Quaest: Lula 53% x 47% Bolsonaro, que diminui rejeição

 

(Montagem: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

Se a abstenção deve definir o 2º turno de 30 de outubro, daqui a exatos 11 dias, a instituto Quaest Pesquisa e Consultoria foi o primeiro no Brasil a projetar as eleições presidenciais a partir da introdução do modelo “likely voter” (“provável eleitor”), no qual o compromisso com o ato de votar conta sobre a intenção de voto. A partir deste filtro, a pesquisa Quaest divulgada hoje deu ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) 53% das intenções de votos válidos, contra 47% do presidente Jair Bolsonaro (PL). São os mesmos números da Quaest de 13 de outubro, o que revela tendência de estabilidade nos últimos sete dias. A não ser na rejeição, onde Bolsonaro conseguiu tirar 4 pontos na última semana.

A diferença de 6 pontos de Lula para Bolsonaro nos votos válidos filtrados pelo “likely voter” cai para 5 pontos na consulta estimulada. Na qual o ex-presidente tem 47% de intenções de voto, contra 42% do capitão, com 6% de branco e nulo e 5% de indecisos. Mas com tendência de oscilação para baixo em 2 pontos de Lula, que tinha 49% na consulta estimulada da Quaest em 13 de outubro, e de oscilação para cima em 1 ponto de Bolsonaro, que tinha 41% há sete dias. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos para mais ou menos.

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

DEFINIÇÃO DO VOTO — Além da abstenção, o que deve definir a eleição são os 11% de eleitores (6% de branco e nulo + 5% de indecisos) que até aqui não optaram por Lula ou Bolsonaro. Que terão muita dificuldade de tirar votos um do outro. Segundo a Quaest, a intenção de voto é definitiva para 93% dos brasileiros cadastrados a votar em 30 de outubro, índice que sobe a 94% entre os eleitores do petista e para 97% entre os eleitores do capitão.

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

POR QUE VOTAR EM LULA OU BOLSONARO? — Apesar de muito cristalizados, os motivos do eleitor para votar em Lula e Bolsonaro são diferentes. Para os que votarão no petista, o principal motivo para 54% é elegê-lo presidente, enquanto para 41% é tirar o atual presidente do poder. Já para os que votarão no capitão, há um empate exato no principal motivo: para 48% é reelegê-lo, enquanto para outros iguais 48% é impedir que o PT volte ao poder.

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

ELEIÇÃO DO MEDO — Segundo a nova pesquisa Quaest, 52% dos brasileiros acreditam que Lula merece voltar a ser presidente, enquanto 44% acham que não. Já 49% acham que Bolsonaro merece um segundo mandato de presidente, enquanto 48% acreditam que não. Confirmando os analistas que veem o medo como sentimento definidor desta eleição, 43% dos eleitores têm mais medo da continuidade do capitão, enquanto outros iguais 43% têm mais medo da volta do PT ao poder.

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

BOLSONARO MELHORA NA REJEIÇÃO — Qualquer eleição de 2º turno no mundo é definida pela rejeição. E, embora Bolsonaro ainda a lidere, com 46% dos brasileiros que não votariam nele de maneira nenhuma, ele tinha 50% na Quaest de 13 de outubro. Em outras palavras, conseguiu diminuir 4 pontos no índice negativo só nos últimos sete dias. Lula tem hoje 43% de brasileiros que não votaraiam nele de maneira nenhuma. Após oscilar 1 ponto para cima sobre os 42% que tinha há uma semana, o petista está hoje em empate técnico com o capitão na rejeição. O que, artimeticamente, torna qualquer resultado final possível.

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

Contratada pelo banco Genial, a pesquisa Quaest foi feita entre domingo (16), dia do debate da Band, e terça (18). E ouviu 2.000 eleitores presencialmente.

William Passos, geógrafo com especialização doutoral em Estatística no IBGE

ANÁLISE DO ESPECIALISTA — “Os números divulgados pela Quaest de hoje, a antepenúltima pesquisa do instituto antes da urna, acedem o sinal de alerta para a campanha lulista e depositam esperança nos corações bolsonaristas. Faltando apenas 11 dias para o 2º turno, Bolsonaro conseguiu reduzir a rejeição para dentro da margem de erro de 2 pontos para mais ou para menos, passando a empatar tecnicamente com Lula. Agora a desvantagem da rejeição é apenas numérica, de 3 pontos: 43% a 46%, ainda em favor de Lula. Na estimulada, o atual presidente também conseguiu reduzir a desvantagem para apenas 5 pontos. Lula, que vem liderando as pesquisas de intenção de ponta a ponta desde o ano passado, e já liderava em 2018, vê, neste momento, sua vantagem reduzida a apenas 5 pontos na consulta estimulada: 47% a 42%. E a apenas 6 pontos nos votos válidos no filtro do ‘likely voter’, de 53% a 47% entre os eleitores com maior probabilidade de irem às urnas”, advertiu geógrafo William Passos, com especialização doutoral em Estatística do Setor Público, da População e do Território na Escola Nacional de Ciências Estatísticas (Ence) do IBGE.

 

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