De 30% a 5%, remanejamento é a questão
Levantado por esta coluna no último sábado (14), a redução do remanejamento do Orçamento de Campos pelo prefeito, doas atuais 30% a 5%, foi pauta confirmada no Folha no Ar de ontem. Que entrevistou o vereador de oposição Marquinho Bacellar (SD). Como exemplificado na Folha FM, remanejamento é o seguinte: na reforma da casa, o sujeito orçou gastar 2X na sala e 1X no banheiro. No correr da obra, a sala saiu por 1,7X, enquanto a do banheiro estourou o orçamento. No caso do prefeito, ele pega esses 30% que sobraram de um lugar e remaneja a outro. Com 5%, só poderia usar os 25% restantes com autorização da Câmara.
Bacellar ampliam maioria
Se já tem a maioria simples de 13 edis para a mudança do percentual de remanejamento do prefeito Wladimir Garotinho (sem partido), que elegeu Marquinho presidente da Câmara no biênio 2023/2024, em pleito anulado pela atual Mesa Diretora, o líder da oposição confirmou que sua maioria seria hoje ainda mais folgada. Além de Dandinho Rio Preto (PSD), que já declarou se manter na base de Wladimir, como seu apoio ao deputado estadual Rodrigo Bacellar (PL), irmão de Marquinho, este deu ontem mais dois nomes de vereadores que já estariam com um pé em cada grupo: Marcione da Farmácia (DEM) e Silvinho Martins (MDB).
Anulação para ganhar tempo
Adversa é a realidade que Wladimir deve enfrentar na segunda metade do seu mandato de prefeito. Pela nova contabilidade dos apoios da Câmara Municipal — com a possibilidade de Rodrigo chegar à presidência da Alerj, caso seja reeleito em outubro, como Cláudio Castro (PL) a governador —, a maioria legislativa que já deu a vitória à oposição goitacá no pleito de 15 de fevereiro tende a ser ainda mais reforçada. A anulação deu no máximo tempo aos Garotinhos. Que, tudo indica, não terão vida fácil assim que a eleição da nova Mesa Diretora da Câmara for finalmente consumada. E tem até dezembro para ser, se a Justiça não abreviar esse calendário.
Wladimir espremido
Enfrentar os Bacellar nunca foi fácil. Desde que o presidente da Câmara de Campos era o ex-vereador Marco Bacellar (hoje, SD), os Garotinhos deveriam ter aprendido isso. Com a ascensão de Rodrigo à condição de homem forte do governo estadual Cláudio Castro, a parada ficou ainda mais indigesta. Se já é difícil tê-los pela frente, as coisas ainda ficam pior quando também se enfrenta também o “fogo amigo” do próprio grupo. Como é o caso hoje de Wladimir, atacado publicamente até pela própria mãe, Rosinha Garotinho (União). Que, quando prefeita de Campos, navegou em mar de almirante com 50% de remanejamento.
Origem do “fogo amigo” (I)
A relação entre mãe e filho é uma coisa sagrada. E a de Rosinha com Wladimir sempre foi de carinho verdadeiro. Mas a coisa sai do plano familiar quando a desavença além de tornada pública, se dá por disputa de poder público. As coisas entre os dois começaram a degringolar quando Rosinha cobrou Wladimir sobre o apoio do prefeito à irmã Clarissa Garotinho (União) em outubro. Se não é segredo que Clarissa pensa em trocar a Câmara Federal pela Alerj nas urnas de outubro, tampouco é segredo que Wladimir sempre foi muito ligado ao deputado estadual Bruno Dauaire (União), que deve tentar a reeleição.
Origem do “fogo amigo” (II)
Depois, em reunião na executiva estadual do União, Garotinho descobriu que sua nova legenda tinha filiado o empresário Marcelo Mérida, que deixou o governo Wladimir por sua pré-candidatura a deputado federal. Como não sabia, o ex-governador não gostou e ligou ao prefeito. Que informou ter sido uma decisão sua e de Bruno. A conversa desandou quando Garotinho teria ameaçado anular a filiação. Wladimir teria respondido que proibiria seus secretários de falar com o pai. Ao que este teria dito, não sem razão, não precisar da Prefeitura de Campos para se eleger em outubro — pelo menos não a deputado estadual ou federal.
Bombeiros em ação
Ao chegar do União à casa, no bairro carioca do Flamengo, Garotinho teria comentado a discussão com Rosinha. Que, já aborrecida por um apoio que julgava aquém do merecido do filho a Clarissa, publicou no dia 10 em suas redes sociais: “Wladimir, você só chegou onde está com o carimbo Garotinho. Não pelos seus belos olhos verdes”. Os bombeiros do grupo entraram em ação. Na quinta (12) foram ao Rio os vereadores Fábio Ribeiro (PSD), Juninho Virgílio (União) e Álvaro Oliveira (PSD), e os ex-vereadores Thiago Virgílio (União) e Thiago Ferrugem (União). A foto deles com Clarissa também foi postada por Rosinha em suas redes sociais.
Garotinho: governador ou nada?
Com Clarissa e Waguinho, prefeito de Belford Roxo, Garotinho foi ontem (17) à sede do União de Brasília, conversar com o presidente nacional, deputado federal Luciano Bivar. Daria duas opções em outubro ao seu novo partido: ou vem a governador, ou a nada. Se for a governador, teria pouca chance. Mas poderia dificultar a vida de Cláudio Castro. Se for a nada, Clarissa poderia vir a deputada federal, com Juninho Virgílio a estadual. Entre os edis governistas, Thiago Rangel (Podemos) e Marcos Elias (PSC) também são pré-candidatos à Alerj. O ex-governador deve anunciar hoje seu destino. Que, até as convenções, é sujeito a mudanças.
Publicado hoje na Folha da Manhã.
A MAIORIA ENVOLVE “GAROTINHO” TODOS PODEM ESPERAR SUA MALÍCIA E INTERESSE PESSOAL DELE!!
GAROTINHO SERÁ O DEPUTADO MAIS VOTADO
SE VIER GOVERNADOR VAI AO SEGUNDO TURNO
MARCELO FELIXO NAO VAI AO SEGUNDO TURNO
LULA PERDEU FORÇA
BOLSONARO VEM MUITO FORTE