Wladimir negocia dívida de R$ 1,2 bilhão de Campos com a Caixa

 

Campos entre o prefeito Wladimir Garotinho, o senador Carlos Portinho, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, o ex-procurador José Paes Neto, o ex-prefeito Rafael Diniz e o ícone goitacá Marcelo Pirica (Montagem: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

 

Wladimir em Brasília por Campos

“O acordo entre o município de Campos e a Caixa Econômica Federal (CEF) está próximo de sair nos próximos meses”. Foi o que projetou ao blog Opiniões, na tarde de quinta (10), o prefeito Wladimir Garotinho (PSD). Falou de Brasília, onde teve naquela mesma tarde uma reunião com o presidente da CEF, Pedro Guimarães. A pauta foi a negociação para retomar o pagamento da cessão de crédito feita em maio de 2016 pela então prefeita Rosinha Garotinho (hoje, Pros), no apagar das luzes do governo Dilma Rousseff (PT), chamada à época de “venda do futuro”. O valor da dívida, hoje considerada impagável, está na casa do R$ 1,2 bilhão.

 

Campos e Caixa

“A reunião foi muito produtiva e as equipes técnicas avançaram bem. Podemos estar próximos de um acordo histórico, resolvendo um passivo imenso acumulado por inadimplência irresponsável. Esse assunto é tratado na CEF com muita mágoa, pela maneira que o Executivo municipal o tratou na gestão passada (Rafael Diniz, Cidadania). Além de resolver esse litígio, o mais importante foi a reaproximação das instituições”, completou Wladimir. Na reunião na sede da CEF, ele foi acompanhado do senador Carlos Portinho (PL/RJ) e de Thiago Ferrugem, assessor da deputada federal Clarissa Garotinho (Pros), que não pode estar presente.

 

Histórico da dívida

Pela resolução 43/2001 do Senado, assim como pela autorização da Câmara Municipal de Campos em 2016, os pagamentos da operação financeira não poderiam exceder 10% das receitas petrolíferas do município. Só que o limite não foi obedecido pelo contrato entre a CEF e o governo Rosinha. Mas foi imposto pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), em julho de 2017. Graças a uma tese do então procurador do Legislativo goitacá, Robson Maciel Junior, que entrou junto com o governo Rafael. A CEF recorreu e a juíza federal Rosângela Martins determinou, em 2021, que as duas partes fizessem um acordo.

 

Dívida está em R$ 1,2 bilhão

Wladimir e Clarissa já tinham se reunido na sede da CEF em agosto de 2021. “Desde então, as equipes técnicas do município e da Caixa estão negociando. A solução é aumentar o prazo e diminuir o percentual dos pagamentos. A dívida foi paga em dia até dezembro de 2016. E não paga de 2017 até o momento. Rafael judicializou e a dívida ficou impagável”, disse o prefeito. Se não houver acordo, a execução da dívida significaria a insolvência financeira do município. Em caso de litígio, é consensual no meio jurídico que a Caixa ganharia. E com a correção, que é um dos principais pontos da negociação, o montante chegou a R$ 1,2 bilhão.

 

José Paes responde

No grupo de WhatsApp que o blog Opiniões divide com o programa Folha no Ar, da Folha FM 98,3, o ex-procurador-geral do município na gestão Rafael, José Paes Neto, respondeu às acusações de Wladimir ao seu antecessor no cargo. E respondeu às provocações do atual prefeito: “Curiosa a forma como o prefeito de Campos trata a questão. A mãe (Rosinha) celebra um acordo completamente ilegal, que desrespeita os termos da autorização dada pela Câmara, e ele ainda tem a coragem de colocar a culpa em Rafael, que se valeu do Judiciário apenas para fazer valer o que o Senado e a Câmara Municipal autorizaram“.

 

E Rafael?

José Paes completou: “não fosse a ação da Procuradoria do Município (em 2017, junto à então Procuradoria da Câmara), os efeitos teriam sido catastróficos à cidade. Ao invés de inventar desculpas, Wladimir deveria agradecer a Rafael por ter enfrentado a irresponsabilidade dos pais dele”. Rixa política ao largo, o ex-procurador não falou sem lógica. Tanto que ele não foi respondido por nenhum dos vários integrantes do atual governo, na democracia do mesmo espaço virtual. Onde talvez não haja lógica é no fato de Rafael, que integra o mesmo grupo de WhatsApp, não falar por ele mesmo. E, aparentemente, se escudar na defesa de ex-assessores.

