Sociólogo e professor da Uenf projeta 2º turno entre Wladimir e Caio

 

Sociólogo e professor da Uenf, Roberto Dutra apostou no Folha no Ar em segundo turno entre Wladimir Garotinho e Caio Vianna (Foto: Folha da Manhã)

 

“Eu concordo com o que o George (Gomes Coutinho, cientista político e professor da UFF-Campos, entrevistado da quarta, aqui, no Folha no Ar) disse ontem. A pulverização eleitoral das candidaturas majoritárias impossibilita a vitória de um candidato no primeiro turno. Eu acho que tudo caminha para um segundo turno entre Wladimir (Garotinho, PSD) e Caio (Vianna, PDT). Pelo que a gente vê nas ruas, pelos que as poucas pesquisas divulgadas apontam, pelo que a gente na movimentação dos candidatos entre si, acho que o segundo turno entre Wladimir e Caio é o que se desenha hoje. O voto útil para o candidato que está na frente seria um fator que poderia levar o primeiro colocado a uma vitória no primeiro turno. Ontem eu conversei com alguns amigos, com quem eu sempre converso sobre política, que fazem pesquisas internas para partidos com seriedade. Sinceramente, não acredito que o candidato Bruno Calil (SD) esteja disputando uma segunda vaga com Caio, eu acho que a distância entre os dois é grande. Acho que o Bruno Calil talvez consiga superar Rafael (Diniz, Cidadania) para ser o terceiro mais votado. Embora seja improvável, entre a probabilidade de Wladimir ganhar no primeiro turno e Calil ir para o segundo turno, eu acho mais provável Wladimir levar no primeiro turno, do que o segundo turno com a presença de Calil. Se tiver um segundo turno, Caio estará nele”. Foi o que projetou no início da manhã de hoje, no programa Folha no Ar, na Folha FM 98,3, o sociólogo Roberto Dutra, professor da Uenf.

Roberto também lembrou que o debate e exposição da crise financeira de Campos pela Folha (confira a série sobre o tema aquiaquiaquiaquiaqui, aquiaqui, aqui, aquiaqui e aqui) elevou o nível a qualidade das campanhas pela Prefeitura. Que ganharam teflon contra “soluções mágicas” ao grave problema real do município:

— Neste ano, parece ser uma eleição morna, por conta da pandemia. Mas nessa reta final, a disputa ficou mais quente, as tentativas de judicialização aumentam, mas o quadro parece estável. Acho que tudo indica que vamos ter um segundo turno, não uma decisão no primeiro turno. É uma campanha que tem um lado positivo também, apesar do lado negativo de um envolvimento ne rua menor, eu tenho visto um debate um pouco mais qualificado, um debate pelo menos tentando levar em conta o que é possível fazer e o que não é possível fazer. Claro, eu estou tirando principalmente das entrevistas dos candidatos que eu vi aqui, na Folha, e em alguns debates, há a tentativa de não ignorar o problema fiscal de Campos. Eu vejo os políticos já tendo essa preocupação, os principais candidatos mais que os outros, Wladimir e o Caio demonstrando essa preocupação grande: ganhar, sim, mas preocupados com o que vai ser o governo municipal com a situação fiscal. Eu estou levemente otimista, independentemente de quem vai ganhar, me parece que por várias razões nós não corremos o risco de retroceder a uma irresponsabilidade fiscal, e que acabou sendo social também, como nós vivemos no período do governo (municipal) Garotinho e Rosinha, que deixou sequelas muito graves até hoje.

O sociólogo também analisou cada um dos 11 candidatos a governar Campos a partir de 1º de janeiro de 2021:

Wladimir Garotinho — “É um jovem político promissor que tenta se descolar da imagem de filho de um grupo político”.

Caio Vianna — “Um jovem político promissor também, mas ainda muito inexperiente e que não faz um esforço tão grande de se descolar da imagem de filho de um grupo político”.

Dr. Bruno Calil — “Um jovem político sem experiência, mas que representa algo muito promissor no município de Campos, que é a diversidade regional. Eu acho muito interessante haver a mobilização do interior na candidatura dele”.

