Com vitória ao Senado na Geórgia, EUA de Biden sepultam Trump

 

Em janeiro de 2020, os candidatos democratas ao Senado pelo estado da Geórgia, Jon Ossoff e Raphael Warnock, com o então presidenciável Joe Biden (Foto: Jonathan Ernst – Reuters)

 

Filmada em 1939, a cena do incêndio da Atlanta escravagista na Guerra Civil dos EUA (1861/1865), em “E o Vento Levou”, continua sendo um dos grandes momentos do cinema, a despeito da toada claramente racista do filme. Atlanta é a capital do estado da Geórgia, além de sede da Coca-Cola, ícone do capitalismo. E foi a sede também das Olimpíadas de 1996, que teria sua pira acesa pelo ex-campeão profissional (e olímpico) de boxe Muhammad Ali, príncipe da luta pelos direitos dos negros nos EUA dos anos 1960. Trêmulo pelo Parkinson, consequência dos muitos golpes que levou na cabeça ao longo da carreira, ainda era “impávido que nem Muhammad Ali”, como cantou Caetano, naquele momento marcante do final do século 20.

 

 

Campeão olímpico de boxe em Roma-1960, antes de jogar fora sua medalha de ouro pelo racismo nos EUA, Muhammad Ali emocionou o mundo ao acender a pira das Olimpiadas de Atlanta-1996

 

Pois foi na Geórgia que se consumou na manhã de hoje o último capítulo das eleições dos EUA de novembro. No segundo turno do estado tradicionalmente conservador ao Senado, o resultado confirmou o tamanho da derrota acachapante do ainda presidente Donald Trump. Além de perder a Casa Branca no voto popular e na decisão do colégio eleitoral, o republicano entregou também aos democratas do presidente eleito Joe Biden o controle da Câmara e do Senado. Este, definido hoje pela vitória do jovem cineasta documentarista e jornalista investigativo Jon Ossoff, de apenas 33 anos, e do pastor Rapahel Warnock, de 51 e primeiro negro eleito senador pela Geórgia.

O Senado ficou com 50 senadores aos democratas e 50 aos republicanos. Mas como, no sistema dos EUA, cabe ao vice-presidente o voto de minerva na Câmara Alta, Biden terá de Kamala Harris a carta branca para aprovar as reformas que quiser em seu início de mandato. Fiha de uma indiana e um jamaicano, ela é a primeira mulher, primeira negra e primeira descendente de asiáticos a ocupar o cargo de vice-presidente da democracia mais longeva do mundo. Não por coincidência, foi a virada democrata na Geórgia que permitiu a este blog e à Folha da Manhã anteciparem (confira aqui), desde 6 de novembro, o resultado da eleição presidencial dos EUA. Que só seria confirmado oficialmente pelo mundo (confira aqui) no dia seguinte.

 

Jor Biden e sua vice Kamala Harris (Foto: Twitter)

 

Para celebrar este dia de confirmação das luzes da democracia, aos EUA e ao mundo, com o tiro de misericórdia da vontade popular na nuca do trumpismo, fica uma homenagem a Geórgia no piano e voz do seu filho mais ilustre:

 

 

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