Confirmado oficialmente o que a Folha adiantou: Joe Biden é o presidente dos EUA

 

(Infográfico: Associated Press)

 

A Associated Press acabou de oficializar o que o blog havia adiantado (confira aqui) desde o início da manhã de ontem: Joe Biden foi eleito como 46º presidente dos EUA. Ele venceu o atual presidente Donald Trump tanto no voto popular, quanto no que vale: o do colégio eleitoral dos estados. O que decretou a oficialização foi o estado da Pensilvânia, onde Biden nasceu e bateu Trump por 49,7% a 49,2% do voto popular. Com isso o democrata levou os 20 delegados do estado, somando 284 — 14 a mais que os 270 necessários para definir o ocupante da Casa Branca, a partir de 20 de janeiro de 2021. A vantagem de Biden, no entanto, deve chegar ainda a 306 votos no colégio eleitoral, confirmadas suas vitórias também nos estados da Geórgia (16 delegados) e de Nevada (6 delegados).

 

 

—  (Estados Unidos da) América, eu estou honrado por você ter me escolhido como líder do nosso grande país. O trabalho à nossa frente será duro, mas eu prometo: serei um presidente para todos os americanos, tenham vocês votado em mim ou não. Com o fim da campanha, é hora de colocar a raiva e a retórica dura para trás e nos unir como uma nação. É a hora de se unir e se de curar. Somos os Estados Unidos da América. E não há nada que não possamos fazer, se fizermos isso juntos — declarou Biden no Twitter sobre a sua vitória, pregando a união de um país dividido nas urnas. Após ser eleito em 1972 como o senador mais jovem dos EUA, aos 29 anos, ele foi confirmado hoje como o presidente mais velho a ser eleito no país.  Tem atualmente 77 anos e assumirá a democracia mais longeva do mundo aos 78, após aniversariar no próximo dia 20.

 

Joe Biden e sua vice, Kamala Harris (Foto: Twitter)

 

Político moderado em seus 47 anos de vida pública, oito deles como vice-presidente dos dois mandatos de Barack Obama, Biden conseguiu a candidatura após comandar a maior virada da história (relembre aqui) nas convenções do Partido Democrata, onde bateu o socialista Bernie Sanders. Com a confirmação oficial da sua vitória hoje, ele traz na chapa eleita outra novidade: a primeira mulher e primeira negra a ser eleita vice-presidente, Kamala Harris, ex-senadora pela Califórnia, estado em que já tinha atuado como promotora de Justiça.

 

https://twitter.com/SamPancher/status/1324515716222115841?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1324515716222115841%7Ctwgr%5Eshare_3&ref_url=http%3A%2F%2Fopinioes.folha1.com.br%2F2020%2F11%2F06%2Fbiden-e-o-novo-presidente-dos-eua-trump-esperneia-e-bolsonaro-fica-mais-so%2F

 

Derrotado, Donald Trump é o primeiro presidente dos EUA a não conseguir se reeleger desde 1992, quando o também presidente republicano George Bush foi derrotado pelo democrata Bill Clinton. Sem apresentar uma única prova, o atual presidente vem denunciando “fraude” desde antes do pleito de 3 de novembro. Na quinta (05), já ciente da vitória de Biden nas urnas, Trump voltou a denunciar (relembre aqui) “fraude” sem provas. Sem precedente na história dos EUA, mas que deve servir como padrão à mídia do mundo, o pronunciamento presidencial teve a transmissão interrompida pelas principais redes de TV, por conta da divulgação de informações falsas. Assim como vem acontecendo as postagens de Trump no Twitter. Ainda assim, promete recorrer à Suprema Corte contra sua ordem de despejo da Casa Branca emitida pela vontade popular.

 

Ernesto Araújo, Jair Bolsonaro e Ricardo Salles, emparedados pela derrota de Donald Trump

 

Com as apostas encerradas sobre o novo presidente dos EUA, outras serão abertas do lado de cá do Equador. Quais serão os reflexos da derrota do trumpismo ao Brasil de Jair Bolsonaro (sem partido)? E quanto tempo mais durarão nos cargos seus ministros Ernesto Araújo, das Relações Exteriores, e Ricardo Salles, do Meio Ambiente? O primeiro se referia a Trump como “enviado de Deus” para salvar o Ocidente. Já Salles é considerado o principal responsável pelas queimadas na Amazônia, criticadas por Biden no debate presidencial de 29 de setembro. Por sua vez, Bolsonaro endossou publicamente as denúncias de “fraude” sem provas de Trump, a quem tem como ídolo. Cujos pés de barro foram erodidos pela democracia, deixando orfã a extrema-direita do mundo.

 

Fotos de Trump com o bordão “You’re fired!” (“Você está demitido!”) do talk-show de sucesso que ele comandou na TV antes de se eleger presidente em 2016, viralizaram nas redes sociais dos EUA, do Brasil e do mundo, desde a oficialização da sua derrota nas urnas para Joe Biden

 

Enquanto as dúvidas se instalam no governo Bolsonaro com a derrota de Trump, outras autoridades da República tomaram a frente do Palácio do Planato para saudar a vitória do novo presidente dos EUA e da democracia, com recados velados a Brasil:

A vitória de @JoeBiden restaura os valores da democracia verdadeiramente liberal, que preza pelos direitos humanos, individuais e das minorias. Parabenizo o presidente eleito e, em nome da Câmara dos Deputados, reforço os laços de amizade e cooperação entre as duas nações — twitou o presidente da Câmara Federal, deputado Rodrigo Maia (DEM/RJ).

 

 

 

— Democracia significa eleições limpas, alternância no poder e respeito aos resultados. E, também, civilidade. Cumprimento Joe Biden, presidente eleito dos Estados Unidos, e a vice Kamala Harris, primeira mulher eleita para a função no país — disse também no Twitter o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso.

 

 

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