 

O exemplo de Pirica

Foi como combativo vereador de oposição que Rafael conquistou sua vitória consagradora em 2016, se elegendo prefeito de Campos em 2016 no primeiro turno. Negar essa característica da sua ascensão política meteórica, se isolando do povo com seus assessores na Prefeitura, o levou à derrocada nas urnas de 2020. Se não fez um bom governo, o ex-prefeito é uma excelente pessoa e um cristão verdadeiro, como provou na manhã de ontem, ao prestigiar o velório de Marcelo Silva Martins, o icônico Pirica, vítima de atropelamento na quinta. É mais em Pirica e menos nos seus assessores que Rafael deveria se inspirar para sair do casulo.

 

Publicado hoje na Folha da Manhã.

 

Morte de Pirica — Vídeo do atropelamento e testemunhos

 

Com Ícaro Barbosa

 

Sob a imagem de Jesus, Pirica foi velado na Capela A do Campo da Paz, acompanhado no caixão pela bandeira de uma das suas maiores paixões, o Fluminense Football Club (Foto: Genilson Pessanha/Folha da Manhã)

 

Marcelo Silva Martins, mais conhecido em toda a cidade como Pirica, tinha 50 anos e era pai de três filhos. Ele foi vítima de atropelamento na noite de quinta, morreu na manhã de sexta no Hospital Ferreira Machado (HFM) e teve seu corpo sepultado na manhã de hoje, no Campo da Paz. Desde ontem, quando fotos do atropelamento passaram a circular nas redes sociais, nestas foi iniciado o debate: houve omissão de socorro? O vídeo feito na rua Salvador Corrêa, na altura do flat Jardim de Allah, mostra que Pirica apagou sozinho, quando atravessava a via pública. E foi atropelado em seguida pelo carro vermelho, cujo motorista chegou a parar e sair do veículo para tentar socorrer a vítima, junto a outros passantes e motoristas, antes de sair do local.

 

Com a advertência de que contém cenas fortes, abaixo o vídeo:

 

 

Pirica foi depois também socorrido pelos Bombeiros, sendo encaminhado ao HFM. Lá, chegou a ser atendido, mas acabou não resistindo aos ferimentos, vindo a falecer algumas horas depois.

Abaixo, o vídeo do sepultamento de Pirica na manhã de hoje, feito pelo repórter-fotográfico da Folha Genilson Pessanha, segudo de três testemunhos. O primeiro, também em vídeo, do radialista e promotor de eventos Ricardo Salgado, foi tomado no velório:

 

 

 

Também presente ao velório, o ex-prefeito Rafael Diniz, foi outro que deu seu testemunho sobre Pirica à reportagem da Folha:

 

Ex-prefeito de Campos, o rubro-negro Rafael Diniz se despediu do grande tricolor Marcelo Pirica (Foto: Genilson Pessanha/Folha da Manhã)

 

Rafael Diniz — “Marcelo, nosso querido Pirica, foi uma pessoa muito especial para mim e para minha família. Nossas famílias sempre foram muito amigas. Quem teve a oportunidade de conhecer Pirica com mais proximidade, assim como eu, sabia do cara especial que ele era. Era muito inteligente, com um humor que encantava todos que estavam próximos dele, um cara incapaz de fazer mal ao próximo. Se Marcelo fez alguma coisa, pode ter certeza que foi pra ele… para os outros ele só fazia o bem. Que Deus o receba com todo seu amor e misericórdia, e cuide de seus filhos”.

O terceiro testemunho, escrito pelo empresário Pedro Vianna, aborda a delicada questão da dependência química. Da qual Pedro se trata com êxito há mais de 20 anos:

 

Pedro Vianna, empresário

Ele e Eu

Por Pedro Vianna

 

Pirica, bom colega da minha adolescência. Atleta das divisões de base do Americano e filho de próspero empresário de Campos. Estudamos juntos também.

