A Beneficência Portuguesa de Campos não vai demitir funcionários para atender à demanda do Hospital Geral de Guarus (HGG), que passará por obras de reforma, ainda sem data definida. E, instalado desde 30 de março de 202o (confira aqui) no centenário hospital filantrópico, o Centro de Controle e Combate e Controle do Coronavírus de Campos (CCC) serve para medir o rápido avanço que a pandemia da Covid teve na cidade em março, com a chegada de variantes mais agressivas do vírus original. No dia 1º do mês, o CCC tinha 10 dos seus 40 leitos clínicos ocupados, com 10 internados também nos seus 26 leitos de UTI. E hoje, apenas 15 dias depois, a ocupação já chegou a 31 leitos clínicos, restando nove vagas, enquanto a UTI já tem 23 internados, com espaço para receber só mais três. Foi o que revelou no início da manhã de hoje, no programa Folha no Ar, da Folha FM 98,3, o empresário Renato Faria, presidente da Sociedade Portuguesa de Beneficência de Campos:
— Nenhum funcionário da Beneficência será demitido em virtude da chegada dos pacientes do HGG. Essa confusão toda surgiu de uma situação em que a administração nova (Wladimir Garotinho, PSD) precisa dar uma solução ao que está acontecendo no HGG, que segundo o relato deles é muito grave. Mas qualquer coisa que implicasse em desativar serviço médico e demissão de funcionário (na Beneficência), a gente não queria. Colocamos isso para a Prefeitura e a Prefeitura ouviu. Eles reformularam a proposta para que essa demanda do HGG, em casos de internação, seja redistribuída a todos os hospitais contratualizados. Estamos aguardando a Prefeitura para discutir a parte técnica com os hospitais — explicou Renato.
Ele também falou sobre o agravamento da pandemia da Covid com as novas variantes do vírus, com características diferentes e, que segundo ele, estariam só começando a chegar em Campos. E de como a taxa de ocupação dos leitos clínicos e de UTI do CCC, revela o crescimento da doença na cidade nos últimos 15 dias:
— Estamos em um momento muito preocupante em relação ao coronavírus. Porque essa dita nova onda tem características próprias de maior virulência, ela atinge pessoas mais novas, tem uma gravidade maior. Na primeira onda (com o vírus original, antes das mutações registradas na África do Sul, no Reino Unido e no Brasil), o máximo que teve foi 1.800 mortes por dia (no país). Agora nós estamos vendo morrer 2.300 pessoas em um único dia no Brasil. E está começando a chegar em Campos. É importante a gente se preparar para esse aumento e falar para a população se cuidar. A vacina está chegando, devagar, mas está chegando. Esta semana (Campos) vai estar vacinando as pessoas de 79 a 75 anos, que é um grupo de risco. A gente tem que se preservar, fazer distanciamento social, usar máscara, lavar as mãos. No CCC, nós temos 40 leitos clínicos. No dia 1º de março, tinham 10 pessoas internadas e 30 leitos vagos. Hoje, temos 31 leitos clínicos ocupados e nove leitos vagos. Isso em 15 dias. De UTI, dos 26 leitos, nós tínhamos 10 leitos ocupados (em 1º de março). E hoje temos 23, com apenas três vagas de UTI. É muito rápido! — alertou o presidente da Sociedade Portuguesa de Beneficência de Campos.
Confira abaixo os três blocos da entrevista de Renato Faria, da Beneficência Portuguesa de Campos, ao Folha no Ar da manhã de hoje: