Cinema na pandemia — Redenção, arte e coletividade com “Burnt”, na Amazon

 

 

Disponível em streaming pela Amazon, onde seu título brasileiro “Pegando Fogo” nem consta, “Burnt” (2015), de Peter Wells, impressiona de cara pelo elenco. É estrelado por Bradley Cooper, como um chefe de cozinha que volta do autoexílio dos EUA à Europa em busca de reabilitação pessoal e da terceira estrela Michelin. Mas traz ainda a craque inglesa Emma Thompson, o assíduo alemão Daniel Brünl, o francês Omar Sy, o galês Matthew Rhys e as estadunidenses Sienna Miller e a sumida Uma Thurman — eterna musa da fase inicial de Quentin Tarantino.

Além de revelar os bastidores de violência e competição da alta gastronomia — mais ou menos como “Prêt-à-Porter” (1994), do mestre Robert Altman, fez com o mundo da alta costura —, “Burnt” é um filme sobre redenção e arte. O politicamente correto buscou reduzir a história ao macho branco e hétero em crise. Ao qual o entorno teria que se curvar e ser complacente. Mas é gente que assistiu pouco a cinema. E talvez não conheça a frase que o grande diretor Orson Welles diz como ator no clássico “O Terceiro Homem” (1949), de Carol Reed:

— Na Itália, depois de 30 anos sobre os Borgias, onde eles tiveram guerras, terror e assassinatos, eles produziram Michelangelo, Leonardo da Vinci e a Renascença. Já na Suíça, onde eles tinham amor fraterno, 500 anos de democracia e paz, o que eles produziram? O relógio cuco.

De tempos em tempos, Hollywood tem um galã da moda. Catapultado pela popular trilogia de comédia “Se Beber, Não Case” (2009, 2011 e 2013), de Todd Phillips, Bradley Cooper parece ser a bola da vez. Mas em atuações como a de “Sniper Americano” (2014), de Clint Eastwood, o ator provou que é mais que isso. Como “Burnt”, em sua ode final à coletividade, é mais que seu protagonista.

 

Confira o trailler do filme:

 

 

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