Tinha uma personalidade sempre controversa desde novo. Como Eu, foi buscar no mundo das drogas uma fuga para o não enfrentamento de questões que não vêm ao caso agora externar.

Sete de dezembro de 2000, no churrasquinho do Sangue Bom, por volta das 3h da manhã, foi o meu último diálogo com ele. Dali, Eu saí para busca de uma nova forma de viver e Ele infelizmente não se permitiu a mesma oportunidade.

Uma pena, nos deixa um cara que, até aquela data, posso dizer se tratar de uma pessoa alegre, de bom trato e que não arrumava problema com ninguém. Fica para mim a certeza que, quando fiz a minha escolha, acertei e venho acertando desde então e a tristeza de ver uma vida de um colega ser interrompida dessa forma.

Desejo pêsames à famíla e a todos que, como Eu, de alguma forma, puderam desfrutar de bons momentos com Ele.

 

Houve ou não omissão de socorro?

O caso está sendo investigado na 134ª DP, cuja assessoria de imprensa respondeu à demanda gerada pela reportagem da Folha: “A 134ª trabalha e está apurando o caso. Testemunhas foram intimadas e as imagens das câmeras foram coletadas. É tudo que podemos informar”. Para tentar esclarecer pela luz da razão o debate sobre omissão ou não de socorro no atropelamento, sempre passional quando se trata da morte trágica de uma figura querida como Pirica, o blog procurou a análise de três especialistas:

 

João Paulo Granja, advogado do Grupo Folha

João Paulo Granja — “Pelas imagens do circuito de câmeras, percebe-se que o veículo que atropelou Marcelo encontrava-se em velocidade compatível com o local, não havendo como ser imputado ao condutor a intenção de atropelar, ou atuação com imperícia, negligência ou imprudência, pressupostos da culpa. No que concerne à omissão de socorro, as imagens não deixam claro se, no espaço de tempo entre o atropelamento e o momento em que o condutor deixou o local, este ou terceira pessoa teria solicitado socorro da vítima, cumprindo os requisitos do art. 304 do Código de Trânsito, sendo certo não lhe ser exigido realizar qualquer atendimento médico ou prover socorro em seu veículo, conduta não recomendada nessas hipóteses”.

 

Felipe Drumond, advogado criminalista

Felipe Drumond — “É preciso averiguar se o condutor dirigia sem imperícia, imprudência ou negligência. Além disso, é preciso verificar se, em que pese ter se evadido do local, tomou alguma providência para que a vítima fosse socorrida. Se ficar constada falta de cuidado ao volante, o motorista terá cometido o crime de homicídio culposo, previsto no art. 302 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Além disso, se for constatado que o motorista não tomou providências para o socorro da vítima, incidirá a causa especial de aumento de pena de 1/3 prevista no art. 302, § 1º, inciso III, do CTB. Nessa hipótese, não haveria crime autônomo de omissão de socorro. Se for concluído que o motorista dirigia com os devidos cuidados, mas atropelou a vítima sem que fosse razoável exigir que fosse evitado, não há crime de homicídio culposo. No entanto, se o motorista sequer tomou providências para que as autoridades socorressem a vítima, cometeu o crime de omissão de socorro, previsto no art. 304 do CTB. Por fim, o fato de o motorista ter saído do local do acidente indica a provável prática do crime previsto no art. 305 do CTB, quando o condutor se afasta do local de acidente para se furtar à responsabilidade penal ou civil. Seu afastamento, no entanto, poderia ser justificado para buscar ajuda ao imediato socorro da vítima, o que não parece ter ocorrido”.

 

Filipe Estefan, advogado e presidente da OAB-Campos

Filipe Estefan — “Pelas imagens divulgadas, inicialmente entendo que houve omissão de socorro, no art. 135 do Código Penal. E consiste numa conduta típica em deixar de prestar assistência, sem risco pessoal, quando possível fazê-la, ou não pedir socorro à autoridade pública competente. Porém, a decisão do indiciamento fica por conta do investigador, que irá analisar as características objetivas e subjetivas do fato”.

 

 

 

 

Atualizado às 13h36: em respeito à verdade dos fatos e à memória de Pirica, a postagem sofreu várias alterações entre o início da manhã e da tarde de hoje, para correção e inclusão de novas informações.

