Morreu hoje, por volta das 11h30 da manhã, de causas naturais, Audrey Coutinho. Matriarca da família Coutinho, proprietária da usina Paraíso, onde estava, ela tinha 86 anos. Deixa os filhos Tina, Gel, Maurício, Marcelo e (in memoriam) André, 12 netos e 2 bisnetos. Seu corpo será velado a partir da noite de hoje e sepultado às 11h da manhã desta terça (8) no Campo da Paz. De onde deverá ser transferido, após o prazo de 5 anos, para o jazigo particular da família na usina, como o seu marido Geraldo Coutinho, falecido em 2007.
Homônima de uma das divas de Hollywood, Audrey era estadunidense de origem irlandesa, da cidade de New Orleans, capital do estado da Luisiana, colônia francesa de origem anexada pelos EUA. Ela conheceu o pernambucano Geraldo quando ambos cursavam, no final dos anos 1950, a Universidade Estadual da Luisiana (Louisiana State University, LSU). Casaram-se ainda nos EUA e ratificaram o matrimônio no Brasil, quando vieram em 1958. Primeiro para Pernambuco e depois para Alagoas, onde Geraldo ajudava a administrar a usina da sua família. Viriam para Campos em 1967, após a compra da usina Paraíso, na Baixada Campista, de onde não sairiam mais.
Formada em História na LSU, Audrey não chegou a lecionar, a não ser aulas informais de inglês para amigas. Através dos anos, se tornou uma figura conhecida e querida da sociedade goitacá. Sempre muito gentil e simpática, anfitriã acolhedora, de riso fácil, sabia ser também assertiva quando julgava necessário. Adorava estar com as pessoas e conversar com elas. No eixo Brasil/EUA, foi uma referência do século 20 na terra do escritor José Cândido de Carvalho, entre seus coronéis e lobisomens, que sobreviveu ao 21 de memória quase sempre curta e superficial do tempo das redes sociais. Mais portuguesa do que muitos brasileiros de nascimento, era também torcedora fanática do Vasco da Gama.
Gostava muito de Audrey. Foi uma das mulheres mais elegantes que conheci. Sem nunca perder essa característica, sempre soube se impor, mesmo em tempo felizmente passado quando isso era menos comum entre as mulheres. À família numerosa que criou e aos muitos amigos que cativou durante a vida, os mais sinceros sentimentos.