Pré-candidato do PSD a governador do Estado do Rio e ex-presidente nacional da OAB, Felipe Santa Cruz é o convidado do Folha no Ar, na Folha FM 98,3, a partir das 7h da manhã desta sexta (08). Ele falará do apoio do prefeito Eduardo Paes (PSD) à sua pré-candidatura, assim como da possibilidade de aliança do seu grupo com o também pré-candidato a governador Rodrigo Neves (PDT), ex-prefeito de Niterói.
Felipe analisará também a influência da eleição presidencial, hoje polarizada nas pesquisas entre Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL), sobre a eleição ao Palácio Guanabara. Por fim, falará da OAB e das rusgas públicas, enquanto presidente nacional da instituição, com o ocupante do Palácio do Planalto.
Quem quiser participar ao vivo do Folha no Ar desta sexta pode fazê-lo com comentários em tempo real, no streaming do programa. Seu link será disponibilizado alguns minutos antes do início, na página da Folha FM 98,3 no Facebook.
Se o grupo político dos Garotinho é muitas vezes marcado pela irascibilidade do ex-governador que o batiza e lidera, há juízo quase comum que o jornalista e advogado Mauro Silva é um dos seus nomes mais equilibrados. Articulador, tem experiência na iniciativa privada e já ocupou vários cargos públicos, por nomeação e voto popular. Agora, saído do PSDB ao PP, ele almeja outro: é pré-candidato a deputado estadual em outubro. A troca partidária se deu a convite do deputado federal macaense Christino Áureo, com quem Mauro deve fazer dobrada no Norte e Noroeste Fluminense.
A partir da confirmação da candidatura em convenção, Mauro pretende ter como bandeira da campanha o desenvolvimento do Norte e Noroeste. Com especial atenção à agropecuária, vocação secular das duas regiões fluminenses. E reuniu um time de peso para ajudá-lo no projeto que pretende, se eleito, defender na Alerj. Ele não é o único pré-candidato do grupo, que pode ter inclusive o próprio Anthony Garotinho (União Brasil) como pré-candidato a deputado federal ou estadual, a depender da situação jurídica. Hoje, está prevista a divulgação de uma pesquisa Datafolha com o nome Garotinho na disputa a governador do RJ.
Formado em jornalismo e direito, Mauro tem pós-graduação em gestão de cidades pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UFRJ). Foi repórter da TV Globo em Campos, secretário de Comunicação do Estado do Rio e de Campos, e vereador eleito em 2012 com 4.615 votos. Consultor empresarial e especialista em relações institucionais e governamentais, atuou na assessoria de grupos privados e instituições do setor produtivo. Recentemente, ele foi assessor de relações institucionais do gabinete do prefeito de Campos, Wladimir Garotinho (sem partido).
Márcio Nogueira, segundo colocado na eleição a prefeito de SJB em 2020 e pré-candidato a deputado estadual em 2022 (Foto: Divulgação)
“A prefeita Carla Machado (que saiu do PP da base do presidente Jair Bolsonaro para voltar ao PT do ex-presidente Lula) no seu quarto mandato, gerenciando orçamentos milionários em São João da Barra, abandona o barco e entrega o município com carência de 62% de esgotamento sanitário, carência de 68% de água potável, com a metade da população dependente de benefícios sociais e uma educação precária e inferior a alguns municípios do Noroeste Fluminense”. Foi como analisou o empresário Márcio Nogueira, pré-candidato a deputado estadual por SJB. Após renunciar no sábado (02), Carla Machado passou o cargo à vice, Carla Caputi (sem partido), que assumiu na noite de ontem (05) a Prefeitura.
— A população precisa acordar desse pesadelo e escolher lideranças sem vícios políticos e com propostas concretas. O novo posicionamento do Legislativo e a renúncia da prefeita em São João da Barra, que será candidata a deputada estadual, só confirmam o desrespeito e o abandono da população por esses mesmos políticos — concluiu.