 

Wladimir em Brasília por acordo de Campos com a Caixa

Presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, e Wladimir Garotinho em reunião na tarde de hoje, em Brasília (Foto: Divulgação)

“O acordo entre o município de Campos e a Caixa Econômica Federal (CEF) está próximo de sair nos próximos meses”. Foi o que projetou ao blog o prefeito Wladimir Garotinho (PSD), falando de Brasília, onde teve nesta tarde uma reunião com o presidente da CEF, Pedro Guimarães. A pauta foi a negociação para retomar o pagamento da cessão de crédito feita em maio de 2016 pela então prefeita Rosinha Garotinho (hoje, Pros), no apagar das luzes do governo Dilma Rousseff (PT), chamada à época de “venda do futuro”.

— A reunião foi muito produtiva e as equipes técnicas avançaram bem. Podemos estar próximos de um acordo histórico, resolvendo um passivo imenso acumulado por inadimplência irresponsável. Esse assunto é tratado na CEF com muita mágoa, pela maneira que executivo municipal tratou na gestão passada (Rafael Diniz, Cidadania). Além de resolver esse litígio, talvez o mais importante, marcou a reaproximação das instituições — disse Wladimir. Na reunião hoje com o presidente da CEF, ele foi acompanhado do senador Carlos Portinho (PL/RJ) e do ex-vereador de Campos Thiago Ferrugem, assessor da deputada federal Clarissa Garotinho (Pros), que não pode estar presente

Pela resolução 43/2001 do Senado, assim como pela autorização da Câmara Municipal de Campos em 2016, os pagamentos da operação financeira não poderiam exceder 10% das receitas petrolíferas do município. Só que o limite não foi obedecido pelo contrato entre a CEF e o governo Rosinha. Mas foi imposto pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), em julho de 2017. Graças a uma tese do então procurador do Legislativo goitacá, Robson Maciel Junior, que entrou junto com o governo Rafael. A CEF recorreu e a juíza federal Rosângela Martins determinou, em 2021, que as duas partes fizessem um acordo.

Para tentar o acordo, Wladimir e Clarissa já estiveram na sede da CEF, em 18 de agosto de 2021. “Desde então, as equipes técnicas do município e da Caixa estão negociando. Rafael judicializou e a dívida ficou impagável. A solução é aumentar o prazo e diminuir o percentual dos pagamentos”, disse o prefeito de Campos. Se não houver acordo, a execução da dívida com a Caixa significaria a insolvência financeira do município.

 

Figura icônica de Campos, Pirica morre aos 52 anos

Marcelo Silva Martins, o Pirica

Campos perdeu hoje uma das suas figuras mais icônicas. Pela manhã, morreu no Hospital Ferreira Machado (HFM) Marcelo Silva Martins, aos 52 anos, mais conhecido como Pirica. Ele foi atropelado na noite de ontem na rua Salvador Corrêa, em frente ao flat Jardim de Allah. O velório na Capela A do Campo da Paz atrasou, por conta da liberação do corpo no IML, e só deve começar às 19h de hoje. O enterro está programado para às 9h30 da manhã desta sexta (11). Ele deixa os filhos Naiana, Felipe e Ketlen.

 

Seguem abaixo as imagens do momento do seu atropelamento, nas ruas noturnas de Campos, nas quais nunca foi difícil se encontrar Pirica em vida:

 

 

 

 

Pirica era filho do já falecido empresário Maurício Martins, que marcou época na cidade com a malharia Big 13, cujo prédio das antigas instalações, na saída da cidade, o filho morava. O conheci no início dos anos 1980, na colônia de férias do Auxiliadora, onde ele estudou e voltaríamos a nos encontrar, como alunos do ensino médio, ainda naquela década. Filho da classe média alta goitacá, optou adulto pela vida do underground goitacá, onde era figura folclórica e conhecida de toda a boemia. Foi, sem favor, um dos grandes entendedores de blues e rock da cidade. Torcedor apaixonado do Fluminense, era também um grande conhecedor de futebol.

