Wladimir: HGG, novo Restaurante, Ponte, Porto, buracos e eleições

 

Com Arnaldo Neto, Cláudio Nogueira e Matheus Berriel

 

Nota entre 7,5 a 8 ao primeiro ano do governo Wladimir Garotinho (PSD). Foi a nota que o próprio prefeito de Campos se deu durante o Folha no Ar, na Folha FM 98,3, no início da manhã de ontem. Ele falou de sorte e azar no futebol, de Influenza e Covid, da volta às aulas com exigência de vacina, de Réveillon sem shows e verão com eventos, das obras no Hospital Geral de Guarus (HGG), do adiamento do Restaurante Popular de Guarus para 2022, do que falta à conclusão da Ponte da Integração, da polêmica do bônus ao servidor, dos problemas urgentes do Transporte Público, de um novo acesso rodoviário ao Porto do Açu fora da cidade de Campos, da promessa de R$ 78 milhões para tapar os muitos buracos das ruas, de recuperação da infraestrutura rural, do racha na base governista e da relação entre Executivo e Legislativo, da força do setor produtivo ao barrar sua proposta do Código Tributário, do alerta pela folha da Prefeitura superar a sua arrecadação própria, das candidaturas do seu grupo político a deputado federal e estadual, da possibilidade da sua esposa Tassiana ser uma delas, do seu apoio eleitoral ao governador Cláudio Castro (PL), da sua indefinição a presidente entre Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL), do início de um parque ecológico até o fim do seu mandato, da possibilidade de reajuste ao servidor só em 2023, da avaliação da sua administração até aqui, e da ferrovia que pode fazer de Campos, São João da Barra e região “a porta de entrada e saída do mundo”.

 

(Foto: Folha da Manhã)

 

Pé frio na derrota do Flamengo na final da Libertadores? – Primeiro, dizer que eu estava em Lima na vitória contra o River Plate (na final da Libertadores de 2019). Então, eu não sou pé frio. Mas, tinha muito campista lá (em Montevidéu), eu encontrei um monte. Eu até postei na minha rede social que o verdadeiro pé frio é o ex-vereador, candidato a deputado Marcão Gomes (PL), que estava lá e que não estava em Lima (risos). Então, acho que o pé frio foi ele.

Vacinação contra Influenza – Ontem, inclusive, vi uma postagem do governador Cláudio Castro agradecendo ao governador de Minas Gerais (Romeu Zema, Novo) por ter mandado doses da vacina para o estado do Rio de Janeiro, e que elas agora serão repassadas aos municípios. Nós estamos com problema de falta de vacina. Assim como tivemos também, durante um período, a falta da vacina da Covid, nós estamos com a falta da vacina da Influenza. Há bem pouco tempo, chegaram 2.500 doses da vacina, mas isso acaba em três, quatro dias, no máximo, porque a procura está muito grande. Realmente existe um surto no estado do Rio de Janeiro inteiro. Em Campos não é diferente, até porque nós somos uma metrópole. Muita gente aqui viaja para o Rio, está nesse fluxo diário. Eu sigo sempre as orientações da minha equipe de saúde: o doutor Charbell (Kury) junto com o doutor Rodrigo Carneiro, na nossa Atenção Básica. São profissionais muito competentes, muito dedicados, e a estratégia que eles definirem é que nós vamos seguir. A gente anunciou também uma repescagem, com pontos de vacinação para a H1N1 e para gripe. A gente não pode colocar em muitos pontos espalhados, até porque tem pouca vacina. Quanto mais vacina chegar, mais pontos a gente pode abrir.

Volta às aulas irreversível com vacina com exigência de vacinação contra a Covid – Ratifico as duas coisas (que Charbell anunciou no Folha no Ar de quinta): tanto que é um caminho sem volta quanto que vai ser cobrado, sim, o comprovante de vacinação. As pessoas precisam se vacinar, já existe a liberação da Anvisa, inclusive, para a vacinação em crianças. A minha filha, por exemplo, de 12 anos, já tomou as duas doses. Meu filho ainda não tomou, ele tem 9 anos, mas a liberação da Anvisa começou agora. Então, meu filho também vai tomar a vacina. E a gente vai, sim, exigir isso. Não é, como alguns ainda tentam colocar, uma ditadura, uma imposição. Muito pelo muito pelo contrário, isso é questão de Saúde Pública. A gente vê o que acontece em vários países quando a vacinação é baixa. Inclusive, a nova variante é derivada da África, que tem pouca cobertura vacinal. Então, a gente vai exigir, sim. É importante que as pessoas entendam isso. E a gente vai voltar às aulas no início de fevereiro.