Carla saiu do PP, da base de apoio de Jair Bolsonaro, para voltar no 1º de abril ao PT de Lula (Montagem: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)
Volta ao PT no 1º de abril
O pedido da renúncia de Carla foi entregue no sábado, dia de Câmara fechada, à vereadora aliada Sônia Pereira (PP). Há juristas que questionam a legalidade do ato, o que pode ser feito formalmente no pedido de registro de candidatura. O fato é que dois dias antes, na quinta (31), ela já tinha de desfiliado do PP. Foi o partido em que se elegeu prefeita as duas últimas vezes e integra a base do presidente Jair Bolsonaro (PL). Na sexta, 1º de abril, ela se filou mais uma vez ao PT do ex-presidente Lula. Foi a legenda pela qual se candidatou a deputada estadual em 2014. Quando foi a mais votada em São João da Barra, mas perdeu a eleição.
Fake news de Carla Machado em janeiro contra a vida das crianças de SJB ganharam a mídia nacional (Montagem: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)
De Neco a Caputi
Os objetivos de Carla não são nacionais. Em seu discurso de posse na noite de ontem, ao lado da Machado, Carla Caputi disse que “contará com os conselhos” de quem a levou ao cargo. A cena e as palavras foram bem semelhantes à posse de Neco (MDB) como prefeito em 1º de janeiro de 2013. Para fazê-lo seu sucessor, Carla chegou a ser presa em outubro de 2012 pela Polícia Federal, acusada de compra de votos na operação Machadada. Mas após deixar os seus dois primeiros mandatos como prefeita de SJB, ela levou menos de três meses para romper como o aliado. Após a festa da posse, quem tem a caneta na mão não costuma aceitar canga.
Prefeita Carla Caputi e ex-prefeito Neco (Montagem: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)
Alvos são Bruno e Elísio
Se confirmar a candidatura a deputada estadual, Machado precisará de Caputi por pelo menos mais cinco meses, para tentar ser novamente a mais votada em SJB. Como o município não tem eleitores para fazer um representante na Alerj, o objetivo real é derrotar dentro de casa adversários como o deputado estadual Bruno Dauaire (União Brasil), que vai tentar o terceiro mandato. Além do vereador Elísio Rodrigues (PL), presidente da Câmara Municipal comprometido com a reeleição do deputado estadual Rodrigo Bacellar (SD). Bruno e Elísio são cogitados a prefeito em 2024. A depender dos votos que terão e darão em 2022.
Deputado estadual Bruno Dauaire e o atual presidente da Câmara de SJB, vereador Elísio Rodrigues (Montagem: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)
Vereador Alan de Grussaí, presidente eleito da Câmara de SJB
Alan manda recado
Presidente eleito da Câmara de SJB, o vereador Alan de Grussaí (Cidadania) também deu seu recado à nova prefeita: “espero que faça o que a ex-prefeita não fez”. A manchete da Folha de 27 de outubro continua atual: “Procura-se governo em SJB”. Caputi merece o crédito de confiança. Desde que ouça mais os conselhos da população e do Legislativo, do que os de quem lhe passou o que não conseguiu resolver. Com quase R$ 260 milhões no caixa, o problema da iluminação pública do município não foi resolvido porque, segundo o proprietário da empresa contratada para executar o serviço, o material comprado e fornecido pela Prefeitura foi de péssima qualidade.
No final de semana, moradores de Roça Velha fizeram o que pagam e o governo de SJB não faz (Foto: Facebook)
Ação e revolta popular
Diante da incompetência do governo, o povo sanjoanense cansou de esperar. No fim de semana, moradores de Roça Velha, no distrito de Barcelos, passaram a trocar as lâmpadas das ruas por conta própria. Nas redes sociais, postaram as fotos da ação e o testemunho: “Com um município milionário, a gente faz a nossa parte, que é pagar os impostos em dia. Pagamos nossa Taxa de Iluminação Pública para termos iluminação, mas esse é o descaso com os moradores de SJB. A gente sai de madrugada para trabalhar e chega a ficar com medo de abrir o portão. Essa é a minha insatisfação com esse péssimo governo da senhora Carla Machado”.