Nessas coisas de cidade de porte médio, mas que ainda mantém algumas das tradições do interior, Pirica se tornou também amigo do meu filho, Ícaro. A quem ele trata de “meu irmão” e “meu filho”. Em vídeo gravado por ambos em 2021, quem hoje nos deixou a todos meio órfãos talvez tenha dado a mais precisa definição da relação entre ele e esta cidade que tanto marcou: “Quem não conhece Pirica, não conhece Campos”.

 

 

Sempre contestador, deixou em outro vídeo com definição pouco lisonjeira sobre o campista médio. Após fazer sua mensagem de cobrança: “Cadê a educação e a saúde?”. A provar que loucos talvez sejam aqueles que julgam “normal” não lhe dar ouvidos:

 

 

Abaixo, o relato do músico, sociólogo, cientista político e professor da UFF-Campos, George Gomes Coutinho, sobre essa figura da nossa geração que tanto marcou a nossa cidade:

 

George Gomes Coutinho e Marcelo Pirica

 

“Este 10 de fevereiro nublado se tornou ainda mais cinza para todos que viveram e vivem o underground campista. Marcelo Pirica nos deixou. Pirica se encontrou de maneira violenta com uma das Moiras e fez seu caminho para outro plano ainda mais misterioso da existência.

O conheci ali no final da minha adolescência e início da vida adulta entre a fauna do bar Bicho André. Batemos muito papo. Pirica era um blues rocker em minha perspectiva. Sim, amava o blues. Mas, em nossos papos, demonstrava predileção pela versão eletrificada que gente como Hendrix ou Steve Ray Vaughan popularizaram.

Pirica, além de sua cultura musical, era o nosso ‘doido da tribo’. Filho das classes altas campistas, optou por fazer de sua existência algo entre o desbunde e o mais profundo ‘foda-se’ aos tradicionalismos da planície escravista. Ele debochava solenemente dos lambe botas da açucarocracia. Fazia sentido. Era filho legítimo da contracultura.

Fará falta. Descanse em paz, Marcelo. E que haja a elucidação plena do fato que causou sua passagem prematura.”

 

Atualizado às 17h56 com novas informações sobre o velório e o enterro de Pirica. 

 

Obras de Bolsonaro nas BRs de Campos já têm R$ 20 milhões

 

Aompanhado de Clarissa, o presidente Bolsonaro foi recebido no aerporto Bartolomeu Lisandro na última segunda, pelo prefeito Wladimir (Foto: Supcom)

 

Com Joseli Mathias e a assessoria da deputada federal Clarissa Garotinho

 

No dia 26, a deputada federal Clarissa Garotinho (Pros) confirmou a visita do presidente Jair Bolsonaro (PL) a Campos e São João da Barra, realizada na última segunda (31). Era esperado que o capitão anunciasse R$ 14 milhões para de um novo prédio ao Hemocentro de Campos. Mas isso acabou adiado para uma reunião de Clarissa, acompanhada do prefeito Wladimir Garotinho (PSD), mais o senador Carlos Portinho (PL/RJ), com o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, na próxima quinta (10), em Brasília. O que Bolsonaro de fato anunciou para Campos, com recursos federais, são três obras de ampliação das BRs 101 e 356, dentro do trecho urbano do município. Elas já têm verbas garantidas de R$ 20 milhões no Orçamento da União de 2022, após articulações de Wladimir e Clarissa no Congresso Nacional. O texto final do Orçamento foi sancionado pelo presidente no final de janeiro.

Na quinta, atendendo à demanda gerada pella reportagem da Folha da Manhã, a assessoria do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) confirmou na quinta (03) o anúncio do presidente na segunda. E deu prazo para a licitação: “As intervenções a serem realizadas na cidade de Campos dos Goytacazes são na BR 101, entre o Trevo do Índio e o Hotel Doce Lar, com obras de duplicação. Outro segmento a ser duplicado é entre o final da avenida Presidente Kennedy, no bairro Jóquei Clube, e o trevo com a avenida Alberto Lamego. Os projetos estão em fase final de desenvolvimento e têm previsão de lançamento de edital de licitação em abril/2022. Os recursos são da ordem de R$ 20.000.000,00 e estão previstos na LOA (Lei Orçamentária Anual) 2022”.

