De março até o dia de ontem, foi uma maratona. Desde a inauguração em 30 de março (confira aqui) do Centro de Controle e Combate ao Coronavírus em Campos (CCC), até a notícia da morte em 11 de abril (confira aqui e aqui) do caminhoneiro Hudisson Pinto dos Santos, primeira da Covid no município, que vitimaria em 19 de maio (confira aqui) o deputado estadual Gil Vianna, em 1º de julho (confira aqui) o médico Makhoul Moussallem e, em 30 de setembro (confira aqui), o deputado estadual João Peixoto, a maior pandemia enfrentada pela humanidade nos últimos 100 anos foi, é e será uma pauta sofrida. Que registrou nova escalada de casos em novembro, tirando Campos do conforto ilusório da fase Verde, para retroagir à Amarela, como foi cobrado aqui e aqui por especialistas da cidade, e adiantado aqui por parte do município.
Literalmente capital, a Covid não foi a única pauta que consumiu noites insones nos últimos nove meses. Desde o final de 2014, com a queda das receitas do petróleo, outra doença grave se alastra pelo município: sua crise financeira. Ciente da gravidade do problema e do quanto é necessário buscar soluções, a Folha promoveu 11 painéis sobre o tema de 18 de junho a 26 de setembro (confira-os aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui). Neles foram ouvidos 34 representantes da sociedade civil organizada, entre especialistas de economia, finanças, ciência política, antropologia e sociologia, além de juristas, jornalistas, gestores universitários, empresários, sindicalistas, o presidente e ex-presidentes da Câmara Municipal. Além de servir de base para qualquer prefeito que se elegesse em novembro, o trabalho teve a virtude de colocar freio na boca das promessas de campanha, evitando o estelionato eleitoral.
Depois foram as eleições, não só as municipais de Campos e região, como aquelas que prenderam as atenções do mundo no início de novembro: as presidenciais dos EUA. Quem a acompanhou em tempo real desde as convenções democrata (confira aqui) e republicana (confira aqui) de agosto, passando pelos dois debates de 29 de setembro (confira aqui) e de 22 de outubro (confira aqui), teve mais chance de antecipar desde 6 de novembro (confira aqui) o que o mundo só confirmaria oficialmente no dia seguinte (confira aqui): a vitória eleitoral de Joe Biden sobre Donald Trump, como novo ocupante da Casa Branca a partir de 20 de janeiro.
Do lado de cá do Equador, as eleições a prefeito de Campos. Na campanha do primeiro turno, ainda sem nenhuma pesquisa registrada, foi antecipado desde 10 outubro (confira aqui): “A despeito da falta de pesquisas e seus critérios estatísticos, como de debates para discussão e enfretamento de ideias, em uma eleição atípica com pandemia e muitos candidatos a prefeito, se o encontro entre eleitor e urna fosse hoje, um segundo turno entre Wladimir Garotinho (PSD) e Caio Vianna (PDT) não pagaria muito nas casas de aposta”. Depois, já com base em pesquisas, foi possível reafirmar em 29 de outubro (confira aqui) aquela projeção do segundo turno entre Wladimir e Caio, assim como o fato de que os candidatos Dr. Bruno Calil (SD) e Professora Natália (Psol) seriam as revelações da eleição, apontamentos todos confirmados nas urnas de 15 de novembro.
Na noite da apuração das urnas do primeiro turno a prefeito de Campos, com o atraso da divulgação dos resultados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por conta de ataques ao sistema promovidos pelos conhecidos sabotadores da democracia, a apuração estancou muito tempo nos 43,47% das urnas goitacá apuradas. O que, dada a vantagem substancial de Wladimir sobre Caio naquele momento, gerou a dúvida: haverá segundo turno? A resposta afirmativa foi antecipada aqui, às 22h15: “Com menos da metade das urnas, é possível afirmar: 2º turno entre Wladimir e Caio”. E, cerca de 40 minutos depois, seria confirmada com a retomada da apuração do TSE.
Sobre os debates, o Grupo Folha foi parceiro do polo universitário de Campos, antes de promover seu próprio debate, no primeiro e segundo turnos da eleição goitacá. Em 5 de outubro, a parceria da Folha FM 98,3 e Plena TV (confira aqui) com a promoção do Fórum Institucional de Dirigentes do Ensino Superior de Campos (Fidesc), foi responsável pelo debate mais prestigiado pelos candidatos a prefeito no primeiro turno. No segundo turno, o Grupo Folha promoveu seu próprio debate (confira aqui) entre os prefeitáveis na noite 26 de novembro. Mediado com brilhantismo pelo radialista Cláudio Nogueira, gerente da Folha FM 98,3, foi o único debate, além dos tradicionais da Inter TV e da Rede Record, a reunir os dois candidatos que disputaram ontem o segundo turno.
Às 3h33 da madrugada do dia decisivo para Campos, algumas horas antes das suas urnas de 29 de novembro serem abertas, com base no que as pesquisas revelaram, mas também no que ocultaram, foi cravado (confira aqui) o resultado: “Por que Wladimir ganhará a eleição a prefeito de Campos?”. Como se tratava de uma sentença na interrogativa, os motivos foram todos detalhados. E sem torcida, bola de cristal ou achismo, foi calculado um percentual mínimo da vantagem sobre Caio que reconduziria os Garotinho ao poder: 7,1 pontos dos votos válidos, ou 17.613 eleitores, dentro do universo que compareceu às urnas do primeiro turno. E Wladimir acabou vencendo por 4,8 pontos percentuais dos votos válidos, diferença de 11.180 eleitores.
Entre os três institutos de pesquisa que atuaram no segundo turno da eleição a prefeito de Campos, o Paraná tinha a margem de erro de 3,5 pontos percentuais para mais ou menos (no total: 7 pontos), o Ibope tinha a margem de erro de 4 pontos para mais ou menos (no total de 8 pontos), enquanto o Gerp tinha a margem de erro de 3,7 pontos para mais ou menos (no total de 7,4). Com base neles, entre o que foi projetado neste blog e o que revelaram as urnas para Wladimir e Caio, o erro foi de foi um pouco menor: 2,3 pontos, ou 6.433 eleitores.
Considerados os mais de 360 mil campistas aptos a votar em 2020, ao projetar antes das urnas a eleição a prefeito mais disputada de Campos, o acerto do resultado se deu com um erro na votação final de 1,79%. Na próxima, tentaremos melhorar. Agora, com sua licença, leitor, o blog fará uma pequena pausa, após nove meses de trabalho muito intenso. E voltará à atividade, se Deus quiser, no próximo dia 14. Inté!
Boas férias e não volta não. Vai morar em Cuba, Venezuela, Rússia, Coreia do Norte, o cacete!
Para falar abobrinha, já temos um monte de “repórteres” por aí.
Caro Marcos Caldeira,
Para a Rússia que apoiou Trump e cujo ditador, Putin, como Bolsonaro, até agora não cumprimentou Biden por ter vencido no colégio eleitoral e no voto popular dos EUA? Com todo o respeito, vc parece mais íntimo do “cacete” do que de política. Como quem ainda não evoluiu da fase oral, abocanhando fake news de mamadeira de piroca como instrumento eleitoral. Freud explica…
Grato pela chance da ponderação psiquiátrica!
Aluysio