Por Aluysio Abreu Barbosa, Cláudio Nogueira e Aldir Sales
“A renúncia de Carla Machado (que saiu do PP da base do presidente Jair Bolsonaro em 31 de março, para voltar no 1º de abril ao PT do ex-presidente Lula) surpreendeu porque ela vivia o pior momento político dos seus quatro mandatos à frente da Prefeitura de São João da Barra”. Foi o que disse no início da manhã de ontem ao Folha no Ar, na Folha FM 98,3, o deputado estadual Bruno Dauaire (União Brasil). Ele é o representante do mais tradicional clã político sanjoanense, nos últimos 17 anos marcado pelo enfrentamento ao domínio da política do município por Carla. Que, em 2 de abril, renunciou para se tornar pré-candidata a deputada estadual em outubro. Bruno condenou a política carlista no município, embora tenha admitido ser exitosa eleitoralmente, de fazer caixa nos três primeiros anos de administração, para abrir as torneiras no ano eleitoral. “Não é uma lógica que ajuda a população, tanto é que hoje ela (Carla) sofre com o desgaste imenso. Que pesou muito na decisão de renunciar para tentar a sua sobrevivência política”, analisou Bruno. Pré-candidato ao terceiro mandato na Alerj em 2022, em eleição que deve disputar mais uma vez contra Carla, ele também pregou o diálogo e a união para 2024 com o vereador Elísio Rodrigues (PL), atual presidente da Câmara de SJB.
Bruno Dauaire (Foto: Divulgação)
Reação à renúncia de Carla — Na verdade, como todos, fui pego de surpresa. Já havia um burburinho de que no último dia da janela, um dia antes da própria renúncia, que isso poderia acontecer. Mas pelo momento político que a ex-prefeita vivia, eu achava que seria isso difícil porque ela vivia o seu pior momento dentro dos seus (quatro) mandatos à frente da Prefeitura de São João da Barra. Por isso que pegou de surpresa ela não tentar a sua recuperação durante o restante do mandato de prefeita. Se ausentar, nesse momento, da Prefeitura para concorrer em uma eleição regional. Ela está mal politicamente, mal administrativamente não fez nenhum tipo de entrega à população, as ruas completamente esburacadas, falta de iluminação, problema para todo lado. Mas aí somado ao problema da derrota política na Câmara (a oposição levou a eleição da Mesa Diretora em 23 de março). Eu achei que, pelo perfil da própria prefeita, pelo que a gente conhece um pouquinho da sua trajetória na vida pública, que ela fosse tentar recuperar a sua imagem durante esses próximos três anos de mandato. Quem anda por São João da Barra e seus distritos, percebe claramente a insatisfação da população com a prefeita. Desde da sua assunção ao (terceiro) mandato, depois de Neco (MDB), e na sua reeleição, ela tem deixado muito a desejar.
Derrota na eleição da Mesa Diretora da Câmara Municipal — Acredito que a prefeita se inviabilizou politicamente diante das suas ações à frente da Prefeitura. Isso refletiu na eleição da Mesa. Não é de hoje que os vereadores, tanto aqueles que são independentes, quanto aqueles que são de oposição, já haviam criticado a falta de ações da prefeita. A gente podia dizer hoje que era uma surpresa, mas previsível porque a prefeita estava inviabilizada politicamente e administrativamente. Está claro, a prefeita não conseguia governar ou não queria governar. Fica muito evidente a falta de vontade da própria prefeita em tocar o município. Mas eu tenho, obviamente, a opinião de que a eleição da Mesa, com a sua derrota, tenha acelerado sua desistência de governar para povo de São João da Barra.
