O Psol de Campos divulgou hoje a sua posição ao segundo turno de 29 de novembro, entre os candidatos Wladimir Garotinho (PSD) e Caio Vianna (PDT): “Não aos Garotinho!” e “Não aos Vianna!”. Partido que sai dessas eleições municipais brasileiras ameaçando a condição do PT como legenda de esquerda do país, como na cidade de São Paulo, onde Guilherme Boulos disputa o segundo turno a prefeito com o atual, Bruno Covas (PSDB), O Psol produziu em Campos a grande revelação da eleição a prefeito no primeiro turno. A Professora Natália ultrapassou as candidaturas do PT e do PCdoB para ser a 5ª colocada da disputa, com 4,68% dos votos válidos, ou 11.622 eleitores, apenas 1.728 votos que o atual prefeito Rafael Diniz (Cidadania). Considerado que foi a primeira candidatura da jovem e articulada professora, não é pouca coisa.
Confira abaixo a manifestação do Psol sobre a posição do partido para o segundo turno a prefeito de Campos, na disputa entre os clãs políticos dos Garotinho e dos Vianna, que sofreram pesadas críticas:
Nota Partido Socialismo e Liberdade Segundo turno eleições em Campos dos Goytacazes
Hoje é dia 21 de novembro de 2020, temos um comunicado muito importante para vocês.
Iniciamos agradecendo aos 11 mil 622 votos de confiança na campanha de esperança por uma Campos do bem viver e do poder popular, feita pela professora Natália e Bruna Machel . Da mesma forma, agradecemos aos 1.728 votos de credibilidade, depositados na primeira candidatura coletiva e feminina de Campos, a Vamos Juntas, além dos 124 votos do companheiro Cristiano da Matta, o Papel.
Nossa campanha foi feita por voluntárias e voluntários que acreditaram que uma real mudança pode acontecer na nossa cidade e no nosso país. E sim, o resultado das urnas nos mostra que a mudança está cada vez mais perto! Na verdade, ela já começou a se construir, a partida está dada para a transformação desta cidade. Somos a 5º candidatura mais votada, uma das 5 que obteve mais de 10 mil votos, e a única que conseguiu tal expressividade sem aceitar dinheiro de empresários. Sabemos, se a história nos ensina alguma coisa, que essas contas são cobradas depois da eleição. Nossos adversários tiveram para suas campanhas centenas de milhares e até milhões de reais e nós, mesmo com poucos recursos, trouxemos enorme riqueza de ideias e força militante.
E é por essas ideias, por essa fé em mudar o mundo, que move quem acredita no projeto que nós defendemos, que viemos aqui colocar um posicionamento sobre o segundo turno das eleições em Campos dos Goytacazes.
Sei que muita gente tem perguntado por nossa posição, e não poderíamos deixar de expressá- la. Nunca fugimos de debate e não vamos aqui deixar de nos expressar.
NÃO APOIAREMOS NENHUMA OLIGARQUIA POLÍTICA QUE CONCORRE AO SEGUNDO TURNO NAS ELEIÇÕES MUNICIPAIS
NEM GAROTINHO, NEM VIANNA.
DE AGORA EM DIANTE, QUALQUER QUE SEJA O GOVERNO ELEITO, SEREMOS OPOSIÇÃO, NÃO NOS VENDEREMOS POR CARGOS OU VANTAGENS POLÍTICAS.
É importante que explique nossa posição.
Wladimir Garotinho é representação de um projeto familiar do endividamento da nossa cidade, sua dinastia política vendeu nosso futuro, comprometendo o orçamento da cidade. Além disso, o rombo da PreviCampos, que é um verdadeiro atentado aos nossos aposentados e a marcante corrupção na gestão pública também são características de seu grupo político. Podemos destacar aqui, entre outras, a Operação Chequinho, que fez jogada política e clientelismo com a vulnerabilidade da população mais pobre do município. Não podemos indicar voto em quem destruiu a nossa cidade e vendeu nosso futuro, ou em quem explora e mantém a miséria de forma vil e mesquinha. Não aos Garotinhos!
Caio Vianna, por sua vez, é representação de outro projeto familiar. De um grupo político que governou a nossa cidade nos tempos das chamadas “vacas gordas”, o tempo da bonança financeira dos royalties;e participações especiais. E desse período não fizeram nenhuma reserva, torraram indiscriminadamente o dinheiro público em gastos mal executados e corrupção. E não esqueçamos do Mocaiber, o prefeito que compete com Rafael Diniz ao título de ‘pior prefeito da história de Campos’. Mocaiber era afilhado político de Arnaldo, indicado por ele para sucessão. Arnaldo Vianna é parte responsável da tragédia social que nos encontramos. Caio Vianna, que começou a carreira política sem apoio do próprio pai, buscou para sua vice- prefeitura o PSL, partido vinculado ao bolsonarismo que tem sangue do povo negro, periférico, dos indígenas, dos quilombolas nas mãos. Não faremos coalizão com genocidas. O legado de Brizola é maculado por essa aliança espúria. Não aos Vianna!
Reiteramos que nosso plano de governo é público, construído em conjunto com a população campista e, portanto, representa não uma propriedade do PSOL/UP, mas às demandas e necessidades do povo. Deste modo, convidamos a população campista a conhecer e se apropriar do programa vocalizado pelo PSOL/UP nestas eleições, cobrando ativamente a sua implementação não só ao futuro prefeito eleito, mas sempre que a gestão pública municipal estiver em desacordo com essas demandas.
A democracia permite a liberdade nas urnas, garante o livre voto individual. A população irá decidir como votar no segundo turno, acataremos qualquer decisão popular. Porém, reafirmamos que permaneceremos na oposição a qualquer governo eleito, sempre que este contrariar os interesses da população. Estaremos na linha de frente defendendo a classe trabalhadora, os mais vulneráveis e os direitos sociais aos excluídos das políticas públicas.
Pelo Socialismo e a Liberdade, em memória de Marielle Franco, nem um passo atrás na luta pelo poder popular!
Ao povo de Campos, vamos à luta. Nas ruas que a gente se encontra.
Confira aqui, a posição de neutralidade também adotada pelo prefeito Rafael ao segundo turno de Campos, divulgada na quinta (18), e aqui a do PT de Odisséia, divulgada na noite de sábado (21).