Rafael Diniz — “Rafael Diniz é uma pessoa respeitável, honesta, honrada. Mas que infelizmente, eu votei nele, fracassou na gestão política das expectativas que ele criou e que se criaram em torno dele. É um governo que ainda aposta que as pessoas vão premiar politicamente a gestão, porque ela foi capaz de racionalizar, de melhorar administrativamente o município, o que é questionável, e combater a corrupção. Isso tudo é fundamental, mas é a preliminar, é a condição para um governo como agenda. E o governo até hoje não tem uma agenda. É um governo que não saiu das preliminares”.

Professora Natália — “É uma jovem política, uma pessoa que eu conheço, gosto muito dela. Acho que é uma liderança promissora, mas que, em algum momento, se quiser se tornar uma liderança popular, vai ter que enfrentar os problemas do seu partido e do seu entorno político universitário, que não é popular, mas acha que é”.

Odisséia — “Odisséia, eu não a conheço pessoalmente, mas conheço politicamente, representa a irrelevância que o PT sempre teve em Campos. Inclusive, ela esteve participação com o PT em governos (municipais) anteriores, apoiou, e representa o fracasso do PT no Estado do Rio e a irrelevância que nos sempre observamos aqui em Campos”.

Tadeu Tô Contigo — “Um candidato com cara moderada de um projeto de uma igreja aliada a um projeto político, aliado a um projeto político nacional do bolsonarismo, que graças a Deus não tem chance de prosperar. Espero não queimar a língua nesses dias que faltam para as eleições”.

Roberto Henriques — “É um político que merece respeito, uma figura controversa, mas apesar disso eu acho que merece algum respeito por sua insistência em participar da política. Eu sou uma pessoa que tende a admirar os políticos, até que eles façam muita coisa errada. O Roberto Henriques não tem a relevância política que ele busca, é um candidato que existe mais para marcar a sua posição. Ele representa alguma coisa que Campos já teve, é um candidato que vem do Muda Campos (movimento político que levou Garotinho à Prefeitura pela primeira vez, em 1989), mas é irrelevante também, sem nenhuma chance no jogo”.

Cláudio Rangel da Boa Viagem — “Considero um candidato irrelevante politicamente, não o conheço como pessoa”.

Jonathan Paes — “É um candidato bolsonarista. Ele até me surpreendeu, é uma pessoa articulada retoricamente, representa bem essa verve agressiva do bolsonarismo, mas mostra também como as eleições municipais são municipais. Campos é uma cidade conhecidamente bolsonarista, que elegeu Bolsonaro, que deu muito voto a Bolsonaro e nem por isso colocou um candidato de Bolsonaro em condições de ganhar, ou de disputar a prefeito agora. Então, eu acho que ele representa o fracasso do bolsonarismo em Campos, como nas eleições como um todo. Se há uma boa notícia nessas eleições é o fracasso do bolsonarismo, espero”.

Dra. Carla Waleska — “Acho que o PSDB em Campos não tem uma candidatura ainda à altura do que o partido buscou ser aqui. E já foi até, como por exemplo com Paulo Feijó (ex-deputado federal e 3º colocado a prefeito de Campos na eleição disputada de 2004). Eu não conheço a candidata Carla, então não tenho como opinar. Mas eu diria que é uma candidatura tentando de algum modo recuperar e manter os ideais do PSDB vivos em Campos. Que já foram relevantes até. Nós já tivemos aqui, como eu falei, o Paulo Feijó como principal candidato de oposição”.

 

Confira abaixo os dois blocos da entrevista com o sociólogo Roberto Dutra, professor da Uenf. O primeiro dedicado ao resultado às eleições presidenciais dos EUA. O segundo, que compôs a matéria acima, sobre as eleições municipais de Campos:

 

 

 

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Este post tem um comentário

  1. Diogo

    Este professor/sociologo está muito mal
    Informado… será quem ele mora em campos mesmo ???

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