Seja para prefeito, vereador ou Mesa Diretora do Legislativo, eleição só acaba quando termina. Mas salvo algo muito fora da curva nos próximos quatro dias, o prefeito eleito Wladimir Garotinho (PSD) venceu a queda de braço com o deputado estadual Rodrigo Bacellar (SD) pelo controle da Câmara Municipal de Campos, que deve mesmo ser presidida pelo vereador Fábio Ribeiro (PSD). A sensação entre os 25 vereadores eleitos, é que Wladimir venceu a disputa após selar um acordo no dia 20 (relembre aqui) com seu adversário no disputado segundo turno a prefeito, Caio Vianna (PDT), que fez três vereadores. A aliança deve ser oficializada em uma nota do PDT, com a anuência de Rodrigo Neves, prefeito de Niterói e principal apoiador de Caio.
Ciente da derrota, Rodrigo Bacellar já teria liberado antes do Natal seus seis vereadores. À exceção de Marquinho Bacellar (SD), irmão de Rodrigo, que deve ficar na oposição, o deputado estadual teria liberado os outros cinco edis eleitos por seu grupo político, para a eleição da nova Mesa Diretora. Assim, além dos 18 vereadores que a candidatura de Fábio a presidência já teria — contando com Bruno Pezão (PL), mais os pedetistas Marquinhos do Transporte, Luciano Rio Lu e Leon Gomes — os edis do grupo dos Bacellar também podem apoiar os Garotinho no Legislativo, fazendo a conta chegar a 21 ou 22. Marcione da Farmácia (DEM) já é considerado certo, em acordo costurado também pelo vice-prefeito eleito Frederico Paes (MDB). Silvinho Martins (MDB), Rogério Matoso e Helinho Nahim (PTC), podem seguir o mesmo caminho.
— Rodrigo conversou com a gente antes do Natal e nos liberou. Caminharíamos com uma candidatura própria do grupo à mesa diretora se tivéssemos chance. Mas eles (os Garotinho) já têm 18 vereadores. O xeque-mate foi o acordo entre Wladimir e Caio. Agora, o que nós ainda tentamos pleitear é a segunda secretaria da mesa diretora. Acredito que Marquinho (Bacellar) vai ficar na oposição. Mas isso é uma opinião pessoal minha — disse o edil Silvinho Marins, aliado dos Bacellar
— Para nosso grupo disputar a presidência da Casa, tem que definir quem seria o presidente. Quem seria? Em Marquinho, eu talvez votasse. Mas não em Abdu Neme (Avante) ou Nildo Cardoso (PSL). Com todo o respeito que eu tenho aos dois, por que votaria em um deles? Com quem eles caminharam no segundo turno a prefeito? E como eu vou explicar isso ao meu eleitor e ao meu grupo político, depois de ter apoiado Dr. Bruno Calil (SD) no primeiro turno, mas apoiando publicamente Wladimir no segundo? Como eu vou apoiar um candidato a presidente do Legislativo só porque ele (Nildo) foi o último voto a se definir? Isso não é critério. Se ele foi o último eu sou o penúltimo voto. Campos precisa de paz, de diálogo — pregou Rogério Matoso, que também confirmou a reunião em que Rodrigo Bacellar teria liberado os votos na Mesa Diretora.
Com a admissão, dentro do grupo dos Bacellar, de que os Garotinho devem vencer a disputa pela Mesa Diretora, esta tem duas contas praticamente fechadas: Fábio Ribeiro na presidência e Juninho Virgílio (Pros) na 1ª vice-presidência. Confirmado o acordo com Caio, também seria certo um dos três vereadores do PDT na 1ª secretaria. As outras duas vagas ainda dependem de composição. Maycon Cruz (PSC) surge com força para a 2ª vice presidência, enquanto a 2ª secretaria pode ficar com Dandinho do Rio Preto (PSD), embora este possa ceder o cargo para algum vereador que vier dos Bacellar.
— Só posso elogiar a maturidade de Caio nas negociações. Após um segundo turno a prefeito bastante acirrado, ele demonstra capacidade de articulação e seu compromisso com a governabilidade. Até por ter ficado próximo de levar a Prefeitura, ele sabe o tamanho das dificuldades que teremos pela frente. Teremos Poderes independentes, sim, mas trabalhando em harmonia pela cidade. Não podemos ser oposição a Campos. E Caio até aqui tem mostrado estar bem ciente disso — ressaltou Fábio Ribeiro.