FDP! leva a vida e a obra de Kapi ao Trianon

 

Antonio Roberto de Góis Cavalcante, o Kapi (Foto: César Ferreira)

 

Na noite de sexta (24), no foyer do Teatro Trianon, tive a honra de participar do bate-papo “Vida e obra de Antonio Roberto de Góis Cavalcante Kapi”. Parte da programação do 4ª Festival Doces Palavras (FDP!), a conversa foi mediada pelo jornalista e poeta Ocinei Trindade, com a poeta, atriz e professora Adriana Medeiros, e comigo. Contamos um pouco das nossas muitas histórias pessoais com Kapi, bem como da sua obra gigantesca como poeta, diretor teatral, carnavalesco e turismólogo.

 

Aluysio Abreu Barbosa, Adriana Medeiros e Ocinei Trindade falam sobre Kapi, no foyer do Trianon (Foto: Antônio Filho)

 

O evento não deixou de ser uma oportunidade de celebrar as pazes do maior artista que esta terra de planície já produziu. Que morreu precocemente aos 59 anos, de complicações do HIV, em 2 de abril de 2015. Sem que merecesse do poder público municipal ser velado naquele mesmo foyer do Trianon. Teatro que ele inaugurou, ainda no esqueleto, em 1995, com a montagem da peça “Gota D’Água”, adaptação de Chico Buarque e Paulo Pontes da tragédia grega “Medeia”, de Eurípedes (480 a.C/ 406 a.C.).

Pela oportunidade de comungar um pouco da vida e da obra de um homem genial e amigo muito querido, agradeço a Adriana e ao Ocinei. Assim como à presidente da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima (FCJOL), Auxiliadora Freitas; sua gerente de Arte e Cultura, a diretora teatral Kátia Macabu; ao assessor de imprensa Antônio Filho e toda a equipe da FCJOL. Além dos curadores do FDP!, a médica Vanda Terezinha, presidente da Academia Campista de Letras (ACL); e o jornalista Wellington Cordeiro, presidente da Associação de Imprensa Campista (AIC).

Abaixo, confira o vídeo com o bate-papo no Trianon sobre Kapi, na sua própria definição: “um desvairado que não coube em si”. Assim como o seu poema “Acenos”, que sintetizou a inesquecível noite de sexta, interpretado nela por Adriana Medeiros:

 

 

ACENOS

 

Quem parte

deixa saudade,

deixa acenos,

esquece livros.

Deixa tolhido

um mundo de desejos,

vida desarrumada

e a gente sem prumos.

Quem fica

fica de lembranças,

fica mais criança,

fica solidão.

Quem parte,

parte inteiramente,

parte de repente

sem um avisar.

Quem fica

fica de inocente

regando as sementes

de um tal regressar.

Quem fica

fica sem despedida

fica sem guarida

e morre um pouco em vida

pois quem parte

parte corações

mata as ilusões

e parte.

 

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