Sem shows no Réveillon, mas com eventos no verão – Diferente do Rio de Janeiro, capital, onde a queima de fogos é a principal atração, não é o caso aqui de Campos, não é o caso na praia do Farol e nem Lagoa de Cima. Geralmente, o que leva o público são os eventos, são os shows nacionais que a Prefeitura sempre promove. Nós vamos fazer, sim, uma queima de fogos simbólica. Não vamos ter evento algum no Réveillon, para evitar aglomeração. Mas, nós estamos numa fase em que é impossível a gente controlar totalmente as pessoas, e nem queremos isso mais. Campos ainda tem cerca de 33 ou 34 mil pessoas que não se vacinaram nem com a primeira dose. Eu faço aqui um apelo, mais uma vez, para que essas pessoas se vacinem, busquem o posto de vacinação mais próximo. Hoje, não temos mais fila alguma, é só chegar ao posto que vai ser vacinado. Então, quanto ao Réveillon, Campos foi a primeira cidade da região a adotar essa postura. Quanta à programação de verão, nós teremos, sim, com artistas locais, porque eu pedi isso ao Sesc, inclusive. Ao invés de trazer nomes nacionais, vamos priorizar a cultura local, os artistas locais, que sofreram tanto por não poderem trabalhar durante a pandemia. Eles (do Sesc) têm lá uma curadoria que avalia as bandas, os ritmos. E vamos fazer muita força nos eventos esportivos. Vai ter muito evento esportivo: futevôlei, capoeira, beach tennis, durante o verão inteiro. Também eventos culturais, através da tenda cultural. Acho que a programação vai ser boa e vai ser a contento para todos os veranistas do Farol de São Tomé e também de Lagoa de Cima.

Nova ala do HGG até abril – As obras do HGG estão em ritmo aceleradíssimo. Quando você chega de manhã, à noite já é uma realidade completamente diferente. As equipes estão trabalhando até as 22h. Eles me pediram autorização para instalar refletores para trabalho noturno. Eu, obviamente, autorizei. O dinheiro para as obras já está em caixa na Prefeitura, o Estado já repassou. Então, não tem por que pedir que a empresa não acelere as obras. Eu fico, pessoalmente, muito feliz com isso. É uma realidade antiga daquele hospital, que desabava na cabeça das pessoas, que chove dentro, até hoje. Mas, nós temos etapas daquela obra. A primeira etapa é a parte da frente, aquela antiga estrutura metálica, que começou ainda no governo Rosinha e que já está toda concretada, já está com mais da metade do telhado, a parte hidráulica de piso já foi toda feita, e já está começando a levantar parede. Isso em 20 e poucos dias de obra. Então, a nossa previsão é de que, no máximo até abril, a gente entregue 100% concluída a primeira etapa. Aí, a gente vai transferir os pacientes que estão no prédio antigo para essa ala nova. E aí entrar na nova etapa da obra, que é a restauração. Na verdade, é a reforma completa do prédio antigo. São duas etapas de obra. A gente só liberou, por enquanto, a primeira parte, porque não teria condição de fechar o atendimento.

R$ 1 bilhão do Governo do Estado a Campos – O governador Cláudio Castro veio aqui em Campos e anunciou R$ 500 milhões de investimento para a cidade. Eu já posso antecipar que serão mais de R$ 500 milhões, bem mais, até podendo dobrar, podendo chegar a R$ 1 bilhão de investimento aqui no município. Quando eu apresentei os projetos a ele, eu falei que o HGG era prioridade das prioridades: “Cláudio, não adianta a gente fazer nada na cidade se tiver um hospital que é referência para a região inteira caindo do jeito que está”. Não estava na agenda oficial dele a visita ao hospital, mas eu agarrei-lhe pelo braço e falei: “O senhor tem que parar comigo aqui no hospital para ver a realidade do povo e me ajudar a dar uma solução para isso”. Porque, naquele momento, eu não tinha nenhuma perspectiva de ter recurso para fazer aquela obra. Ele, ao entrar no hospital, ficou sensibilizado. Eu corri aqui, junto com a Prefeitura, para fazer o projeto em tempo recorde. Comecei a obra na confiança de que o governador iria repassar o dinheiro, porque, quando a gente começou, o dinheiro não estava nem no caixa da Prefeitura ainda. A gente vai acelerar, sempre que possível, dependendo aí das condições climáticas. Quando chove, é difícil você fazer obra. Mas, por isso até, a gente avançou no telhado, para poder continuar fazendo a obra civil interna nessa primeira etapa do hospital. Estou muito contente.