 

Ampliação da capacidade de tráfego com o alargamento das BR 101, implantando-se duas faixas de rolamento novas, uma em cada sentido, entre o Km 64,1, na altura do Hotel Doce Lar; e o Km 67, no trevo de entrada da cidade (Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr./Foto: Rodrigo Silveira)

 

Conclusão da duplicação do trecho da BR 356 entre o final da avenida Presidente Kennedy, já duplicada até o Cepop, num total de 1,5 Km (Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr./Foto: Rodrigo Silveira)

 

Também demandada pela Folha, a assessoria do ministério da Infraestrutura confirmou na sexta (04) as informações do Dnit. Além das duas obras, há uma terceira solicitada pelo município. É a conclusão da interligação da av. Estilac Leal com as BRs 101 e 356, visando facilitar o acesso à ponte Alair Ferreira para escoamento do sentido Sul, sem os atuais transtornos causados pelo acesso provisório. Para que saia, caberá à Prefeitura fazer as desapropriações necessárias.

 

Interligação das BRs 356 e 101 à avenida Estilac Leal, para permitir a plena utilização de acesso à Ponte Alair Ferreira. Será uma intervenção num trecho de 200 metros. Dentro da área urbana, são coincidentes os trechos da BR 356, sob administração do Dnit; e da BR-101, sob administração da concessionária Arteris (Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr./Foto: Rodrigo Silveira)

 

Clarissa garantiu que as intervenções nas BRs vêm sendo tratadas como prioridade pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, desde que ele foi procurado, em agosto do ano passado, pela deputada e Wladimir, em Brasília. A demanda se encontra em fase de elaboração do projeto Dnit. A etapa seguinte será a abertura do processo de licitação prevista para abril. O anúncio das obras foi feito na segunda pelo presidente e o ministro Tarcísio, durante a entrevista à afiliada local de uma rede de TV ligada nacionalmente a Bolsonaro. Na ocasião, o presidente chamou Clarissa para uma participação ao vivo, agradecendo pelo trabalho que ela vem fazendo na região. “A vinda de Bolsonaro é um passo para o fortalecimento da nossa região. As obras na BR 101 são a cereja do bolo”, disse a deputada.

Wladimir também considerou produtiva a agenda, principalmente no sentido de estreitar as relações com o Governo Federal e trazer investimentos: “Estamos sempre buscando parcerias para que a população tenha qualidade de vida muito melhor”, disse o prefeito.

 

Prós e contras das obras na visão dos especialistas

Ricardo Paes Teixeira, arquiteto

“Vejo as três propostas de intervenções anunciadas como melhorias restritas ao entorno da cidade de Campos. São bem-vindas como obras complementares. Mas ainda não é o que se espera para uma cidade do nosso porte. Necessitamos de propostas muito mais amplas, resultantes de um profundo estudo que contemple todas nossas características socioeconômicas atuais. Que seja base para um plano diretor de mobilidade urbana para atender às nossas necessidades momentâneas. Mas que deixe propostas mais ambiciosas para ações futuras”, foi como analisou o arquiteto Ricardo Paes Peixeira as obras anunciadas nas BR 101 e 356 por Bolsonaro.

Sérgio Mansur, engenheiro civil

“São três obras de fácil execução, que permitirão uma melhor fluidez no trânsito devido a separação dos sentidos de deslocamento e duplicação das faixas de rolamento. Por ainda não termos conseguido a retirada do trânsito rodoviário da área urbana, acrescido do movimento de cargas gerado pelo Porto do Açu, como também da expansão urbana às margens das BRs, somos obrigados a criar soluções alternativas para amenizar os impactos. Essas três, que conseguimos, irão permitir um alívio em trechos já bastante congestionados. E, o mais importante, são soluções factíveis a curto prazo”, explicou Sérgio Mansur, engenheiro civil com especialização em transporte e subsecretário de Mobilidade de Campos.

