Fruto das declarações infelizes que tem produzido, tanto em âmbito doméstico (confira aqui) quanto no internacional (confira aqui), como das esperadas dificuldades econômicas herdadas de Jair Bolsonaro (PL), Lula (PT) e seu governo vêm perdendo aprovação popular. Após as pesquisas Datafolha de março e Ipec (antigo Ibope) de abril terem registrado isso (confira aqui e aqui), hoje foi a vez da consulta da Quaest Pesquisa e Consultoria revelar o mesmo movimento. Comparada com a pesquisa de fevereiro, Lula perdeu 4 pontos de avaliação positiva: de 40% aos 36% de abril. E, fora da margem de erro de 2,2 pontos para mais ou menos, viu sua avaliação negativa crescer 9 pontos: dos 20% de fevereiro aos atuais 29%.
Comportamento de Lula como presidente — Na avaliação regular, o governo Lula cresceu 5 pontos nos dois últimos meses: de 24% a 29%. Os que não sabiam ou não responderam eram 16% em fevereiro, caindo 10 pontos até os 6% de abril. Mas a popularidade de Lula piorou ainda mais quando se trata da avaliação do seu comportamento enquanto presidente. Na qual perdeu 12 pontos de aprovação: dos 65% de fevereiro os 53% de abril. São quase os mesmos 11 pontos que ganhou entre os que desaprovam seu comportamento neste terceiro mandato presidencial. Em fevereiro, eram 29% dos brasileiros. E, em apenas dois meses, cresceram aos 40% de hoje. No mesmo período, os que não souberam ou não responderam oscilaram de 6% a 7%.
Nordeste — Em 30 de outubro de 2022, Lula se elegeu presidente por apenas 1,8 ponto de vantagem sobre Bolsonaro: 50,9% a 49,1% dos votos válidos. E, das cinco regiões do Brasil, ganhou o segundo turno em apenas uma: a do Nordeste, que deu 69,34% dos votos válidos ao petista, contra 30,66% do capitão. E a pesquisa Quaest divulgada hoje indicou que o presidente vem perdendo popularidade até no Nordeste. Sua avaliação positiva na região caiu 9 pontos, dos 62% de fevereiro aos 53% de abril. É quase a mesma coisa dos 8 pontos que cresceu na avaliação negativa: de 10% aos atuais 18% dos nordestinos. Entre os quais a avaliação regular do governo também cresceu, mas dentro da margem de erro: de 22% aos atuais 26%.
Brasileiro pobre — A pesquisa Quaest não apresentou o recorte, entre as cinco regiões do Brasil, da aprovação do comportamento de Lula como presidente. Mas todas as pesquisas eleitorais de 2022 comprovaram que, tão importante quanto o Nordeste à vitória do petista, foi o voto do brasileiro pobre, com renda familiar mensal até 2 salários mínimos. Ainda majoritariamente lulista, essa faixa socioeconômica, no entanto, registrou queda de 10 pontos à aprovação do comportamento do chefe do Executivo: dos 71% de fevereiro aos 61% de abril. São os mesmos 10 pontos que Lula viu crescer a reprovação do seu comportamento entre os pobres: de 22% aos atuais 32%. Os que não responderam ou não souberam oscilaram de 7% a 8%.
“É a economia, estúpido” — Eleito também na promessa de que esse brasileiro pobre voltaria a consumir “picanha e cerveja” no final de semana, como de fato pôde em seus dois primeiros governos, Lula até aqui colhe a frustração da expectativa em seu terceiro mandato de presidente. Quando perguntada em abril se o presidente tem conseguido fazer aquilo que prometeu, a maioria de 55% dos brasileiros respondeu que não, contra 35% de sim e 9% que não souberam ou não responderam. Indagados sobre o principal problema do país, para 31% é a economia, oscilação de 2 pontos em relação aos 29% de fevereiro. Em segundo lugar, as questões sociais tiveram queda real de 7 pontos: de principal problema para 29% em fevereiro, é hoje para 22%.
Análise do especialista — “Na segunda pesquisa Quaest sobre a avaliação do Lula 3, realizada entre 13 e 16 de abril, ouvindo 2.015 pessoas, há a percepção de piora da qualidade e da capacidade de entrega do governo, assim como do comportamento de Lula como presidente, não apenas entre os eleitores de Bolsonaro em outubro passado, mas também entre os eleitores do próprio Lula. E o determinante desta percepção é a sensação de que a economia não melhorou. Para 31% da amostragem dos brasileiros ouvida, a economia continua sendo o pior problema do país. Dos principais problemas do país, somente as questões sociais melhoraram, na avaliação dos entrevistados, passando a ser um problema para apenas 22% dos brasileiros, contra 29% em fevereiro. Esta melhora está associada ao relançamento do Bolsa Família de R$ 600, aprovado por 77% da população”, avaliou William Passos, geógrafo com especialização doutoral em Estatística pelo IBGE.
Vamos aguardar até que seja possível retirar bolsominios de pastas importantes, e claro, estão torcendo contra e ainda trabalham para os donos do gás e petróleo brasileiro e contra o povo brasileiro.