O governo Wladimir Garotinho (sem partido) é aprovado pela maioria da população campista. E, se o pleito municipal de 2024 fosse hoje, o prefeito de Campos seria reeleito, talvez ainda no primeiro turno. Seu possível adversário mais competitivo, a pouco mais de 18 meses das urnas, é o mesmo que disputou com ele o segundo turno em 2020: Caio Vianna (PSD). Este foi o cenário goitacá retratado pela pesquisa do Instituto GPP entre 10 e 12 de março, com 600 eleitores do município e margem de erro de 4 pontos para mais ou menos. O contratante foi o próprio instituto.
AVALIAÇÃO DE GOVERNO E INTENÇÃO DE VOTO ESTIMULADA — Hoje, Wladimir tem sua gestão considerada ótima (21,7%) ou boa (33,8%) por 55,5% dos campistas, enquanto 34,8% a consideram regular e outros 8,8%, ruim (3,3%) ou péssima (5,5%), com 0,9% que não souberam ou não responderam. Quanto às intenções de voto para 2024, na pesquisa estimulada, com a apresentação dos nomes ou referências dos possíveis candidatos, o prefeito liderou com 50,4% (61,4% dos votos válidos). E veio seguido por Caio, com 18,1% (22% dos válidos); o presidente da Câmara Municipal, Marquinho Bacellar (SD), com 5,8% (7,1% dos válidos); o deputado estadual Thiago Rangel (Podemos), com 2,9% (3,5% dos válidos); o “Candidato do PT”, com 2,6% (3,2% dos válidos); e o suplente de vereador Carlos Victor Carvalho (Republicanos), ou “CVC da Direita Campos”, com 2,3% (2,8% dos válidos). Os que declararam votar nulo ou em nenhum desses nomes, foram 9,7%. Outros 8,2% não souberam ou quiseram responder.
PESQUISA ESPONTÂNEA — No ano eleitoral, sobretudo após as convenções e definições de chapa, conta mais a consulta estimulada. A pouco mais de 1 ano e seis meses para a eleição, no entanto, ainda pesa muito a pesquisa espontânea, na qual o eleitor revela sua intenção de voto sem apresentação de nomes. E, nela, o prefeito hoje lidera com 38,6%; seguido de longe por Caio, com 2,7%; pela ex-prefeita Rosinha Garotinho (União), com 1%; o ex-prefeito Arnaldo Vianna (PDT), com 0,9%; a ex-prefeita de São João da Barra deputada estadual, Carla Machado (PT), com 0,6%; e o presidente da Câmara Municipal, Marquinho Bacellar (SD), e o ex-prefeito Rafael Diniz (Cidadania), com os mesmos 0,4% cada.
ELEIÇÃO ABERTA — Após quase ter ultrapassado Rafael na eleição a prefeito de 2020, sendo a revelação daquela disputa, a Professora Natália (Psol) registrou 0,2% de intenções de voto na consulta espontânea de março de 2023. Os que declararam votar nulo ou em nenhum nome foram 7,7%. Enquanto outros 46%, quase metade do eleitorado, ainda não souberam ou não quiseram responder. O que ressalta o óbvio: a pouco mais de um ano e seis meses da urna, a eleição de outubro de 2024 ainda está completamente aberta.
GOVERNOS WLADIMIR X ARNALDO — A liderança de Wladimir com mais de 32 pontos de vantagem sobre Caio na consulta estimulada (50,4% das intenções de voto contra 18,1%) se dá pela boa avaliação do atual governo de Campos. Entre os 50,4% dos campistas que votariam na reeleição do prefeito, a maior parte, ou 27,6% deles, o faria respondendo “boa administração, bom gestor, melhor que os anteriores”. Já entre os 18,1% das intenções de voto de Caio, a maior parte, ou 29,1%, não soube ou não respondeu. Já outros 28,4% votariam por gostar do seu pai, Arnaldo Vianna, e dos dois governos deste em Campos, entre 1997 e 2004.
CONHECIMENTO — Além da boa avaliação do seu governo, a liderança de Wladimir com quase 36 pontos de vantagem sobre Caio na consulta espontânea se dá porque o prefeito é também o mais conhecido entre os possíveis candidatos a prefeito em 2024. Na pesquisa GPP deste mês de março, 81,1% da população afirma “conhecer muito bem” Wladimir, enquanto 18,6% conhecem só “de ouvir falar” e apenas 0,3% afirma ainda “não conhecer”. Entre os demais nomes do levantamento, 55,1% do eleitorado “conhece muito bem” Caio; 35,9%, Marquinho Bacellar; 25,7%, Thiago Rangel; e, apenas 9%, CVC da Direita Campos.
IMAGENS POSITIVA E NEGATIVA — O maior desconhecimento do eleitor sobre os possíveis adversários eleitorais do atual prefeito, em tese, revela também um terreno mais amplo a ser explorado. Como foi, por exemplo, pela campanha do até então desconhecido governador Cláudio Castro (PL) em 2022. Só que, além de ter a máquina na mão, como Castro teve no ano passado, Wladimir lidera também na questão da imagem, que é positiva para 69,7% dos campistas. A de Caio é positiva a 48,2%; de Marquinho, a 33%; de Thiago, a 26,3%; e de CVC, a 5,9%. Em medição análoga à rejeição, Caio lidera a imagem negativa, com 24,3%. E é seguido de Wladimir, com 18,4%; de Marquinho, com 17,7%; de Thiago, com 11,3%; e de CVC, com apenas 7%. Entre estes três últimos, as imagens negativa e positiva são relacionadas ao conhecimento do eleitor sobre cada um.
HOMOGENEIDADE — Daqui até outubro de 2024, a maior dificuldade que os eventuais adversários de uma tentativa de reeleição de Wladimir devem enfrentar é a homogeneidade da boa avaliação do governo de Campos e das intenções de voto do atual mandatário:
— De acordo com o cadastro eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), distribuição que foi reproduzida pela GPP, o que atesta a qualidade do seu levantamento, 49,1% do eleitorado campista tem 45 anos ou mais de idade e 53,8% são mulheres. Mas a pesquisa revela uma distribuição relativamente homogênea da intenção de voto em Wladimir, que aparece sempre com a preferência entre 40% e 60% do eleitorado em suas diferentes faixas. Mesmo a 1 ano e 6 meses da urna, a boa avaliação até aqui do governo, a forte percepção de bom gestor e o controle da máquina fazem do filho mais velho de Rosinha e Anthony Garotinho, dois ex-prefeitos e ex-governadores, o pré-candidato mais competitivo neste momento para a eleição de outubro de 2024 — analisou William Passos, geógrafo com especialização doutoral em Estatística no IBGE.
Publicado hoje da Folha da Manhã.