Morreu na manhã de hoje, aos 74 anos, o dentista Luís César Henriques Lusitano. Ele estava internado na UTI do Hospital Dr. Beda e lutava há 12 anos contra um câncer. Seu copro está sendo velado na Capela São Pedro, no Cemitério do Caju, onde será sepultado às 16h45 de hoje. Ex-diretor que marcou época na Faculdade de Odontologia de Campos (FOC), de 1986 até se aposentar em 2002, era também servidor municipal inativo. Deixa a esposa Mônica e os filhos Alice e Renato.
Sujeito extremamente boa praça e algo bonachão, conheci Lusitano desde a minha infância. Quando me tornei amigo dos seus sobrinhos, Bernardo (morto em 2020), Nicholas e Matheus Lusitano. Mais tarde, já adulto, o conheci como proativo diretor da FOC. Para a qual, mesmo dedicada a um curso de ciência biomédica, ele teve a sabedoria de contratar nos anos 1990 o diretor teatral e poeta Antônio Roberto de Góis Cavalcanti, o genial Kapi (morto em 2015), para humanizar a formação dos futuros dentistas através do teatro.
Foi com alunos da FOC, sob o mecenato de Lusitano, que Kapi fez uma montagem histórica da peça “Gota D’Água”, de Chico Buarque e Paulo Pontes, em 1995. Histórica porque foi encenada no esqueleto do hoje Teatro Trianon, cujas obras estavam paradas, para cobrar do então governo municipal Sérgio Mendes (1993/1996) sua retomada e conclusão.
Um pouco depois, nos anos 2000, encontrei muitas vezes com Lusitano e Kapi no antigo bar Toca dos Amigos (hoje, “Vovó Dizia”, na rua Pero de Góis), do Roberto Alves da Costa, morto em 2018. E com Lusitano, Kapi e Roberto, entre um gole e outro de cerveja, fechamos várias vezes o bar. Que tinha entre outros clientes assíduos os igualmente saudosos jornalista Joca Muylaert e o advogado Fabinho Lontra Costa, mortos, respectivamente, em 2018 e 2020.
— Lusitano foi diretor na minha época de acadêmico. Grande figura, ajudou a construir o status que a Faculdade ostenta até hoje. Além da montagem teatral de “Gota D’Água”, recordo de “Romanceiro da Inconfidência”, de Cecília Meireles, encenada no Asilo da Lapa, onde também atuei, sob a direção de Kapi. Lusitano sempre foi um apoiador da cultura — testemunhou o odontólogo Rafael Correa, coordenador do curso de Odontologia (novo nome do posto que Lusitano ocupou na FOC) do Uniflu.
— A Fundação Cultural de Campos (FCC), instituição mantenedora do Centro Universitário Fluminense (Uniflu), decreta luto oficial por três dias pelo falecimento do ex-professor, ex-diretor da Faculdade de Odontologia de Campos e também ex-presidente da instituição, dentista e comerciante Luís César Henriques Lusitano. O luto oficial da FCC é uma forma de manifestar tristeza e reconhecimento dos relevantes serviços prestados pelo inestimável amigo e colega que, por 12 anos, dirigiu a FOC (hoje curso de Odontologia do Uniflu), no período de 1986 2002. Foi inicialmente nomeado pelo então presidente da Fundação, o falecido ex-deputado Federal Alair Ferreira e, posteriormente eleito para direção e também para a FCC. Estimado pela população, Lusitano deixa dois filhos e é referência de honradez e caráter na comunidade campista — escreveu em nota o jornalista Adelfran Lacerda, vice-presidente da FCC.