Restaurante Popular em Guarus prometido para novembro adiado para 2022 – Eu fiz essa pergunta ao secretário estadual de Assistência, o Matheus Quintal. Ele disse que houve um atraso na licitação. Como todos sabem, é uma parceria. O Estado entra fornecendo a alimentação, e a Prefeitura entra com o pessoal de apoio e também, se possível, com o local. Já arrumei o local, é um galpão ali na rua da delegacia em Guarus, a Prefeitura vai reformar. É coisa pequena que precisa fazer lá: pintura e parte elétrica. Mas, eu dependo da licitação por parte do Governo do Estado para o fornecimento da alimentação. O que o secretário me disse é que vai ser licitado ainda dentro do mês de dezembro, para poder começar no próximo ano. Tanto o Restaurante Popular de Guarus quanto o Café do Trabalhador, que vai ser na rodoviária Roberto Silveira, no quiosque da Prefeitura também. O Estado vai fornecer, se eu não estiver enganado, 500 cafés da manhã para o trabalhador na Rodoviária (Roberto Silveira). Até porque, eu disse ao secretário Matheus Quintal que se, por acaso, der algum problema no Café do Trabalhador, a Prefeitura vai assumir por completo, porque é um custo barato. A gente está falando em torno de R$ 40 mil por mês para servir ali 500 cafés da manhã por dia para os trabalhadores na Rodoviária. Como disse, eu confio na parceria com o governador. Eu entendo, até porque sofro com isso também aqui: a burocracia, às vezes, do serviço público na questão de licitação. Você tem edital, às vezes tem impugnação de edital, prazo de recurso.

Ponte da Integração – Estive no Tribunal de Contas (do Estado, TCE) há pouco tempo, numa agenda para tratar de assuntos da Prefeitura de Campos, e perguntei se alguém tinha alguma informação que pudesse me dar a respeito da Ponte da Integração. A gente tem que tomar muito cuidado com o que é ventilado, porque ainda existe pendência no Tribunal. Eu ouvi isso de uma pessoa de dentro do Tribunal, também já tinha ouvido isso do secretário das Cidades, o Uruan Cintra: “Olha, o Estado já tem o dinheiro separado para terminar a ponte, que é pouca coisa, e também já tem os projetos para fazer os acessos. Mas, dependemos de uma pequena autorização do Tribunal de Contas, que disse, naquela época, que não tinha pendência nenhuma. Mas, tem. Tem uma pendência do corpo instrutivo ainda, relacionada àquela obra”. Eu também disse ao governador Cláudio Castro que talvez fosse a obra mais marcante dele para a região. Mas, eu disse isso antes de ver os outros projetos, principalmente no que diz respeito ao acesso ao Porto do Açu, que vai gerar muito desenvolvimento para toda a nossa região. Então, posso afirmar que tem um conjunto de obras, entre elas a Ponte da Integração. Não posso dar prazo, até porque não estou acompanhando de perto esse assunto, mas é uma obra que interessa ao governador, interessa a todos nós, e ele vai estar batalhando para poder resolver. Mas existe ainda uma pendência do corpo instrutivo do Tribunal em relação ao que já foi gasto para fazer a ponte. O que o corpo instrutivo alega é que o valor que já foi gasto para fazer a ponte é muito superior ao contratado, e que a ponte não foi terminada. O caminho que está se tomando no Tribunal é que, se for o caso de se comprovar que já houve um valor muito acima efetivamente pago e a ponte não esteja pronta, que se puna a empresa que está fazendo, não se puna a obra, para que a obra não continue paralisada do jeito que está. Não existe nada que impeça a obra, mas existe impossibilidade de o Estado pagar a empresa. O corpo instrutivo está preparando como vai dar uma saída ao Estado para continuar a obra.

