Baixaria da política de Campos pauta o debate no Rio

 

Celeuma entre Rodrigo Bacellar e Wladimir Garotinho foi pauta hoje no Rio de Janeiro, com a jornalista Berenice Seara, na Rádio CBN (Montagem: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

Por mais que Campos queira e mereça superar a baixaria pessoal a que sua política foi reduzida no último final de semana, na discussão travada nas redes sociais entre o secretário de Governo do estado do Rio, Rodrigo Bacellar (SD), e o prefeito Wladimir Garotinho (SD), o caso continua rendendo. Não só aqui, mas também na capital carioca. Hoje, na rádio CBN, a jornalista Berenice Seara, do jornal Extra, falou sobre a confusão, que mereceu nota de repúdio da OAB Rio e Campos, por conta das insinuações levianas feitas por Rodrigo contra a honra de Tassiana Oliveira, esposa de Wladimir.

Após noticiar o caso no domingo, o blog voltou a tratar do assunto hoje, para reproduzir a posição forte do ex-vereador Marcos Bacellar (SD), pai de Rodrigo. Assim como de mulheres que se sentiram ofendidas pelas declarações do secretário, condenando-as como machistas. Pai de Wladimir, o ex-governador Anthony Garotinho (sem partido), que já usou de ofensas muito parecidas no passado, inclusive contra mulheres, reagiu fazendo ataques também levianos contra os Bacellar. Que concluiu com um “conselho” ao governador Cláudio Castro (PL), aliado dos Bacellar e dos Garotinho:

— Se algum conselho posso oferecer ao primeiro mandatário do nosso estado, é desratizar o Palácio Guanabara enquanto ainda há tempo.

Confira abaixo, em áudio da CBN, como o infeliz episódio da política goitacá foi analisado na capital:

 

 

Atualização às 15h46, para noticiar também a manifestação do coletivo feminista “Nós por nós”. Que condenou como machista as declarações do secretário Rodrigo Bacellar. E se solidarizou com a primeira-dama goitacá, Tassiana Oliveira, e com a advogada feminista Kelly Vitter, diretora da OAB Mulher de Campos:

 

 

O Estado tem cor, gênero e classe social: personificado, majoritariamente, pela figura de um homem branco, rico, racista, machista e hetero-patriarcal.

Nós, mulheres, sofremos violência em todos os espaços, sejam públicos ou privados. Nenhum lugar é seguro para nós — nem mesmo a nossa própria casa ou trabalho. Somos agredidas por desconhecidos, por nossos companheiros e até mesmo por esse Estado masculino.

Hoje (ontem) presenciamos mais um triste episódio de violência de gênero praticada por um representante do Estado que deveria, sobretudo, cumprir seu dever estatal de garantir o respeito, segurança e a igualdade entre seus cidadãos.

O secretário estadual de Governo Rodrigo Bacellar atacou politicamente uma mulher (Tassiana Oliveira) ao publicizar e questionar fatos de sua vida particular, como seus relacionamentos passados, a fim de atingir sua honra e utilizar tal violência como manobra política.

A violência política de gênero tenta desmoralizar as mulheres ao questionar seus comportamentos, aparências, vidas pessoais e relacionamentos, com objetivo de diminuir sua atuação profissional/política, com base em conceitos e pensamentos conservadores e machistas.

Após a violência praticada pelo secretário, a OAB Mulher de Campos, representada por sua diretora @kellyviter.adv, manifestou-se por meio de nota em repúdio à violência política de gênero praticada, tendo sido ratificada por meio da direção da OAB Mulher do Estado do RJ.

Logo após, Kelly Viter foi atacada por um veículo de imprensa (Click Campos) que trabalha politicamente para Bacellar, sofrendo, também, violência de gênero, ao ter seu trabalho profissional e até o seu ativismo questionado e relativizado por se colocar publicamente contra as práticas machistas do Estado.

Kelly, além de advogada e diretora da OAB Mulher, é fundadora do projeto social @poramoraooutro e parceira do Nós Por Nós. Sua trajetória de militância em prol da defesa dos direitos das mulheres é notória para todas nós. A história do feminismo em Campos é marcada por seu ativismo e luta pelo fim da violência de gênero na sociedade, inclusive a violência em que agora é vítima.

Entendemos esta prática como uma típica medida intimidadora a fim de calar a voz de mulheres que se colocam a fim de denunciar as estruturas machistas da nossa política.

Reforçamos que tal prática é uma afronta aos direitos humanos, sobretudo aos direitos das mulheres.

Por isso, o Coletivo Nós Por Nós se manifesta por meio da presente nota a fim de repudiar tais opressoes e reafirmar que não aceitaremos nenhuma intimidação nem machismo, tampouco de senhores engravatados que representam a perpetuação da velha política misógina.

Enquanto Coletivo feminista, lutaremos sempre contra as práticas machistas e de violência de gênero contra todas as mulheres, pois nenhuma mulher deve ou merece ser agredida.

Mexeu com uma, mexeu com todas!

 

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