Contra a ciclovia aos trabalhadores na nova rua Formosa

 

Pré-candidatos a deputado federal, Clarissa Garotinho e Marcelo Mérida (Montagem: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

 

Advertência a Mérida

A deputada federal Clarissa Garotinho confirmou ao Folha no Ar de ontem (1º), na Folha FM 98,3, ser pré-candidata à reeleição. O que, confirmada a possibilidade de Garotinho ser candidato, pode sofrer alterações até as convenções. Mas ela foi crítica à outra pré-candidatura ao cargo posta no seu grupo político: a do líder lojista Marcelo Mérida (União). “Nós não deveríamos lançar dois candidatos a federal. Mérida precisava aguardar um momento propício. As chances de ele se eleger são muito pequenas. Nós não deveríamos trabalhar na divisão do nosso grupo. Ele não conseguiu construir apoios políticos além de um pedaço de Campos”, analisou.

 

Ciclovia x vagas de carros

No “pequeno pedaço de Campos” construído por Mérida está o apoio de Wainer Teixeira, secretário municipal de Administração e Recursos Humanos, hoje entre os mais influentes na gestão Wladimir Garotinho (sem partido). O que talvez explique que o governo tenha passado a considerar, em reunião de quinta (30) na CDL-Campos, o pleito dos comerciantes da rua Tenente Coronel Cardoso, a popular rua Formosa, de trocar a instalação de uma ciclovia na tradicional via pela manutenção das vagas de carros. Isso em seu trecho reformado entre seus cruzamentos com a avenida José Alves de Azevedo (Beira Valão) e a rua Felipe Uébe.

 

Alternativa ao trabalhador

No último dia 22, esta coluna explicou a opção inicial pela ciclovia. “Campos está integrada ao Plano Nacional de Mobilidade Urbana, do ministério das Cidades. Para receber verbas federais na área, é uma exigência se ampliar alternativas de transporte. Com o combustível no preço em que está e os problemas no transporte público, a bicicleta é o meio de transporte para muitos trabalhadores”, justificou o engenheiro civil Sérgio Mansur, subsecretário municipal de Mobilidade. Presidente da própria CDL-Campos, o empresário e arquiteto urbanista Edvar Júnior também se mostrou favorável à ciclovia na Formosa.

 

Engenheiro Sérgio Mansur, subsecretário municipal de Mobilidade, e arquiteto Edvar Júnior, presidente da CDL-Campos (Montagem: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

Urbanista x empresário

“Falo como arquiteto e urbanista, não como comerciante: é necessário ampliar as faixas a ciclistas. As ciclovias em Campos não são interligadas. Isso tem que mudar. Fiz uma enquete e 70% das pessoas querem a ciclovia na Formosa. Só 30%, quase todos lojistas, querem vagas a carros”, disse Edvar ao Ponto Final do dia 22. Mas, oito dias depois, pesou mais o comerciante na reunião de quinta na CDL, quando seu presidente preferiu pouco falar. Para deixar, em jogada ensaiada, que Mérida assumisse a defesa das vagas para carros. E do comércio da Formosa na contramão de Campos, em termos mobilidade urbana, ao resto do mundo.

 

Exemplo das farmácias

Mérida sempre foi cobrado por fazer pouco pelo seu setor, enquanto foi secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, até se desincompatibilizar em 1º de abril. Para tentar disputar o cargo ao qual Clarissa não vê chance de êxito. Ela também confirmou o que a coluna revelou em 18 de maio: a filiação de Mérida ao União, por Wladimir, descoberta por Garotinho na executiva estadual do partido, mas sem passar por ele, foi a causa dos desentendimentos entre o pai ex-governador e o filho prefeito. Como exemplo do comércio de Campos, ficam as farmácias, que bancam vagas de carros sem obstruir a mobilidade do resto da sociedade.

 

Publicado hoje na Folha da Manhã.

 

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