Inação e “saída honrosa” — O Governo do Estado, pelo menos nos (mais de cinco) anos que eu estive como deputado estadual, nunca teve um cofre tão recheado, podendo fazer investimentos importantes nos municípios. Eu não via e a Prefeitura de São João da Barra, muito menos a ex-prefeita Carla Machado, colocar a cidade para receber esses investimentos. Nas secretarias (estaduais) que eu batia, perguntando sobre as nossas indicações para várias obras inacabadas, perguntava se havia algum projeto da Prefeitura para realização de obras de infraestrutura como acontece no município de Campos. E os secretários e diretores das secretarias me diziam que não, que São João da Barra estava muito aquém na apresentação desses projetos. Para estar à frente do município, tem que ter vontade de governar. E parecia que ela não tinha vontade de governar mais São João da Barra. Acabou saindo achando uma saída, podemos dizer, honrosa. Para que ela não continue governando o município e tente aí um mandato de deputada estadual.
Com arrecadação 3,6 maior que Campos, para onde vai o dinheiro de SJB? – É muito dinheiro. São João da Barra, per capita, recebe 3,6 vezes mais que Campos. São João da Barra não é um município grande, extenso, e as dificuldades de se administrar esse município são menores do que as de São Francisco de Itabapoana e de Campos. Queremos ver o município se desenvolver. Sempre digo que o município cresceu, mas não se desenvolveu. Hoje, São João da Barra investe menos de 1% do seu orçamento. A gente não vê obra de infraestrutura, a gente não vê um modelo administrativo que reverbere isso em qualidade de vida para população, em aumento do potencial de compra do seu cidadão, para que isso gere consequência no comércio, gere empregos fora da realidade do Porto do Açu. O que a gente vê é um modelo de anos que funciona no município, onde se muda o prefeito, mas não se muda o grupo político. E a realidade é muito clara, a prefeita disse que deixou dinheiro em caixa. Deixou mais de R$ 250 milhões (R$ 259 milhões). E dinheiro público, com todo respeito, não é para fazer poupança quando a população precisa de investimento e de entrega. Conversando ontem com o meu pai, o ex-prefeito Betinho Dauaire, sobre administração, chegamos à conclusão muito interessante. Qual pai de família ou mãe de família e que tenha lá dinheiro em caixa, mas está sem comida na dispensa, com encanamento furado, com vazamento, com o chão todo quebrado? Ele não é um bom administrador. Ele está sem vontade de tocar as coisas dentro da sua casa, dentro da sua Prefeitura. O município em situação precária faz com que a gente entenda que não existia mais vontade de se governar.
“Imagem de boa gestora acabou” — No mandato passado (de Carla) muitos comparavam ao mandato ao então prefeito de Campos Rafael Diniz (Cidadania). Então, se tiravam algumas conclusões. Mas tudo foi por água abaixo diante dos números e da realidade da população sanjoanense, que hoje não vê nenhum tipo de investimento público. Aquela imagem da prefeita de São João da Barra, de boa gestora, acabou. Acabou. É muito triste, lamentável que a gente chegue a esse ponto, mas eu repito aqui: a prefeita deixa o município de São João da Barra não com os números que deixou quando foi candidata a deputada estadual (em 2014, após os dois primeiros mandatos de prefeita), quando teve 30% da votação no município. Hoje, a realidade é completamente diferente, vide a eleição da Câmara, que há algum tempo atrás era inimaginável.
