Lula lidera na decisiva MG, mas 0,4 acima do empate técnico

 

(Montagem: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

Quem ganha em Minas Gerais, leva de brinde o Brasil. Nas eleições presidenciais por voto direto, a última exceção à regra foi em 1950. Quando Eduardo Gomes levou em Minas, mas perdeu a presidência do país para Getúlio Vargas. Depois dele, há 72 anos, mais ninguém. Divulgada hoje, a três dias da urna do domingo, pesquisa o instituto mineiro Quaest revelou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com 52,2% dos votos válidos, contra 47,8% do presidente Jair Bolsonaro (PL). A diferença de 4,4 pontos entre os dois está a apenas 0,4 ponto acima do empate técnico, no limite da margem de erro de 2 pontos para mais ou menos.

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

COM ABSTENÇÃO E SEM — A abstenção do eleitor é apontada por todos os analistas como um dos fatores que determinará o 2º turno presidencial. E o Quaest foi o primeiro instituto a tentar projetar essa abstenção, a partir da introdução do filtro “likely voter” (“provável eleitor”) em suas pesquisas do 2º turno, onde a certeza do ato de votar conta sobre a intenção de voto. Sem ele, a vantagem de Lula sobre Bolsonaro em Minas é maior. Na consulta estimulada, o petista tem hoje 45% de intenções de voto, contra 40% do capitão, com 8% ainda indecisos e 7% que disseram que votarão nulo, em branco, ou que não votarão.

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

REJEIÇÃO EM MINAS — Também considerada fundamental à definição de qualquer eleição de 2º turno, a rejeição segue sendo liderada por Bolsonaro entre os mineiros. Hoje, 49% não votariam de maneira nenhuma no presidente, contra 44% que não votariam em Lula. Comparadas as duas últimas pesquisas Quaest em Minas, de 26 de setembro, ainda na disputa do 1º turno, e a de hoje, o petista oscilou para baixo rejeição: tinha 45% e hoje tem 44%. Bolsonaro, no entanto, conseguiu tirar 7 pontos no índice negativo: de 56% a 49%. A diferença na rejeição entre os dois candidatos, que era de 11 pontos há um mês, caiu aos 5 pontos de hoje.

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

SEM APOIO DE ZEMA — Nas urnas mineiras do 1º turno, Lula venceu Bolsonaro por 48,29% a 46,6% dos votos válidos. Reeleito governador de Minas no 1º turno naquelas mesmas urnas, Romeu Zema (Novo) liquidou a fatura com 56,18% dos votos válidos, contra 35,08% do seu principal adversário, o ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSB). Kalil teve apoio de Lula, enquanto Zema, ciente da vantagem do ex-presidente entre os mineiros, manteve sua toada antipetista na campanha, mas não manifestou apoio na eleição presidencial.

COM APOIO DE ZEMA — A posição de Zema mudou já no dia 3 de outubro, primeiro da disputa do 2º turno presidencial, quanto o governador mineiro reeleito declarou seu apoio a Bolsonaro. O que acendeu o sinal amarelo na campanha de Lula. De lá para cá, Bolsonaro já foi a Minas em campanha cinco vezes. A pesquisa Quaest de hoje, no entanto, indica que o apoio do popular governador aumenta as chances de votar em Bolsonaro só para 26% mineiros, contra 68% dizendo que não importa, 6% dizendo que influencia contra e 3% que não souberam ou quiseram responder.

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

William Passos, geógrafo com especialização doutoral em Estatística no IBGE

ANÁLISE DO ESPECIALISTA — “Em Minas, onde todos os presidentes eleitos democraticamente venceram, com exceção de Getúlio Vargas, Lula abriu 5 pontos na estimulada: 45% a 40%. E por 6 pontos no interior, em 45% a 39%, onde se concentra cerca de 70% do eleitorado mineiro. Na Região Metropolitana de Belo Horizonte, Bolsonaro empata numericamente com Lula, por 42% a 42%. Só na capital mineira, o presidente está numericamente à frente, por 43% a 40%; mas dentro da margem de erro de 2 pontos para mais ou menos. Para 91% dos eleitores mineiros, o voto está consolidado, o que significa possibilidade de mudança do voto para somente 9% dos eleitores. Nos votos válidos dos “likely voters”, a vantagem de Lula é de 52,2% a 47,8% entre os eleitores mineiros com maior probabilidade de comparecimento no domingo. Indicador fundamental para a definição da vitória no 2º turno, a rejeição entre os dois candidatos está fora da margem de erro, com 49% dos mineiros que não votarão em Bolsonaro de jeito nenhum, contra 44% que rejeitam Lula”, analisou o geógrafo William Passos, com especialização doutoral em Estatística pelo IBGE.

 

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