Polêmica do abono ao servidor – O auxílio tecnológico tem dado uma certa polêmica, desnecessária no meu ponto de vista. O abono não é possível ser pago aos aposentados, por uma questão legal. A Previcampos não pode pagar gratificações, auxílios e abonos, a Previcampos só pode pagar salário. É bom explicar que eu anunciei um auxílio tecnológico de R$ 2 mil para toda a rede de Educação. Isso foi, na época, muito comemorado, mas também houve muito pedido e muito questionamento a respeito da nota fiscal que seria exigida pelo auxílio tecnológico. Por que a nota fiscal? Como o dinheiro é federal, é verba do Fundeb, eu preciso prestar conta disso, eu preciso justificar o gasto. Então, dentro de cada processo, porque em cada auxílio eu abro um processo individual do profissional, eu preciso anexar a nota fiscal, para depois prestar contas ao MEC. Mas houve um pedido pessoal, no evento no Trianon, de toda a rede, inclusive o vereador Maicon Cruz (PSC), que é presidente da Comissão de Educação (da Câmara Municipal). Ele fez esse pedido no microfone, em nome de toda a rede, de que não se cobrasse a nota fiscal, porque o salário está defasado. E é verdade. E eu disse, naquela oportunidade, que a Prefeitura estava estudando uma maneira de que não fosse cobrada a nota fiscal. Qual foi a maneira encontrada? A gente só mudou a fonte de recurso para recurso próprio. Nós não estamos dividindo o Fundeb, como alguns estão tentando dizer, para todos os da Prefeitura. Pelo Fundeb teria que apresentar a nota fiscal, a gente preferiu não pagar com o Fundeb e pagar com recurso próprio. E aí, como não tinha a necessidade da apresentação da nota fiscal, a gente estendeu para toda a rede, porque a gente tinha folga de caixa, temos folga de caixa hoje para poder pagar a todos os funcionários da rede. Então, na verdade, houve uma ampliação daquilo que seria o auxílio tecnológico. Seria apenas para a Educação. Hoje, é para todos os funcionários ativos da Prefeitura. Depois, criaram uma história de rateio do Fundeb. Gente, isso não tem previsão legal. Eu lamento que alguns tenham tentado polemizar uma coisa que é boa para todo mundo: eles vão ganhar os R$ 2 mil, como estava prometido. Só mudou o apelido de auxílio tecnológico para um bônus extraordinário, e todos os outros profissionais da ativa também vão receber.

Transporte público – O maior desafio atual de Campos é o transporte público, que também é o maior desafio futuro. Hoje nós amanhecemos com um grande problema, porque ontem teve uma decisão judicial do doutor Eron (Simas, pela 4ª Vara Cível) determinando que as vans deixem de circular (a decisão foi para não circularem nas linhas exclusivas dos ônibus). Inclusive, está gerando desde ontem uma sede de ruídos, hoje pela manhã já está tendo a paralisação. A paralisação foi determinada a partir de segunda-feira, mas já tem van parando hoje, com certeza teremos barulho na cidade, manifestações, enfim. Por outro lado, as empresas de ônibus de Campos estão com a sua frota bastante sucateada, com muito pouco ônibus na rua. Eles alegam, obviamente, passagem defasada, o diesel esse ano subiu mais de 50%. Então, é uma realidade que não tem fácil solução, porque Campos tem 4 mil km², é o quinto maior município em extensão territorial do Brasil. Não é uma equação fácil da gente da gente fechar. Na campanha, eu dizia é que precisava haver o entendimento e que todas as pessoas envolvidas no setor de transporte buscassem uma solução para o transporte de Campos. E eu tentei isso ao longo desse primeiro ano. Eu tive reuniões tanto individuais quanto coletivas com permissionários de van, com empresários de ônibus, mas a conversa não avança, porque não existe compatibilidade de interesses entre os dois modais. É uma situação bem difícil de se resolver. Eu, inclusive, estou, a partir do próximo ano, lançando oficialmente o conselho da cidade, um conselho consultivo, onde a gente vai, com a sociedade civil e com especialistas, debater vários assuntos da nossa cidade. O primeiro tema desse conselho da cidade que eu vou levar é exatamente sobre o transporte público, porque é uma situação urgente, que está latente todos os dias para aquelas pessoas que precisam pegar o transporte para trabalhar, visitar alguma pessoa, e estão com muita dificuldade.

Acesso ao Porto do Açu fora da cidade de Campos – Sobre a questão da mobilidade, com o advento do Porto do Açu bem aqui do nosso lado, eu tenho um estudo da Firjan e do Dnit, do próprio Porto, que, a partir de 2023, nós teremos um fluxo de mais de 1.500 caminhões por dia em direção ao Açu. Você imagina isso tudo passando dentro do município de Campos? É um caos completo, é um caos absoluto. Para nossa sorte, digamos assim, dentro dos projetos do governador que nós estamos discutindo, existe uma rota de acesso ao Porto do Açu ali pela Estrada dos Ceramistas, pegando na rotatória ali do BPRV e seguindo em frente ali por dentro da Baixada Campista, o que não vai atrapalhar o trânsito da BR 356 para quem vai a São João da Barra, e vai tirar o tráfego de caminhões de dentro da cidade de Campos. A obra já está, inclusive, no portal de investimentos do Governo do Estado, que é o chamado Pacto RJ, o portal onde informa as obras que já foram aprovadas e que estão com orçamento empenhado. Essa é uma delas. É uma obra que, segundo o Governo do Estado, vai custar em torno de R$ 400 milhões. O projeto foi feito pelo próprio Porto do Açu, como uma rota alternativa de carga para poder chegar no porto.