Modelo de governo desgastado? — A lógica do modelo administrativo que foca apenas em tornar a Prefeitura uma máquina eleitoral para que a própria prefeita ou os seus indicados ganhem as eleições, sempre se perpetuou nas administrações Carla Machado. E quando a gente fala que a Prefeitura ficou hoje com mais de R$ 250 milhões, isso só reforça a nossa tese desse modelo administrativo. Como que em cinco, seis anos de gestão, a gente tenha dinheiro e não se veja investimento no município? É óbvio que ela estava esperando chegar próximo ao período eleitoral para que ela pudesse começar a investir no município. Obviamente um ou outro milhão desse com uma verba carimbada, mas nós sabemos que a maioria desse dinheiro, não. Então, poderia ter projetos, poderia se investir em infraestrutura, em qualidade de vida para população. É óbvio que ela esperava o período eleitoral para poder colocar tudo isso na rua. Esse ponto, a gente consegue ligar e entender. Não é um ponto que eu estou dizendo agora. Eu sempre digo isso. É uma análise minha em relação ao modelo administrativo que a ex-prefeita Carla Machado implementa quando assume os seus mandatos, de fazer ali o arroz com feijão durante três anos e no último ano do seu governo colocar para fora esses recursos. Não é uma lógica que ajuda a população, tanto é que hoje ela (Carla) sofre com o desgaste imenso. Que pesou muito na decisão de renunciar para tentar a sua sobrevivência política. Essa lógica eleitoral engoliu a ex-prefeita Carla Machado e engoliu também o seu indicado Neco, que disse à época que pegou a Prefeitura com milhões de dívida e inúmeras obras inacabadas. E a ex-prefeita Carla Machado depois vem candidata contra o indicado dela e com álibi de consertar e voltar com as obras, equilibrar o município, voltar com as obras que o ex-prefeito Neco não deu continuidade, ou não fez. Isso é predatório para população do município.
Outubro e desenvolvimento de SJB — Tenho um desafio ainda aí pela frente, que é outubro. A hora de buscar a prestação de contas e tentar buscar um novo mandato. Eu acho que essa é minha prioridade hoje. Minha prioridade hoje é mostrar um pouquinho do que a gente fez durante esses anos para que a gente possa, no momento certo, poder disputar as eleições proporcionais de deputado estadual. Mas, obviamente, a vontade de ver o município de São João da Barra se desenvolver, de ver os investimentos acontecendo, os programas acontecendo, tanto os programas sociais, como outros, para o município se desenvolver, com a melhora na qualidade de vida do cidadão sanjoanense. Aquele que que viveu desde lá de trás, quando São João da Barra sequer arrecadava royalties de petróleo. Esse cidadão, o filho dessa geração, o neto dessa geração precisa ser absorvido pelos investimentos do poder público de São João da Barra. Não pode ficar só à mercê do investimento privado, que também é muito importante.
Elísio ou Bruno a prefeito? — Acho que nenhum tipo de vaidade pode atrapalhar um projeto para município de São João da Barra. Tenho o carinho e o respeito muito grande pelo ex-presidente da Câmara, Elísio, que tem, sim, a vontade de concorrer à Prefeitura de São João da Barra. Eu acho que tem tudo para que os nossos projetos coincidam lá na frente. É óbvio que cada um desenha um projeto para o município, mas a verdade é que o atual modelo não pode mais se perpetuar. Acredito que, no momento certo, os nossos projetos vão coincidir. E teremos um disputando as eleições municipais. Desde que a gente tenha certeza que o verdadeiro projeto é cuidar do povo de São João da Barra. O presidente da Câmara tem todo o meu carinho, meu respeito. A gente conversa sobre política, não temos barreira para dialogar sobre São João da Barra. Então cada um deve tocar o seu projeto. E eu espero que lá na frente essas forças coincidam pelo bem do município. Se for da vontade da população, a gente vai ter um disputando uma chapa majoritária, com programa voltado para a qualidade de vida da população sanjoanense, o fortalecimento do comércio e geração de emprego. Mas também não descarto, de maneira alguma, poder apresentar nosso projeto, que a gente desenha há tanto tempo.
Elísio com os Bacellar e Bruno com os Garotinho? — É óbvio que, para quem faz uma análise agora de uma eleição em 2024, não seria interessante ver oposição dividida. Isso favorece, sem sombra de dúvidas, o lado governista. Que é o lado que nós precisamos livrar da história recente política do município de São João da Barra. Mas acredito que, se for possível coincidir os projetos políticos, não vejo nenhum tipo de problema de compor uma chapa, como também não vejo nenhum tipo de problema de apresentar os projetos. Obviamente, cada um liderando o seu grupo, mas não seria interessante dividir. Não é inteligente para que esse governo seja derrotado, até porque não é uma Prefeitura sem dinheiro. É um modelo que funciona bem para as eleições. Então, dividir esse palanque da oposição, ao meu ver não seria interessante para que a gente pudesse colocar para fora, de uma vez por todas, esse modelo predatório que a ex-prefeita vem implantando com seu grupo político em São João da Barra.
