Nas duas últimas semanas, caiu em quase metade a vantagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL), na corrida às urnas de 2 de outubro, daqui a exatos 55 dias. Feita dos dias 5 (sexta) a 7 (domingo) e divulgada hoje (8, segunda), a nova pesquisa BTG/FSB deu ao petista 41% das intenções de voto na consulta estimulada, contra 34% do capitão. A diferença de 7 pontos entre os dois líderes era de 13 pontos (44% a 31%) na pesquisa anterior do mesmo instituto, feita de 22 a 24 de julho, e divulgada no dia 25, há exatos 14 dias. Lula continua vencendo na projeção de segundo turno de 30 de outubro, no qual bateria Bolsonaro por 51% a 39%. A diferença atual de 12 pontos entre os dois líderes era de 18 pontos (54% a 36%) na BTG/FSB do final de julho. Índice fundamental à definição do segundo turno, o capitão também diminuiu na rejeição, de 58% aos atuais 53%, enquanto o petista cresceu de 47% a 49%. A margem de erro é de 2 pontos para mais ou menos.
Na consulta estimulada ao primeiro turno, depois de Lula e Bolsonaro, vieram o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), com 7%; a senadora Simone Tebet (MDB), com 3%; o deputado federal André Janones (Avante), com 2% e que no dia 4 (quinta) retirou sua candidatura a presidente para apoiar Lula; e do ex-deputado federal José Maria Eymael (DC) e do influenciador digital Pablo Marçal (Pros), com 1% cada. No bloco de cima da disputa, a melhora do presidente e correspondente queda do ex-presidente em todos os índices são atribuídos à percepção do eleitor de melhora na economia:
— Hoje, menos de metade do eleitorado (44%) acredita que os preços continuarão subindo nos próximos três meses (no final de maior, eram 70%). E em duas semanas subiu de 54% a 63% a fatia do eleitorado que percebeu a redução no preço dos combustíveis. Para 74% dos eleitores, a economia é muito importante para a definição do voto a presidente — analisou o relatório da pesquisa BTG/FSB de hoje.
Na classe média, onde a redução temporária do preço da gasolina é mais sentida, entre as BTG/FSB de 25 de julho e de hoje, Lula caiu de 39% aos atuais 30% de intenções de voto no com renda familiar mensal de 2 a 5 salários mínimos, faixa em que Bolsonaro cresceu de 36% a 42%. São movimentos inversos e fora da margem de erro. Já com o eleitor pobre, que raramente tem carro, houve aparente estabilidade. O petista passou dos 61% aos atuais 60% das intenções de voto com renda familiar mensal até um salário mínimo, faixa em que o capitão tinha 19% e passou a 20%. Na faixa acima de renda, Lula passou de 52% a 50% nas intenções de voto das famílias que ganham mensalmente de 1 a 2 salários mínimos, com o qual Bolsonaro teve queda fora da margem de erro, de 26% a 22%.
Entre esse eleitor mais pobre, com o qual Lula tem sua maior vantagem, o reflexo do aumento do Auxílio Brasil por Bolsonaro que começa a ser pago nesta terça (9), mas só até 31 de dezembro, é bastante esperado nas próximas pesquisas presidenciais. Que, na série da BTG/FSB, desde março deste ano, registrou hoje a menor diferença de intenções de voto e de rejeição entre o petista e o capitão.
— A exatos 55 dias para 2 de outubro, a pesquisa do Instituto FSB, encomendada pelo Banco BTG Pactual, a exemplo das demais pesquisas realizadas por telefone, confirma projeção de segundo turno, com redução da diferença entre Lula e Bolsonaro, fora da margem de erro. Na pesquisa estimulada a diferença é de 7 pontos: Lula caiu de 44% para 41%, em relação à pesquisa divulgada duas semanas atrás, enquanto Bolsonaro subiu de 31% para 34%. 82% dos eleitores do atual presidente afirmaram que a decisão do voto já está tomada, sem chance de alteração, o mesmo percentual dos eleitores de Lula (81%) dentro da margem de erro. As intenções de voto para o segundo turno também tiveram alteração fora da margem de erro: Lula caiu de 54%, na pesquisa de 25 de julho, para 51%, no levantamento divulgado hoje, enquanto Bolsonaro subiu de 36% para 39%. Na rejeição aos candidatos, Bolsonaro reduziu a sua em 5 pontos, passando de 58%, duas semanas atrás, para 53%. Já Lula aumentou em 3 pontos a rejeição, também acima da margem de erro, de 42% para 45% — analisou William Passos, geógrafo com especialização doutoral em Estatísticas do Setor Público, da População e do Território na Escola Nacional de Ciências Estatísticas (Ence) do IBGE.