Governo desliga DAS de vereadores que saíram da base

 

Wladimir Garotinho, Rodrigo Bacellar, Igor Pereira, Helinho Nahim, Rogério Matoso, Marcione da Farmácia, Thiago Rangel e Anderson de Matos (Montagem: Joseli Mathias)

Vários governistas vinham insistindo na tese de que era preciso fazer uma depuração na base de apoio do prefeito Wladimir Garotinho (PSD) na Câmara Municipal. Com a formação de um novo bloco “independente” de vereadores (confira aqui e aqui), que contabiliza entre sete a 10 vereadores contrários ao pacote de 13 projetos do Executivo, que deve ser votado e aprovado (confira aqui) hoje (25) ou amanhã (26) no Legislativo, as posições geraram reações por parte do governo.

No Diário Oficial (DO) de ontem (24) DAS ligados politicamente aos edis Igor Pereira (SD), Helinho Nahim (PTC) e Rogério Matoso (DEM) foram exonerados. Hoje, DAS indicados ao governo pelos edis Marcione da Farmárica (DEM), Thiago Rangel (Pros) e Anderson de Matos (Republicanos) devem ter o mesmo fim. Uma “limpa” do governo nos RPAs ligados a esses parlamentares também está no radar.

Considerado pelo governo Wladimir como principal articulador da oposição (confira aqui e aqui), o deputado estadual Rodrigo Bacellar (SD) poderá ser cobrado pelos vereadores a abrigar esses cabos eleitorais agora desempregados. Para atender à demanda, facilitaria se Rodrigo assumisse a secretaria de Governo do governador Cláudio Castro (PSC), cargo ao qual está cotado (confira aqui) e que disputa com seu colega de Alej Márcio Pacheco (PSC).

Especificamente em relação a Helinho Nahim, queimar pontes pode não ser a tática mais inteligente dos garotistas, quando a Câmara for votar as contas de 2016 da ex-prefeita Rosinha Garotinho (Pros), cuja rejeição na Legislatura passada foi anulada na atual. Como o parecer do Tribunal de Contas do Estado (TCE) foi pela rejeição, seriam necessários 17 vereadores para tentar aprovar retroativamente. E apesar de contrário ao pacote do primo Wladimir, Helinho já declarou que votaria pela aprovação das contas da tia Rosinha.

— Só tenho a dizer que estamos sofrendo retaliações por nos manter ao lado da população. O meu lado é o povo. Até pelo fato de ter explicado ao governo que não éramos oposição, ele que está nos colocando. Por temos posicionamentos divergências, acho que devemos respeitar a democracia — comentou o vereador Thiago Rangel.

— Tomei a decisão com as minhas convicções. Na realidade, o que aconteceu foi uma convergência de pensamento entre os colegas. Rodrigo (Bacellar) não participou de nada, nunca me ligou para falar sobre isso, nunca me pediu nada. O meu voto (contra o pacote) está fechado. E acredito que eles nem tentem me dissuadir disso, porque tenho a minha convicção — afirmou Rogério Matoso.

— É mais um equívoco por parte do governo. Não houve articulação nenhuma do deputado Rodrigo Bacellar quanto à reprovação desse pacote. O que houve foi a união de pensamento de vereadores que discordam desse absurdo, que era muito maior e que hoje chegou à Casa de Leis menor. Mas que continua com coisas erradas, principalmente o aumento de alíquota do ITBI. E outras coisas horríveis, que não deveriam ser pautadas neste momento de pandemia. Mas cada assunto tem que ser tratado de maneira separada. O que mais me assusta é o ato covarde do governo, de exonerar pessoas sem sequer avisá-las — condenou Helinho Nahim.

 

Atualizado às 14h08: Além de Thiago Rangel, Rogério Matoso e Helinho Nahim, demandas foram geradas aos edis Igor Pereira, Marcione da Farmácia e Anderson de Mattos. Assim como à assessoria do deputado Rodrigo Bacellar.

 

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