Ipec: Lula no 1º ou 2º turno, Bolsonaro tem voto rico e evangélico

 

(Montagem: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

Lula segue liderando a corrida presidencial, com possibilidade dentro da margem de erro de fechar a eleição no 1º turno, e com projeção de vitória fora da margem de erro no 2º tuno. Feita entre sexta (12) e domingo (14), foi o que revelou a pesquisa Ipec (antigo Ibope) divulgada na noite de ontem 15), a 48 dias das urnas de 2 de outubro, onde Lula tem 44% das intenções de voto na consulta estimulada ao 1º turno, seguido do presidente Jair Bolsonaro (PL), com 32%. Atrás dos dois líderes, vêm o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), com 6%; a senadora Simone Tebet (MDB), com 2%; e a cientista social Vera Lúcia (PSTU), com 1%.

Contados apenas os votos válidos, o petista teria hoje 52%, contra 37% do capitão. Na margem de erro de 2 pontos para mais ou menos, a eleição poderia ou não ser definida no 1º tuno. Na única projeção de 2º turno feita pela Ipec, Lula levaria com 51% das intenções de voto, contra 35% de Bolsonaro. Índice considerado fundamental para a definição do 2º turno, Bolsonaro lidera a rejeição, com 46% de brasileiros que não votariam nele de maneira nenhuma, contra 33% de Lula. Como a Ipec nacional a presidente anterior é de 13 de dezembro de 2021, não há dados seguros para comparar a evolução recente dos números.

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

William Passos, geógrafo com especialização doutoral em estatística pelo IBGE

— Na primeira pesquisa Ipec a nível nacional desde 13 de dezembro de 2021, a vantagem de Lula no 1º turno sobre Jair Bolsonaro é de 12 pontos percentuais. O petista tem 44% das intenções de votos na pesquisa estimulada, contra 32% de Bolsonaro. Números que se aproximam da aferição espontânea: 40% a 30% em favor do ex-presidente. Dentro da margem de erro de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, Lula venceria no primeiro turno, alcançando 52% dos votos válidos. No levantamento de dezembro do ano passado, a diferença era de 27 pontos: Lula tinha 48% das intenções de voto, contra 21% de Bolsonaro. No eventual segundo turno, Lula venceria com uma diferença de 16 pontos: 51% a 35% contra Bolsonaro. O resultado se deve à diferença de 13 pontos na rejeição: 46% dos eleitores não votariam de jeito nenhum no atual presidente, contra 33% dos que não votariam no ex-presidente — analisou William Passos, geógrafo com especialização doutoral em Estatísticas do Setor Público, da População e do Território na Escola Nacional de Ciências Estatísticas (Ence) do IBGE.

No que a Ipec trouxe como sua primeira pesquisa presidencial do ano eleitoral, a eleitora majoritária de Lula é mulher (46% a 27% de Bolsonaro), preta ou parda (48% a 29%), de 16 a 24 anos (52% a 29%), tem ensino fundamental (53% a 25%), ganha até 1 salário mínimo (60% a 19%), mora em municípios até 50 mil habitantes (48% a 28%), na periferia (44% a 28%) e é da região Nordeste (57% a 22%). Já o eleitor mais bolsonarista é homem (37% a 42% de Lula), branco (35% a 39%), de 35 a 44 anos (39% a 38%), tem ensino superior (35% a 36%), ganha mais de 5 salários mínimos (46% a 36%), mora em municípios de 50 mil a 500 mil habitantes (35% a 41%), do interior (33% a 44%) e é da região Sul (36% a 39%).

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

Outras faixas do eleitorado brasileiro pesquisadas pela Ipec demonstram onde está o maior bastião de Bolsonaro, assim como uma das suas maiores dificuldades para se reeleger. Após demonstrar equilíbrio em pesquisas de outros institutos, entre maio e junho, o eleitorado evangélico parece estar respondendo à proposta de “guerra santa” patrocinada pelo presidente, a primeira-dama Michelle Bolsonaro e pastores ligados ao governo. Entre os evangélicos, Bolsonaro apareceu com sua maior vantagem: 47% contra 29% de Lula. O petista reage entre os católicos, religião ainda majoritária do país: 51% contra 26% do capitão.

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

A maior dificuldade de Bolsonaro, que o Governo Federal tentou superar com o pagamento dos novos Auxílio Brasil e Auxílio Gás pagos a partir do último dia 9, aparece ainda sólida. Entre os brasileiros que recebem ou têm alguém em seu domicílio que recebe algum benefício federal, Lula lidera com 52% das intenções de voto, contra 27% de Bolsonaro. Já entre os que não recebem, nem moram com alguém que recebe benefício federal, a vantagem de 25 pontos do petista cai a 6 pontos: 40%, contra 34% do capitão.

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

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