 

Página 10 da edição de hoje da Folha da Manhã

 

Lula/Alckmin, apoio do PT a Freixo e Ceciliano a senador

 

Chapa presidencial de Lula e Geraldo Alckmin foi confirmada pelo vereador carioca petista Lindbergh Farias, que também confirmou o apio do PT a Marcelo Freixo (PSB) a governador do RJ, com o presidente petista da Alerj, André Ceciliano, a senador (Montagem: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

 

Lula/Alckmin (I)

Enquanto Campos vai a Brasília por seu futuro, a Folha FM trouxe os bastidores do futuro do Brasil a Campos. Na última quarta (02), o entrevistado do Folha no Ar foi o vereador carioca Lindbergh Farias (PT). Ex-senador, ele participa das decisões de cúpula do seu partido. E garantiu: “Essa chapa Lula/Alckmin já é uma realidade”. Líder isolado em todas as pesquisas presidenciais, o ex-presidente já disse não esperar nenhum voto em São Paulo, onde o ex-tucano Geraldo Alckmin foi governador duas vezes, por tê-lo como vice. Mas Lula quer com ele mandar um sinal, oposto ao radicalismo do presidente Jair Bolsonaro (PL): a conciliação.

 

Lula/Alckmin (II)

“Tudo indica que seja no PSB a filiação de Alckmin (que deixou o PSDB e está sem partido). Mas pode ser que seja em outro partido, porque as coisas estão evoluindo, ninguém sabe para onde vai o PSD do (Gilberto) Kassab. O Solidariedade tudo indica que venha para o lado de cá (do PT) também. Então, a tendência é ir ampliando. À medida que chega a eleição, os deputados vão vendo quem melhor ajuda as suas candidaturas. Nessa base do Centrão que está aí com Bolsonaro, vai ter um bocado de traição, de gente que vai pular para o lado do Lula. Isso é o que mais existe no Congresso Nacional. Acho que a chapa presidencial Lula/Alckmin já é uma realidade, já está consolidada”, disse Lindbergh à Folha FM.

 

Lula/Alckmin (III)

Lula já disse que não reeditará em 2022 a “Carta aos Brasileiros”, garantindo que respeitaria a economia de mercado e fundamental à sua primeira eleição presidencial em 2002. Após perder no 2º turno a reeleição de Lula em 2006, Alckmin seria agora a “Carta aos Brasileiros” do petista. Com ele de vice, como acusar o ex-presidente de dois governos socialdemocratas de “comunista”, como deliram os bolsonaristas? Isso enquanto, em plena crise internacional da Ucrânia, Bolsonaro vai se encontrar este mês com o presidente da Rússia, Vladimir Putin. Que é ex-agente da KGB, serviço secreto da comunista União Soviética, extinta desde 1991.

 

Ceciliano a senador

Além de dar como certa a chapa entre o ex-presidente trabalhista e o ex-governador paulista considerado conservador, Lindbergh também analisou na Folha FM como os movimentos nacionais interferirão no tabuleiro eleitoral do RJ. Ele descartou a hipótese do presidente da Alerj, deputado André Ceciliano (PT), concorrer a governador, como aventado no Folha no Ar de 14 de janeiro pelo jornalista Luiz Carlos Azedo, articulista político do Correio Braziliense. “O melhor caminho ao Ceciliano é colar no Freixo (PSB, pré-candidato a governador) e no Lula, e crescer. Não tenho dúvida de que ele vai crescer muito para o Senado”, apostou o ex-senador.

 

Lula/Freixo x Bolsonaro/Castro

Pré-candidato a deputado federal, para Lindbergh a eleição a governador do Rio, com seus cobiçados palanques a presidente, estaria entre dois polos: “O PT está no processo da formação da federação com PSB, PCdoB e PV. É como se esses partidos virassem um só nos próximos quatro anos. Não tem como o PSB ter um candidato e o PT ter outro. Lula declarou que o nosso candidato (a governador) no Rio será o Marcelo Freixo. E o Ceciliano é o nosso nome a senador. Nossa chapa é Lula, Freixo e Ceciliano. A outra será Bolsonaro e Cláudio Castro (PL). Só não sei ainda quem será a senador: Romário (PL), Washington Reis (MDB)?”.

 

Confira abaixo, em três blocos, os vídeos com a íntegra da entrevista do vereador carioca petista Lindbergh Farias ao Folha no Ar da última quarta (02):

 

 

 

 

Publicado hoje na Folha da Manhã.

