiscalização não deixa de ser irônico. Com um presidente que insiste no isolamento vertical para combater a pandemia do coronavírus, no que foi desautorizado hoje (veja aqui) por seu próprio ministério da Saúde, quem gosta de sair às ruas para apoiá-lo e pedir por um regime de força, terá a força da lei aplicada sobre si, caso insista em fazê-lo. E sairá preso.

Confira abaixo o comunicado:

 

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Este post tem um comentário

  1. Ney

    Que tal usar os resultados positivos como Israel e Japão, por exemplo, como modelo para estudos de casos e tomar decisões. Nos dois países o número de vítimas fatais é pequeno e o povo continua trabalhando, com proteção e cuidados, sem parar o país. Sobre as punições, nossos “líderes” estão se tornando uma piada. Há pouco tempo queriam soltar os presidiários e querem prender os trabalhadores que querem trabalhar!

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