R$ 78 milhões para tapar buracos – A Prefeitura de Campos, hoje, tem 10 equipes na rua tapando buraco todos os dias. Só que, infelizmente, é muito buraco. O pavimento da cidade é um pavimento antigo, Rafael (Diniz, Cidadania) não fez nenhum recapeamento em quatro anos. Então, o asfalto se deteriorou e existe uma condição ainda muito ruim do município de Campos em relação a isso. Mas, repito, nós tapamos buracos todos os dias. Eu, inclusive, ouvi de um amigo empresário, que mora aqui na região do Parque Tamandaré, que ele, pelo menos, hoje vê a Prefeitura tapando buraco. A gente sabe que tem muito mesmo. É uma coisa que me incomoda pessoalmente, inclusive. Mas, que pelo menos ele vê a Prefeitura tapando. Desde ontem (quinta) nós estamos tapando os buracos da estrada de Santa Cruz a Lagoa de Cima, que é um pedido antigo. A estrada tem 16 ou 17 km, toda a extensão da estrada estava completamente esburacada. É um trabalho contínuo, não vai resolver rápido, mas a boa é que, dentre os projetos que foram mandados, já aprovados e apresentados, nós temos lá com o secretário de Infraestrutura do Estado, Max Lemos, um grande projeto de recapeamento, principalmente de toda a área central do município de Campos. A princípio, seriam R$ 50 milhões, mas já aumentou, já tem R$ 70 milhões, nós conseguimos um pouco mais através do deputado Bruno Dauaire (PSC), que teve uma cota que ele conseguiu, de R$ 20 milhões de reais, e ele acrescentou aos R$ 50 milhões que eu já tinha conseguido com o governador Cláudio Castro. O processo já está lá, está em fase de instrução processual, de montagem de edital para poder licitar. Então, a gente vai ter o recapeamento de praticamente de todas as ruas da área central de Campos no próximo ano, nessa parceria entre a Prefeitura e o Governo do Estado do Rio de Janeiro. Meu WhatsApp tocou aqui e estão me lembrando que, além desse recurso de asfalto que o governador vai fazer aqui através do secretário Max, em dezembro de 2020, eu já tinha ganhado a eleição de prefeito, mas não tinha tomado posse, o senador Carlos Portinho (PL) destinou uma emenda de R$ 8 milhões a Campos para asfalto. Depois de muita burocracia junto à Caixa Econômica Federal, conseguimos destravar o projeto e a licitação foi marcada para o dia 18 de janeiro.

 

Página 2 da edição de hoje da Folha da Manhã

 

Receita própria não paga folha de servidor – A gente tem que fazer um ponto de reflexão de que o nosso acordo com o Tribunal vai até o final de 2024. A partir de 2025, não se pode mais usar nenhum recurso dos royalties para pagamento de pessoal, e a cidade precisa ter receita própria. Então, em algum momento, isso vai ter que voltar à pauta. Não é uma questão do Wladimir. Eu posso nem estar mais prefeito, em algum momento isso vai voltar à pauta. Os investimentos que nós faremos no município, tanto individuais quanto em parceria com o governador, são para aquecer a economia, para gerar outras fontes de riqueza, para que a Prefeitura possa ter mais arrecadação. Mas, se fosse hoje, o que a Prefeitura de Campos arrecada hoje de recurso próprio não paga a folha. Então, se eu não tivesse conseguido o acordo com o Tribunal, hoje o funcionário estaria sem salário, isso é uma realidade. Então, que o setor produtivo, a sociedade, os vereadores entendam que, em algum momento, pode ser com o Wladimir prefeito ou não, essa pauta de ajustes no Código Tributário terá que voltar à pauta em algum momento. E é bom que ninguém diga que foi pego de surpresa.

“Grupo terá em Campos dois candidatos a deputado estadual e dois a federal” – O que nós teremos em Campos, do nosso grupo político? Dois candidatos a estadual e dois candidatos a federal. Fora disso, quem quiser ser candidato, quiser disputar a eleição, eu não vou atrapalhar. Mas, eu não tenho compromisso de que a Prefeitura ou que o governo vá também ajudar da maneira. Vamos fazer força política para eleger aqueles com quem nós temos o compromisso assumido.