Como unir a oposição? — Olha, eu sou um homem público de muito diálogo. Obviamente, firmando minhas posições, que são claras, sinceramente não vejo nenhum tipo de problema fazer qualquer tipo de união com figuras públicas consideradas independentes no município de São João da Barra. Até porque o próprio presidente da Câmara, mais alguns outros vereadores, foram base do governo da ex-prefeita Carla Machado. Mas eu não tenho nenhum problema em fazer algum tipo de composição. E acredito que o Elísio, pela maturidade política que eu conheço, também não tem nenhum tipo de barreira que possa obstar uma união. A gente tem que é deixar as vaidades de lado para poder pensar o bem de São João da Barra. E aí, as pessoas que me conhecem sabem do meu perfil político de diálogo, compreensão e pacificação. E o Elísio também tem um perfil muito parecido.
Especulação que Carla poderia ser vice na chapa de Marcelo Freixo a governador — Não acredito que a ex-prefeita vá compor uma chapa majoritária, justamente por não acreditar que alguém colocaria uma pessoa que vive um mau momento político no seu próprio município depois de ter ganhado as eleições com 70% dos votos. Acredito também que a ex-prefeita não possui essa densidade eleitoral aqui na região. Apesar, como eu disse na época, comparadas às administrações de Campos a São João da Barra à do ex-prefeito Rafael, que ela tenha tido uma avaliação um pouco mais positiva. Mas isso cai por terra depois que se percebe a falta de investimento e que o município de São João da Barra não caminhava como se imaginava.
Disputa com Carla a deputado estadual em 2014 — Eu acredito que a prefeita vai tentar essa saída honrosa de ser uma parlamentar estadual. Já tentou uma vez, em 2014. A gente disputou as eleições juntos e, embora ela tenha sido a mais votada em São João da Barra, como é uma campanha estadual e regional, ela não conseguiu obter a votação para se eleger deputada estadual e a gente teve esse êxito. Nas eleições de 2022, eu acredito que ela vá, até pelo projeto político que a gente entende dentro desse novo contexto de polarização nacional, ser candidata a deputada estadual para ajudar justamente o candidato pré-candidato Marcelo Freixo (PSB) aqui no interior.
Confira abaixo, em vídeo, a íntegra da entrevista de Bruno Dauaire ao Folha no Ar de terça (05) sobre a renúncia de Carla Machado e suas consequências em São João da Barra:
O servidor federal e blogueiro do Folha1 Edmundo Siqueira é o convidado do Folha no Ar, na Folha FM 98,3, a partir das 7h desta quarta (06). Ele analisará a crise que se arrasta na Câmara Municipal de Campos, desde a anulação da eleição a presidente do vereador de oposição Marquinho Bacellar (SD), na esteira da polarização entre o grupo político do prefeito Wladimir Garotinho (sem partido) e o liderado pelo deputado estadual Rodrigo Bacellar (SD).
Ele também analisará a renúncia da ex-prefeita Carla Machado (do PP da base do governo Jair Bolsonaro de volta ao PT do ex-presidente Lula) em São João da Barra e as urnas da região a deputado estadual e federal em outubro. Por fim, Edmundo falará da disputa eleitoral a governador do Estado do Rio e a presidente da República.
Quem quiser participar ao vivo do Folha no Ar desta quarta pode fazê-lo com comentários em tempo real, no streaming do programa. Seu link será disponibilizado alguns minutos antes do início, na página da Folha FM 98,3 no Facebook.
Quem quiser participar ao vivo do Folha no Ar desta terça pode fazê-lo com comentários em tempo real, no streaming do programa. Seu link será disponibilizado alguns minutos antes do início, na página da Folha FM 98,3 no Facebook.