Ontem (18), completaram-se 30 dias da morte (confira aqui) do publicitário Guto Leite. Ele tinha 50 anos, era casado e deixou três filhos, ao morrer afogado na praia de Barra do Furado, no município de Quissamã, enquanto praticava surfe, após se embolar e ficar submerso em uma rede de pesca instalada de maneira ilegal. Exatos 30 dias depois da tragédia, surfistas filmaram o sábado a colocação de várias redes de pesca no mesmo local em que Guto morreu por conta de uma delas.
No dia 26, na semana seguinte à morte do publicitário, a Folha publicou (confira aqui) uma matéria denunciando a falta de fiscalização da instalação de redes de pesca, que ameaça a vida de praticantes de surfe, bodyboarding e natação em mar aberto. No dia 24, a Associação dos Surfistas da Região Norte Fluminense (Asrenf) protocolou representação junto ao Ministério Público Estadual e Federal de Campos, cobrando atuação eficaz e permanente dos órgãos ambientais. Em nota, a Marinha do Brasil informou que tomou conhecimento pela imprensa sobre o caso e esclareceu que realiza fiscalizações. Mas tudo indica que, um mês após a morte de Guto, nada mudou.
Confira abaixo os flagrantes em vídeo:
Não se justifica uma morte trágica como essa. É simplesmente lamentável. Porém os pescadores artesanais continuam sem voz. Eles não devem praticar ilegalidades mas não vejo os meios de comunicação se importarem com a perda do território pesqueiro para os grandes empreendimentos e para o lazer deixando esses trabalhadores a deriva. Há de existir um caminho p equilibrar essa tensão tanto para pescadores artesanais de água doce e água salgada. Pescadores artesanais vivem do seu trabalho da pesca e estão sendo colocados cada vez mais distantes do seu ambiente de trabalho e acuados nesses espaços. Me desculpe mas eu precisava falar um pouco sobre os pescadores e não falo por eles. Peço que façam uma matéria jornalistica robusta e deem voz a essa categoria de trabalhadores. Obrigada