Garotinho e Marcelo Mérida a federal, Clarissa e Bruno Dauaire a estadual? – A gente está discutindo isso internamente no grupo. A gente não tem essa decisão tomada ainda. Nós vamos toma-la já no início do próximo ano, vamos decidir quem vai representar o grupo nas próximas eleições. Os nomes citados (Garotinho, Clarissa, Mérida e Bruno Dauaire) já são nomes postos, mas, dependendo do cenário, ainda tem uma vaga em aberto. A gente está discutindo internamente para decidir qual vai ser esse nome. Por que eu acho que não tem espaço para três candidaturas a deputado estadual em Campos? Aí é um ponto de discordância minha com o meu pai (em entrevista ao Folha no Ar em 15 de outubro, Garotinho cogitou que seu grupo lançasse dois candidatos a deputado federal e três a estadual): porque nós estamos numa região onde tem deputado. Por exemplo, o deputado Jair Bittencourt (PP) é de Itaperuna, mas ele é meu amigo pessoal e me ajudou muito a construir a minha candidatura a prefeito em Campos. Eu tenho um compromisso também com o deputado Jair de dar um espaço a ele aqui no município de Campos, para que ele possa fazer uma boa votação aqui e garantir a sua reeleição. E também é importante, porque fortalece a nossa região. Sou municipalista, mas também sou a favor da nossa região. Nós temos 22 municípios no Norte e Noroeste que precisam de representação, que precisam agir de maneira conjunta pelo desenvolvimento. Tem o Davi Loureiro (PRP) também, que é ex-prefeito de São Fidélis, um grande amigo da nossa família, que tem desejo de ser candidato a deputado estadual e é daqui da nossa região. Então, eu acho que não tem espaço para três candidaturas de Campos; tem espaço para duas, mas dando algum espaço também para as candidaturas da região. Os nomes estão postos, falta aí, dependendo do cenário de o Garotinho poder reunir condições jurídicas, definir mais um nome. A gente está, internamente, conversando sobre isso. Não há essa definição ainda, mas teremos, sim, já no início do próximo ano.

Apoio a Cláudio Castro para governador – Com certeza, estarei com o Cláudio Castro. Além de estar ajudando o município de Campos do ponto de vista institucional, é uma pessoa por quem eu aprendi a ter carinho, respeito muito grande. Uma pessoa muito habilidosa, muito sensível. Então, eu estarei com Cláudio Castro em qualquer situação, porque a gente tem que ter gratidão pelas pessoas que nos ajudam. Gratidão não prescreve, e ele tem sido muito correto com o município de Campos e tem nos ajudado muito.

Uma certeza a presidente: “não apoiaria Moro” – Eu não tenho posição formada sobre quem eu vou apoiar, mas tenho sobre quem não vou apoiar. Em hipótese alguma eu apoiaria Sérgio Moro, não existe essa possibilidade. Entendo e acompanho pesquisa, que é um retrato do momento, pode mudar. Hoje, a eleição está muito mais pró-Lula pelas pesquisas que eu tenho visto, mas não acho que a eleição esteja definida. Eu discordo do Lula em alguns pontos, concordo em outros, assim como também de Bolsonaro eu discordo em muitos pontos e até concordo em outros, do ponto de vista conservador de princípios. Mas discordo, por exemplo, de muitas coisas no governo Bolsonaro em relação à economia, discordo muito. Então, eu não tenho posição formada ainda em relação a presidente.

Tassiana só será candidata “se acontecer uma coisa muito inusitada” – Sobre a minha esposa ser candidata, há uma pressão popular da rua por isso, onde eu ando, onde ela anda. Mas, eu sou filho e fui, durante um período, de duas figuras públicas ao mesmo tempo: meu pai, governador; minha mãe, depois, governadora, e meu pai, secretário dela e depois candidato a presidente. Enfim, como filho adolescente que era na época, eu sofri muito com a ausência dos meus pais em casa. Não só eu sofri muito, como meus irmãos sofreram muito com isso. Essa é uma decisão pessoal e familiar. Minha esposa não será candidata porque eu acho que os meus filhos, um de 9 anos e uma de 12, precisam neste momento da atenção da mãe na criação e na formação pessoal deles. O pai, que sou eu, tenho pouco tempo. Tento aproveitar o máximo do tempo que posso com eles, mas é uma realidade: o nosso trabalho nos consome muito tempo. Eu não posso tirar a figura materna neste momento do meu filho e da minha filha. “Ah, mas ela não é candidata de jeito nenhum?”. Não, neste momento, ela não é candidata. Só se acontecer alguma coisa muito inusitada. Mas, esse não é o nosso desejo. Só se acontecer alguma coisa muito improvável, que eu não acredito que vá acontecer. Ela seria uma candidata forte, porque é a esposa do prefeito, o governo está medianamente bem avaliado, acho que até bem avaliado, bem acima da média nesse momento; ela é carismática, bonita, eu acho que ela é uma candidata muito forte naturalmente.