 

Wladimir define o futuro de Campos em Brasília nesta 5ª

 

Pelo futuro de Campos, o prefeito Wladimir vai se reunir nesta quinta em Brasília com a deputada Clarissa, o senador Carlos Portinho e o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães (Montagem: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

 

Futuro de Campos (I)

Nesta quinta-feira (10), o futuro de Campos pode ser decidido em Brasília. De um lado da mesa, estarão o prefeito Wladimir Garotinho (PSD) e sua irmã, a deputada federal Clarissa Garotinho (Pros), reforçados pelo senador Carlos Portinho (PL/RJ). Os três serão recebidos na sede da Caixa Econômica Federal (CEF) pelo presidente da instituição, o economista Pedro Guimarães. Na pauta a cessão de créditos dos royalties do petróleo, feita em maio de 2016 e chamada à época de “venda do futuro”, entre o governo municipal Rosinha Garotinho (hoje, Pros) e a CEF, no apagar das luzes do governo federal Dilma Rousseff (PT).

 

Futuro de Campos (II)

Pela resolução 43/2001 do Senado, assim como pela autorização da Câmara de Campos em 2016, os pagamentos da operação financeira não poderiam exceder 10% das receitas petrolíferas do município. Só que o limite não foi respeitado pelo contrato entre a CEF e o governo Rosinha. Mas foi imposto pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), em julho de 2017. Graças a uma tese do então procurador do Legislativo goitacá, Robson Maciel Junior, que entrou junto com o governo Rafael Diniz (Cidadania). A CEF recorreu e a juíza federal Rosângela Martins determinou, em 2021, que as duas partes fizessem um acordo.

 

Futuro de Campos (III)

Para tentar o acordo, Wladimir e Clarissa já estiveram na sede da CEF, em 18 de agosto de 2021. “Desde então, as equipes técnicas do município e da Caixa estão negociando. Rafael judicializou e a dívida ficou impagável. Vamos a essa reunião de quinta na esperança concreta de resolver o problema, que significaria a insolvência financeira de Campos. A solução é aumentar o prazo e diminuir o percentual dos pagamentos. As bases legais do acordo já estão resolvidas”, adiantou à coluna o prefeito. Se conseguir, Wladimir marcará um gol ainda mais importante do que a reabertura do Restaurante Popular em 2021, fechado por Diniz em 2017.

 

Publicado hoje na Foha da Manhã.

 

“Chapa Lula/Alckmin já é uma realidade”, diz Lindbergh à Folha

 

Chapa presidencial encabeçada por Lula e com Geraldo Alckmin de vice já é considerada uma realidade pelo petista Lindbergh Farias (Montagem: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

“Essa chapa Lula/Alckmin já é uma realidade”. Foi no que o vereador carioca do PT Lindbergh Farias, ex-senador da República e ex-prefeito de Nova Iguaçu, apostou no início da manhã de hoje, em entrevista ao programa Folha no Ar, na Folha FM 98,3. Confira no vídeo e na transcrição abaixo:

 

 

— Tudo indica que seja no PSB a filiação dele (do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, que deixou o PSDB e está sem partido). Mas pode ser que seja em outro partido, porque as coisas estão evoluindo, ninguém sabe para onde vai o partido do (Gilberto) Kassab (PSD, partido do prefeito de Campos, Wladimir Garotinho, e presidido nacionalmente pelo ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro das Cidades do governo Dilma Rousseff). O Solidariedade tudo indica que venha para o lado de cá (do PT) também. Então, a tendência é ir ampliando. À medida que chega a eleição, os deputados vão vendo quem melhor ajuda as suas candidaturas. Nessa base do Centrão que está aí com Bolsonaro, vai ter um bocado de traição, de gente que vai pular para o lado do Lula. Isso é o que mais existe no Congresso Nacional. É pouca a turma que tem um lado, como eu tenho o PT. Tem uma turma que fica oscilando. Mas acho que a chapa (presidencial Lula/Alckmin) já é uma realidade, já está consolidada — revelou Lindbergh, considerado entre os petistas da ala mais ideológica do partido, que teria ressalvas ao ex-adversário tucano como vice de Lula

 

Outros trechos da entrevista de Lindbergh ao Folha no Ar desta quarta, inclusive falando das eleições de outubro no Estado do Rio, estarão na coluna Ponto Final, na edição deste sábado (05) da Folha da Manhã.