Genial/Quaest: Lula lidera, mas Bolsonaro ainda cresce

 

(Montagem: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva segue estável em sua liderança na corrida às urnas de 2 de outubro, daqui a exatos 25 dias. Nos últimos 7 dias, ele tinha e manteve 44% das intenções de voto na consulta estimulada ao 1º turno. Foi o que apontou a pesquisa Genial/Quaest divulgada no 7 de setembro de hoje, e feita entre a quinta (1) e o domingo (4) anteriores. Segundo colocado, comparado com a Genial/Quaest de 31 de agosto, o presidente Jair Bolsonaro (PL) cresceu dentro da margem de erro de 2 pontos para mais ou menos, de 32% aos atuais 34%. Sua desvantagem ao petista hoje é de 10 pontos. Também na margem de erro, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) caiu de 8% a 7%, enquanto a senadora Simone Tebet (MDB) cresceu de 3% a 4%. Na projeção ao 2º turno de 30 de outubro, Lula bateria Bolsonaro por 51% a 39%. Há sete dias, o ex-presidente levaria o 2º turno por 51% a 37% do atual, ou 14 pontos. A diferença também caiu 2 pontos, aos 12 pontos de hoje.

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

 

REJEIÇÃO — Índice considerado fundamental à definição do 2º turno, Bolsonaro continua liderando a rejeição, com 53% dos brasileiros que não votariam nele de maneira nenhuma, contra 44% de Lula. Mas o capitão diminuiu 3 pontos no índice negativo, fora da margem de erro, enquanto o petista cresceu 1 ponto dentro dela. Na Genial/Quest de 31 de agosto, a rejeição do presidente era de 56%, contra 43% do ex. Em medição análoga, a pesquisa também indicou a diminuição da diferença na rejeição dentro da margem de erro. Na última semana, passaram de 47% aos atuais 46% os que têm mais medo da continuidade de Bolsonaro, enquanto subiram de 39% aos 40% os que hoje têm mais medo da volta do PT ao poder.

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

 

MIGRAÇÃO DE VOTOS NO 2º TURNO — Há, no entanto, outros dados bem fora da margem de erro que reforçam a projeção de vitória de Lula no 2º turno contra Bolsonaro. Entre os eleitores de Ciro no 1º turno, subiu de 48% a 56% (8 pontos) os que votariam no petista no turno final, enquanto caiu de 20% a 17% (3 pontos) os que votariam no capitão. Já entre os eleitores de Tebet no 1º turno, subiu de 32% a 41% (9 pontos) os que votariam em Lula no 2º, mas também de 16% a 22% (6 pontos) os que votariam em Bolsonaro.

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

 

BOLSONARO PASSA LULA NO SUDESTE — A discreta melhora de Bolsonaro na disputa direta com Lula se operou em algumas faixas. Na região Sudeste, de maior densidade eleitoral no país, o capitão subiu de 36% a 39%, enquanto o petista caiu de 39% a 37%. Eles mantêm o empate técnico na margem de erro, mas com o atual presidente pela primeira vez numericamente à frente na série das pesquisas Genial/Quaest deste ano eleitoral.

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

 

VOTO EVANGÉLICO — Entre os evangélicos, Bolsonaro também continua a ampliar sua vantagem sobre Lula, ainda que dentro da margem de erro. Entre as Genial/Quaest de 31 de agosto e 7 de setembro, o presidente batia o ex por 51% a 27% (24 pontos). E ampliou a vantagem, dentro da margem de erro, para os atuais 53% a 26% (27 pontos).

 

 

 

AUXÍLIO BRASIL — Entre os pobres que recebem o Auxílio Brasil, nos quais Lula sempre teve e permanece com sua maior vantagem sobre Bolsonaro, a elevação que este promoveu do benefício a R$ 600,00, pagos desde o último dia 9, ainda está longe de ser a “bala de prata” esperada. Mas, também dentro da margem de erro, continua a encurtar a grande diferença. Nesta faixa, o petista batia o capitão por 54% a 25%, ou 29 pontos, na Genial/Quaest de 31 de agosto. Uma semana depois, a diferença é de 26 pontos: 55% do ex-presidente contra 29% do atual.

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

 

Felipe Nunes, cientista político com doutorado na UCLA e diretor da Quaest Pesquisa e Consultoria

BALA DE PRATA OU TIRO N’ÁGUA? — Bolsonaro aposta tudo no segundo pagamento do Auxílio Brasil, neste mês de setembro, para tentar diminuir mais sua grande desvantagem para Lula entre o eleitor pobre. Para o cientista político Felipe Nunes, diretor da Quaest Pesquisa e Consultoria: “O Auxílio continua não gerando o efeito eleitoral esperado pelo governo. As variações observadas são na margem de erro. Quase 90% já sabe do Auxílio e quase 60% já atribui a Bolsonaro a responsabilidade pelo aumento do valor para R$ 600,00. Ainda assim, o efeito é nulo”.

 

William Passos, geógrafo com especialização doutoral em Estatística pelo IBGE

OUTRO ESPECIALISTA — “A exemplo da Ipec, divulgada na última segunda (5), a Genial, que utiliza a mesma metodologia de entrevistas presenciais domiciliares, confirmou a estabilidade nas intenções de voto a 25 dias do 1º turno, mantendo o mesmo resultado do seu levantamento anterior, de 31 de agosto, dentro da margem de erro. Lula manteve os mesmos 44% de intenções e Bolsonaro oscilou 2 pontos percentuais para cima, saindo de 32% para 34%, na consulta estimulada, quando os nomes dos candidatos são apresentados. Por outro lado, o percentual de decisão do voto dos eleitores oscilou 4 pontos percentuais para cima, acima da margem de erro, saindo de 65% para 69%. Para 81% dos eleitores de Bolsonaro e 78% dos eleitores de Lula, a decisão do voto é definitiva e não poderá mudar até 2 de outubro. No 2º turno, Lula manteve os 51% de intenção, enquanto Bolsonaro oscilou dentro da margem, indo de 37% para 39%”, analisou concluiu William Passos, geógrafo com especialização doutoral em Estatística do Setor Público, da População e do Território na Escola Nacional de Ciências Estatísticas (Ence) do IBGE.

 

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