Votaria em Clarissa ou Bruno a estadual? – Pergunta maldosa (risos)! Sobre a Clarissa e o Bruno, eu torço para que um seja (candidato) a estadual e o outro, a federal, para eu poder votar nos dois.

Início do parque ecológico até o fim do mandato – O parque ecológico, inclusive, foi pauta de uma reunião minha ontem (quinta), quando recebi a cúpula do Santander no município de Campos para tratar sobre vários assuntos. Eu também já tive uma conversa com o pessoal do Porto do Açu, porque já existe um projeto de parque ecológico conceitual, que é ali na Arthur Bernardes, logo na entrada da cidade, numa área de 320 mil m² que foi desapropriada por Arnaldo (Vianna, PDT) num TAC (Termo de Ajustamento de Conduta). Ele fez um com o Ministério Público, desapropriou uma área que obrigatoriamente tem que ser destinada a um parque público, e, dentro desses 320 mil m² de área, 100 mil m² têm que ser de mata atlântica. Não é uma coisa que se constrói rápido, mas a nossa ideia é, dentro do nosso governo, dentro desses quatro anos, construir o pórtico de entrada, construir pistas de e caminhada e de acesso ao parque e plantar a mata atlântica. E aí depois buscar outras maneiras de melhorar o parque. Mas, é do nosso desejo, já estamos conversando com várias pessoas sobre isso e, se Deus quiser, teremos um parque ecológico dentro do nosso governo, para felicidade geral da nação e para o bem do meio ambiente. A gente vai ter um pulmão verde bem na área central de Campos e bem na entrada de Campos, logo ali no início da Arthur Bernardes.

Possível reajuste a servidor, só em 2023 – É uma equação que precisa ser discutida e debatida com responsabilidade e com verdade. Realmente, a inflação está muito alta, está corroendo o salário. Mas, a folha vai ser, a partir de 2025, 100% paga com recurso próprio. E, hoje, a arrecadação municipal não paga a folha. Então, até como reconhecimento do momento que o servidor vive e o reconhecimento do ano difícil que todos nós tivemos, eu estou dando esse bônus de final de ano. Inclusive, eu queria aqui deixar um o recado para os RPAs que estão me questionando de não receberem o bônus: o RPA é um funcionário autônomo, eu não tenho como dar bônus. Se eu pudesse, eu daria. Mas é uma equação difícil. É justo o pedido do servidor, mas a gente tem que ter responsabilidade, para que a Prefeitura de Campos não tenha problema de caixa e fiscal. Porque, se tiver, o que vai acontecer é salário de funcionário atrasar de novo, é chegar ao limite absurdo, mas que a legislação determina: quando você ultrapassa o limite de responsabilidade, você tem que demitir servidor. Ninguém quer isso. Nem o servidor quer, nem o Executivo quer, e acho que nem a sociedade quer, porque os salários em dia, pagos regularmente, por mais que não se possa dar reajuste, movimentam a economia da nossa cidade. Então, com responsabilidade, nós vamos fazer as projeções, fazer os estudos, torcer para que a economia da cidade reaqueça, que a gente possa tentar conversar com o servidor para o ano de 2023. Eu já disse ao sindicato, já disse aos servidores que para 2022 não é possível. Não tenho arrecadação própria para isso.

