“Eu projeto (a eleição a prefeito de Campos) em dois turnos. Nós temos um percentual muito grande de pessoas que ainda não se decidiram. Mas os candidatos que estão à frente hoje, é inegável, em todas as pesquisas estão aparecendo, são o Wladimir (Garotinho, PSD) e o Caio (Vianna, PDT). Mas a gente não pode esquecer da força que o Rafael (Diniz, Cidadania) está tendo nos últimos momentos, do convencimento de algumas lideranças que poderiam estar ressentidas. Então, talvez, parte desses indecisos possa vir com Rafael. Eu, sinceramente, acho que vamos ter um segundo turno entre esses três candidatos, com uma porcentagem maior entre o Wladimir e o Caio. No segundo turno (em 29 de novembro), vai ser pouco tempo para essa decisão, mas eu acho que vai ser muito acirrado, vai contar mais a rejeição. Neste processo, os candidatos vão ter que ter a capacidade de poder somar. E eu vejo Caio com capacidade de somar mais gente à sua campanha do que Wladimir”. Foi o que projetou para a eleição a prefeito de Campos, em dois turnos o professor Raul Palacio, reitor da Uenf. Ele falou em entrevista ao vivo no programa Folha no Ar, da Folha FM 98,3.
O reitor da maior universidade de Campos e região analisou cada um dos 11 candidatos a governar Campos a partir de 1º de janeiro de 2021:
Wladimir Garotinho — “Está no segundo turno. Tem grande possibilidade de ser o prefeito de Campos”.
Caio Vianna — “A mesma coisa (que Wladimir). Mas é o candidato que eu acho que pode somar todas as outras forças. Pela experiência que tivemos anteriormente na cidade, os Garotinho polarizam isso. Tem gente que gosta muito deles, tem pessoas que não gostam. E eu acho que o Caio, no caso de ir para o segundo turno, vai se colocar como o candidato que pode somar todas aquelas forças”.
Dr. Bruno Calil — “É um candidato que tem um futuro muito promissor na política. Ele agora está, digamos, sendo apoiado por um grupo político, mas ele tem se mostrado uma pessoa muito presente, muito trabalhadora, com propostas. Talvez não seja este o seu momento, mas é uma pessoa que tem futuro na política”.
Rafael Diniz — “O Rafael é, como ele coloca, o prefeito da coragem. Eu concordo com ele. O prefeito que eu acho que todo mundo deveria avaliar o que ele fez. E realmente, em algum momento, entender a situação (financeira) em que está a cidade. Hoje, certamente, é o cara que melhor conhece a cidade. Eu acho que um grupo dos indecisos deve ir para ele, talvez um grupo grande. E daí a possibilidade de Rafael estar no segundo turno”.
Professora Natália — “A Natália talvez seja a melhor candidata que tem neste momento; eu não posso deixar de falar isso. É uma mulher e a cidade precisa de uma prefeita mulher. Infelizmente, o número de votos que tem é muito pequeno. Mas, de fato, é uma pessoa extremamente preparada e que você sente realmente que está com vontade de fazer. Vai ter um futuro político tremendo dentro da cidade. Não vai ser nesta eleição, infelizmente, mas ela vai ter um bom resultado nas próximas eleições. Precisa construir esse caminho, entender que eleição não é só o momento do voto. Ela precisa construir o caminho ao longo dos próximos quatro anos, para na próxima eleição ter um momento bem melhor do que agora. Mas é uma excelente candidata”.
Odisséia — “Ela representa o PT e talvez, no meu ponto de vista, o que o pessoal denomina como a ‘política velha’. Eu a considero uma professora muito boa, uma candidata boa, mas eu teria gostado que o PT trouxesse nomes novos. E esses nomes novos talvez tenham agora os quatro anos para poder se formar para a política de Campos”.
Tadeu Tô Contigo — “Tadeu representa o grupo da Record. Embora ele tenha as suas propostas, eu acho que não tem um futuro político. E acho, sinceramente, que ele já foi vereador e não conseguiu se reeleger. Então, ele está fazendo seu trabalho, a sua responsabilidade social, mas eu não o vejo com futuro na política de Campos dos próximos anos”.
Roberto Henriques — “O Roberto Henriques talvez seja o mais conhecido de todos eles. Eu diria que é o ‘camaleão’ entre todos os candidatos. É uma pessoa excelente de conversa, eu já tive muito relacionamento com ele. Mas, talvez, já tenha passado o tempo dele. Ele poderia colaborar muito em qualquer governo. É isso que está fazendo, se mostrando, se apresentando, para que as pessoas entendam que ele ainda está ativo e que vai contribuir para qualquer governo que venha a ganhar”.
Cláudio Rangel da Boa Viagem — “Como empresário, eu acho que ele demonstra capacidade. Mas, como político, eu acho que ele não se preparou. Mas, de qualquer jeito, eu acho que é um direito de qualquer um se apresentar, de representar um grupo político, e bola para frente. Mas eu não vejo ele participando da política nos próximos anos”.
Jonathan Paes — “Representa, talvez, o pior candidato de todos. É o candidato do ódio, o candidato da agressividade e ele se esforça para poder colocar isso. Ele chega ao ponto de incongruências, quando ele defende o presidente Bolsonaro e, ao mesmo tempo, tenta defender o funcionalismo público. Ou uma coisa ou outra, não tem como fazer as duas coisas. É o que a gente não quer para a política de Campos. Digamos que, pela comparação, poderia ser o Trump de Campos”.
Dra. Carla Waleska — “Ela entrou no último momento, então eu tenho pouca referência em relação a ela. Ela, inclusive, é a esposa de um funcionário que a gente tem contratado na universidade, com o qual eu tenho um certo grau de relacionamento, mas com ela não tenho nenhum. Foi muito conturbado o processo do PSDB: primeiro não tinha (candidato a prefeito), depois tinha, depois não tem mais e, agora, colocaram a Carla Waleska. Se ela quiser ter futuro na política, não sei se ela quer, vai ter que construir esse futuro. Não se faz uma imagem política assim, aos 45 minutos do segundo tempo fica muito difícil”.
Confira abaixo os dois blocos da entrevista com o professor Raul Palacio, reitor da Uenf. O primeiro dedicado ao resultado às eleições presidenciais dos EUA. O segundo, que compôs a matéria acima, sobre as eleições municipais de Campos:
Gostaria de perguntar ao entrevistado, que reconhece qualidades do Roberto Henriques. Porque o mesmo não participou do governo Diniz que vc tanto admira? Tendo em vista que, segundo sua afirmativa “ser camaleão”.