PT a prefeito com Jefferson ou Carla
“O PT (de Campos) tem duas candidaturas (a prefeito) colocadas: Jefferson (Manhães de Azevedo, reitor do IFF) e Carla Machado (deputada estadual). A Carla, tem ainda uma questão a analisar se pode ou não. Lindbergh (Farias, deputado federal do PT) esteve aqui (no Folha no Ar de 18 de abril) e falou do quadro não só político, mas técnico que o Jefferson é. Tanto o Wladimir (PP) quanto seus secretários têm se preocupado”. Foi o que disse ao Folha no Ar de ontem (9) Gilberto Gomes, secretário de Comunicação do PT de Campos e assessor parlamentar da Câmara de Deputados.
Carla não pode
Embora tenha só 27 anos, em 2020, quando tinha 24, Gilberto foi o segundo colocado entre os candidatos a vereador de Campos pelo PT, com 848 votos. E tem adquirido experiência parlamentar como assessor de Lindbergh na Câmara Federal. Prova desse amadurecimento político, ele mantém Carla como possível candidata a prefeita de Campos. Na qual a ex-prefeita de São João da Barra tem densidade eleitoral. Sua lembrança a 2024 é o reconhecimento disso. Mas são vedadas candidaturas majoritárias seguidas em municípios vizinhos. Em 2020, Carla já tinha sido reeleita prefeita de SJB.
Wladimir e Jefferson
Como a coluna adiantou em 3 de junho, Jefferson ainda vai conversar com Carla. Para tentar ter o apoio de uma política popular em Campos e a única detentora de mandato do PT na região. Se tiver sucesso nessa etapa, ele só falará publicamente como postulante a prefeito após a conclusão da eleição a reitor e diretores do IFF, entre o final de outubro e o início de novembro deste ano. Até as convenções partidárias de julho de 2024, ninguém é oficialmente candidato. Mas quem conhece a política goitacá sabe que, salvo o imponderável, as candidaturas de Wladimir e Jefferson, hoje, parecem não ter volta.
Caio, Thiago, Marquinho e Sérgio
Há outros prefeitáveis com potencial eleitoral, como o deputado federal Caio Vianna (PSD), o estadual Thiago Rangel (Podemos) e o presidente da Câmara de Campos, Marquinho Bacellar (SD). Mas estes dependem da conjuntura, sobretudo do apoio do presidente da Alerj, deputado Rodrigo Bacellar (PL), irmão de Marquinho. Cujo grupo político vive a pacificação com os Garotinho, costurada pelo governador Cláudio Castro (PL). O ex-prefeito Sérgio Mendes (Cidadania) também quer se candidatar. Mas, a despeito do seu bom governo entre 1993 e 1996, precisa pontuar nas pesquisas a 2024.
Favorito à reeleição
Nenhum dos possíveis adversários de Wladimir nas urnas de 6 de outubro de 2024 nega que, hoje, o prefeito é favorito à reeleição. Se a eleição fosse amanhã, muitos apostam que ele repetiria o feito da mãe, Rosinha Garotinho (União), em 2012, quando se reelegeu prefeita de Campos em turno único. Se houvesse segundo turno, já seria considerado uma vitória da oposição. Cujas melhores chances estão na pulverização em três, ou pelo menos duas candidaturas com densidade. Por outro lado, se a pacificação entre Garotinhos e Bacellar se mantiver até o pleito, o prefeito otimiza seu favoritismo.
Restaurante x transporte
“O governo Wladimir, sem dúvida, caminha com força para essa reeleição”, admitiu Gilberto ao Folha no Ar. A uma administração municipal popularmente bem avaliada, o jovem petista deu nota 6 e classificou de “regular”. Ele elogiou a reabertura do Restaurante Popular. Mas bateu no que deve ser explorado pela oposição na campanha: “A questão do transporte público é central. Às vezes, ficamos perdidos na discussão política, de bastidores, mas a vida do povo trabalhador de Campos, no transporte público, é muito sofrida. Não há construção de política pública neste sentido”.
Secando a pacificação
O PT de Campos sabe que o fim da pacificação entre Garotinhos e Bacellar seria o melhor caminho para tentar levar a disputa pela Prefeitura ao segundo turno. “Wladimir é um grande candidato à reeleição, a depender se a pacificação. Será algo determinante. Até quando irá durar? Quanto mais 2024 se aproximar, maior a tendência que atritos voltem a acontecer. A pacificação entre Garotinhos e Bacellar é de conveniência. Quem vai determinar isso é o fiador: Cláudio Castro. Marquinho está aí. E não parece muito satisfeito como as coisas foram conduzidas”, ponderou Gilberto.
Na mira, a Câmara
Com ou sem pacificação, a candidatura própria do PT a prefeito de Campos parece certa. E Jefferson o nome para tentar furar a bolha petista numa cidade bolsonarista, mas que deu a Lula 100.427 votos em 2022. “Chamo companheiros de outros partidos, além da federação PT, PC do B e PV, chamar o PSB, o Psol. O desempenho de Natália (candidata a prefeita do Psol em 2020) foi espetacular. Ela tem grande possibilidade de se eleger vereadora, comigo lá. O PT está preocupado com as nominatas, em fazer pelo menos um vereador. Pode anotar: a gente volta à Câmara em 2024”, apostou Gilberto.
Confira abaixo, na íntegra, o vídeo do Folha no Ar com Gilberto Gomes analisando os planos políticos nacional, estadual e de Campos:
Publicado hoje na Folha da Manhã.
Grande respeito ao Jefferson, mas nesse partido não tem como votar; espero que o PT faça zero vereadores na cidade.