Nota de 7,5 a 8 ao primeiro ano de governo – Eu trabalho muito, me cobro muito, me dedico muito, e talvez essa dedicação exacerbada faça o meu olhar ser muito mais crítico também, porque eu vejo problema em tudo. Isso é da minha natureza: querer resolver, ver problema e querer resolver. Mas, pela situação que encontramos e onde conseguimos chegar hoje… A gente tinha um déficit no orçamento previsto de R$ 250 milhões entre receita e despesa, só previsto para frente, fora o que a gente herdou de dívidas reconhecidas e folhas de pagamento em atraso. E a gente não vai ter déficit este ano. A gente vai ter superávit este ano. E o gasto efetivamente, o que vai ser pago, que vai ser colocado na rua entre fornecedor, funcionário, vai ser na casa de R$ 1 bilhão e 800 milhões, que é mais ou menos o orçamento previsto deste ano, que foi de R$ 1 bilhão e 750 milhões, o orçamento que Rafael projetou para este ano. Nós vamos ter de execução, de fato, R$ 1 bilhão e 800 milhões, com melhora dos serviços. Não é ainda da maneira que gostaríamos em algumas áreas, mas a gente vai ter uma execução financeira parecida com o orçamento que foi projetado e com a qualidade de alguns serviços muito melhor do que nós tínhamos. Isso significa que nós temos sobra de caixa hoje, pelos novos recursos que entraram que não estavam previstos, pelo aumento da receita de royalties que teve também esse ano. Mas, é bom se frisar, porque as pessoas muitas vezes comparam a arrecadação de royalties deste ano com a do ano passado somente, mas 2020 não é parâmetro de comparação para nada; 2020 foi um ano em que a economia esfarelou, por conta da pandemia. Se você pegar, por exemplo, a arrecadação de royalties de 2018, que foi o segundo ano do governo Rafael, ele arrecadou mais de R$ 200 milhões a mais do que eu vou arrecadar este ano. Então, o royalty está recuperando em relação ao ano passado, mas ainda é muito menor do que já foi, tanto no governo Rosinha quanto em alguns momentos do governo Rafael. Tivemos recursos novos, que eu consegui, tanto em Brasília quanto no Estado. Nós vamos ter superávit orçamentário e uma sobra de caixa esse ano, o que vai nos permitir, no próximo ano, fazer novos investimentos para poder aquecer a economia da cidade. Então, baseado no que nós encontramos e na dificuldade demonstrada em vários painéis da Folha (sobre a crise financeira do município, publicados entre julho a setembro de 2020), dizendo da dificuldade que o próximo prefeito teria de equilibrar o orçamento do município diante de tantas dificuldades. E nós conseguimos fazer isso em menos de um ano. E, além de ter conseguido equilibrar o orçamento, a gente conseguiu coisas históricas e importantes em tão pouco tempo: não tem paciente em corredor no Ferreira Machado, no HGG. Nunca se viu isso, nem nos tempos áureos da Saúde de Campos (nos governos dos médicos Arnaldo Vianna e Alexandre Mocaiber, nas “vacas gordas” dos royalties). Eu convido quem quiser a ir no hospital ver que não tem gente no corredor, amontoada, como tinha antes. Então, a gente já avançou demais. Indo direto agora à nota, eu me daria de 7,5 a 8. Eu acho que pode melhorar, mas acho que nós fizemos um bom trabalho diante da complexidade que o momento exigiu. Eu estou muito animado e otimista para os próximos anos, mas eu acho que este ano 2021 a gente está fechando muito bem, até acima de algumas expectativas. Queria agradecer publicamente a toda a minha equipe, ao meu vice-prefeito, Frederico Paes, aos vereadores que contribuíram para os projetos importantes que nós mandamos para a Câmara. Para mim, Wladimir, valeu a pena. Eu acho que a gente pode avançar, acho que a gente vai avançar, a população vai perceber os serviços melhorando sempre. O mais importante é você acreditar na sua cidade. Campos tem um potencial gigantesco.

Ferrovia ao Porto do Açu – Eu vou dar uma notícia aqui em primeira mão, que eu recebi do secretário estadual de Desenvolvimento, Vinícius Farah: vai ser anunciada em breve uma parceria com o ministro Tarcísio (Freitas, de Infraestrutura) a liberação para início das obras da ferrovia, da EF 118, que vai ligar o Porto do Açu. Já está, foi aprovado no Congresso Nacional, agora recentemente, o novo marco para as ferrovias. Talvez algumas pessoas não tenham ideia da dimensão do que é isso. Campos, São João da Barra e a nossa região vão ser a porta de entrada e saída do mundo através do Porto do Açu. Nós vamos ser, por exemplo, o Centro de Fertilizantes do mundo, que vai ser instalado no Porto do Açu. Nós temos muitas possibilidades a médio prazo, não é nem a longo prazo, é a médio prazo. Então, acreditem na cidade. Eu tenho uma equipe motivada, uma equipe que trabalha muito. É papel dos secretários tocar o dia a dia e o varejo da Prefeitura: a troca de lâmpada, limpeza, tapar o buraco. Esse é o dia a dia, que quem toca é o secretariado. O prefeito não tem como estar 100% no dia a dia, os secretários estão ali para poderem fazer isso. Mas vocês têm um prefeito que trabalha muito, que é muito articulado e que precisa que vocês acreditem que a cidade de vocês tem um potencial gigantesco e teremos dias muito melhores daqui à frente.

 

Página 3 da edição de hoje da Folha da Manhã

 

Confira abaixo, em três bloco, a íntegra em vídeo da entrevista do prefeito Wladimir Garotinho na manhã de ontem ao Folha no Ar, da Folha FM 98,3:

 

 

 

 

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Este post tem um comentário

  1. marcelo monteiro silva

    Pergunta para o nosso glorioso prefeito, sob a taxa que está sendo cobrada no cemitério do caju. Até isso !!!!

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