Bolsonaro disse hoje, na Assembleia Geral da ONU, que a culpa pela pandemia da Covid no Brasil é da imprensa, responsável por sabermos dos mais de 137 mil mortos pela doença no país. Enquanto as queimadas no Pantanal e na Amazônia seriam culpa dos caboclos e índios, que plantam para sua subsistência. Mas afirmou que o mundo precisa do Brasil, na produção de alimentos do agronegócio voltado à exportação. Aproveitou também para fazer campanha pela reeleição de Trump nos EUA, antes deste falar e acusar a China pela pandemia. Que hoje, nos EUA, ultrapassou os 200 mil mortos.
Bolsonaro falou ao mundo como se falasse ao seu público interno, visando a reeleição em 2022. Como o mundo não parece disposto a acreditar no que o capitão diz em 2020, 2021 promete. E não seria nem preciso que o governo dos EUA trocasse de mãos. Bastaria que a União Europeia dominada pelos Partidos Verdes perdesse a paciência com as queimadas dos nossos grileiros, ou que a China perdesse a sua com o serviçal de quem lhe ataca. E que, apenas adiada pelo auxílio-emergencial, a crise econômica advinda da pandemia chegasse com a força que promete ao Brasil.
Como Bolsonaro terminou sua fala à ONU reafirmando o Brasil como país conservador e cristão, talvez seja o caso de se recorrer ao Pai Nosso. Mas sem abrir mão das orações de todas as demais religiões. Nem do pensamento positivo dos agnósticos e ateus.