Reabertura de usina = R$ 200 milhões em 2022
Mais R$ 200 milhões na economia de Campos em 2022, com a reabertura da usina Paraíso. Foi o que Geraldo Hayen Coutinho, um dos seus proprietários, projetou no programa Folha no Ar, da Folha FM 98,3, na última quarta (7). Em 2020, duas usinas geraram na economia goitacá R$ 500 milhões, 1/3 do orçamento executado do município. “Nós fechamos o negócio com o Renato Abreu, proprietário da usina Sapucaia, onde a Coagro é gestora. Acordamos há três anos que Paraíso cessaria sua moagem, direcionando sua cana para Sapucaia. E chegou o momento de darmos mais um salto na escala de produção, com a reabertura de Paraíso. Que já parte no primeiro ano com faturamento próximo a R$ 200 milhões”, revelou o industrial.
Natália busca protagonismo em 2022
Entrevistada do Folha no Ar de quinta (8), a professora Natália Soares (Psol), ex-candidata a prefeita de Campos em 2020, falou em buscar protagonismo na eleição de 2022. Perguntada se concorreria como deputada estadual, ela respondeu: “O timing do partido é diferente do timing das expectativas. Temos conversas e passaremos pelo processo congressual do Psol em setembro. Por isso não é possível dar uma resposta agora: vou? Qual o cargo? A gente não tem isso ainda fechado, porque esses espaços de discussão coletiva precisam ser respeitados. Mas a gente busca, sim, um protagonismo, que foi conquistado na outra eleição (em 2020)”.
Força política do comércio (I)
Um ponto reconhecido por Geraldo e Natália foi a força política demonstrada pelo setor produtivo goitacá, tanto na abreviação do lockdown da cidade em abril, quanto ao impedir até agora a aprovação do novo Código Tributário. “Nós estamos vivendo hoje um movimento inédito na cidade. Reconheço a legitimidade do prefeito, mas me solidarizo com a classe empresarial, quando ela busca qualificar essa discussão. Não dá para simplesmente dizer: ‘o orçamento não fecha e eu preciso complementarֹ, a saída é aumento de tributo’. Esse discurso tem que ser refeito. Esse custeio (da Prefeitura), de fato, está enxuto?”, questionou Geraldo.
Força política do comércio (II)
Natália também reconheceu a força do setor produtivo, embora com conclusões diferentes: “O Código Tributário não passa por um amplo debate com todos os setores. Quem está fazendo essa discussão hoje é esse setor produtivo. Mas careceu de um amplo debate com as universidades, com os pesquisadores que estudam desenvolvimento regional. O TCE (Tribunal de Contas do Estado) comunica que o município excede (o limite entre folha de pagamento e receita própria). Aí você tem decisões. E, sim, precisa pagar mais quem ganha mais. Na nossa visão esse setor (empresarial), com certeza, vem recuperando força política”, analisou Natália.
Nota quebrada a Wladimir: 6,25
Nota 6,25 aos seis meses da gestão Wladimir Garotinho (PSD). Foi a avaliação, na média, das notas de 0 a 10 dadas por Geraldo Coutinho, presidente do Sindicato da Indústria Sucroenergética do Estado do Rio de Janeiro (Siserj), e pela professora universitária de filosofia Natália Soares. No Folha no Ar de quarta, Geraldo deu nota 8 ao novo governo municipal. Bem mais rigorosa no Folha no Ar de quinta, Natália deu 4,5. E disse não falar só em seu nome, mas do Psol goitacá. Em painel de análise sobre a primeira metade de ano do governo, publicado nesta edição, com seis outros entrevistados, a nota ao governo teve uma média superior: 7,4.
Industrial: nota 8
“É o primeiro mandato do prefeito Wladimir. Ele tem todas as credenciais para fazer um bom governo e não enxergo nada que diminua essa possibilidade. Ele assumiu, como seus antecessores, um problema orçamentário de Campos que começa em 2000 e se torna crônico em 2012. Acho que ele pode ajustar alguma coisa, como na questão do Código Tributário. E ainda dou nota 8, esperando que esses próximos seis meses possam vir a confirmar, ou, caso contrário, nos obriguem a rever essa nota. Mas eu acredito no governo Wladimir, acredito no vice dele; Frederico Paes (MDB) tem uma bagagem muito sólida”, apostou Geraldo.
Psol: nota 4,5
“Preciso lembrar da reabertura do Restaurante Popular. Foi muito importante para as pessoas vulneráveis. E a gente reconhece isso. Mas a questão hospitalar, a ausência de insumos, medicamentos, permanece. A gente percebe que o governo cede à pressão das escolas privadas. É uma loucura reabrir no próximo semestre, mesmo no modelo híbrido. A gente tributa na conta da gestão a falta de diálogo com outros setores, passar portarias sem ouvir o conselho de educação, da mesma forma que acontece com o anfiteatro Kapi. Em democracia tem que existir contrariedade e diálogo. A média é 5? Está em 4,5”, avaliou Natália.
Regimento
O advogado Bruno Gomes, atual procurador da Câmara de Campos, disse que tem, junto com toda equipe procuradoria, uma missão: a de criar um novo regimento neste recesso. Que a Câmara faria mudanças, a coluna havia antecipado em 19 de junho. Porém, de acordo com Bruno, nem seria uma reforma, mas um novo regimento, evitando interpretações dúbias que existem no atual. Segundo o procurador, o presidente da Casa, Fábio Ribeiro (PSD), determinou que uma cópia da proposta seja enviada aos vereadores — após o recesso, no início de agosto —, para que todos participem de uma construção democrática para aprovação do regimento.
Confira nos vídeos abaixo, em três blocos cada, as entrevistas de Geraldo Coutinho e de Natália Soares ao Folha no Ar, respectivamente, de quarta e quinta:
Com o jornalista Arnaldo Neto
Publicado hoje na Folha da Manhã