Com 42,6% do eleitorado brasileiro, a região Sudeste é considerada fundamental para a definição da eleição presidencial, a apenas a seis dias da urna de 2 de outubro. Nela, o estado do Rio de Janeiro tem o terceiro maior colégio eleitoral do país, atrás dos vizinhos São Paulo e Minas Gerais. E, segundo a pesquisa Genial/Quaest feita de quinta (22) a domingo (25) e divulgada hoje (23), o presidente Jair Bolsonaro (PL) lidera numericamente a disputa entre os fluminenses, com 39% na consulta estimulada ao 1º turno, contra 37% do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No universo de 1.500 eleitores do RJ ouvidos presencialmente no RJ, os dois estão em empate técnico na margem de erro de 2,5 pontos para mais ou menos. Fora dela e aliado do capitão, o senador Romário (PL) mantém sua liderança isolada em todas as pesquisas. Na genial/Quaest, ele tem hoje 39% de intenções de voto na consulta estimulada. É seguido pela deputada federal campista e bolsonarista Clarissa Garotinho (União), com 13%, e do também deputado federal Alessandro Molon (PSB), com 12%, tecnicamente empatados.
ALTA, QUEDA E ESPONTÂNEA A PRESIDENTE — Embora lidere a corrida presidencial entre os fluminenses, Bolsonaro apresenta viés de queda, pois perdeu 1 ponto dos 40% de intenções de voto que tinha na consulta estimulada ao 1º turno na Genial/Quaest de 15 de setembro. Em contrapartida, embora venha numericamente em segundo no RJ, Lula tem viés de crescimento, pois ganhou 1 ponto dos 29% que tinha há 11 dias. Essas tendências se confirmam na consulta espontânea, em que Bolsonaro caiu de 35% aos atuais 34%, 4 pontos à frente de Lula, que, no entanto, subiu de 29% a 30%.
2º TURNO — Na projeção ao 2º turno, Bolsonaro também leva vantagem sobre Lula, mas mínima, de 1 ponto: bateria o principal adversário por 44% a 43% nas urnas fluminenses de 30 de outubro. Em comparação com a Genial/Quaest de 15 de setembro, os dois apresentaram hoje tendências de queda: o capitão tinha 45% e o petista 44%. Ambos perderam também 1 ponto nos últimos 11 dias.
REJEIÇÃO — A desvantagem mínima do ex-presidente ao atual na projeção estadual do 2º turno reflete a rejeição, fundamental à definição das urnas de 30 de outubro. Lula tem 53% dos fluminenses que não votariam nela de maneira nenhuma, contra 51% de Bolsonaro. À frente dos dois, quem lidera o índice negativo no RJ é o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), com 57% de rejeição.
REELEIÇÃO DO PRESIDENTE? — Em índice análogo à rejeição, quem perde por pouco é o capitão. Ele aumentou de 50% a 51% o número dos fluminenses que acham que não merece ser reeleito presidente, enquanto os que acham que merece caíram de 48% a 47%. O que confirma seu viés de queda moderada no RJ.
INDECISOS AO SENADO — Ex-craque, Romário dá de goleada na consulta estimulada ao Senado e também tem boa vantagem no placar da espontânea. Quando os nomes dos candidatos não são apresentados, o senador fica com 15%, Molon com 6% e todos os outros nomes da disputa, somados, com 12%. Todavia, os indecisos que na estimulada são apenas 7%, crescem na espontânea a 64%. São 8 pontos a menos do que os 72% da Genial/Quaest de 15 de setembro, mas indicam uma eleição ainda aberta, mesmo a seis dias da urna.
ANÁLISE DO ESPECIALISTA — “Tecnicamente empatado com Lula, Bolsonaro aparece numericamente à frente entre o eleitorado fluminense tanto pesquisa espontânea, por 34% a 30%, quanto na estimulada, por 39% a 37%. Num eventual 2º turno, a disputa segue bastante apertada, com as intenções de voto em Bolsonaro no RJ superando numericamente as intenções em Lula em apenas 1 ponto: 44% a 43%. Na disputa para o Senado, o candidato à reeleição Romário, o mais conhecido pelo eleitorado, lidera com folga, registrando 39% das intenções de voto. Em relação ao levantamento anterior, de 15 de setembro, o atual Senador oscilou positivamente 2 pontos percentuais, dentro da margem de erro de 2,5% para mais ou para menos. A seis dias da eleição, além da liderança isolada, o candidato do PL apresenta tendência de continuidade do crescimento de sua intenção”, concluiu William Passos, geógrafo com especialização doutoral em Estatística do Setor Público, da População e do Território na Escola Nacional de Ciências Estatísticas (Ence) do IBGE.