A Prefeitura fará uma reforma administrativa? Foi o que afirmou na manhã de hoje Angelo Rafael, secretário de Governo do prefeito Wladimir Garotinho (PP), ao programa Folha no Ar. Ela viria após o recesso de Legislativo para acomodar em novos cargos do Executivo vereadores do grupo dos Bacellar. Um fonte deste, no entanto, ressalvou ao blog que conversas individuais se dão entre alguns edis e o governo, mas não uma movimentação do grupo.
— A reforma administrativa vai acontecer. É natural que você, tendo novos aliados; não vamos ser hipócritas aqui; é lógico que esses novos aliados terão espaço no grupo. Isso é lógico em qualquer administração pública — disse Angelo hoje ao microfone do Folha no Ar.
Com a acomodação de vereadores da antiga oposição em seu grupo político, Wladimir daria capilaridade à pacificação com os Bacellar. Que, se durar até o pleito de 6 de outubro de 2024, ampliará o favoritismo do prefeito em sua tentativa natural de reeleição. O aumento de 10% dado por ele ao servidor municipal, que o blog antecipou (confira aqui) desde 20 de junho, teria sido também para evitar resistência da categoria à criação de novos cargos.
Confira no vídeo abaixo o que o secretário de Governo de Wladimir, Angelo Rafael, falou ao Folha no Ar sobre a reforma administrativa:
Geógrafo com especialização doutoral em estatística pelo IBGE, William Passos é o convidado do Folha no Ar desta quinta (6), ao vivo, a partir das 7h da manhã, na Folha FM 98,3. Ele analisará os retratos de Campos dos Goytacazes, sua região, Estado do Rio e Brasil (confira aqui e aqui) a partir do novo Censo do IBGE, relativo a 2022.
Por fim, com base na pesquisa GPP em Campos de março deste ano de 2023 (confira aqui, aqui e aqui), mas também nas movimentações e fatos políticos recentes da política goitacá (confira aqui), William tentará projetar as eleições muncipais a vereador e prefeito em 6 de outubro de 2024.
Quem quiser participar ao vivo do Folha no Ar desta quinta poderá fazê-lo com comentários em tempo real, no streaming do programa. Seu link será disponibilizado alguns minutos antes do início, na página da Folha FM 98,3 no Facebook.
Entre Homero e Vladimir Maiakóvski, os 49 mortos no massacre de 2016 numa boate LGBTQIA+ de Orlando (Montagem: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)
Arthur Soffiati, professor, historiador, escritor e membro da Academia Campista de Letras
Um poeta universal num recanto do mundo
Por Arthur Soffiati
Ainda hoje, vigora a concepção de que existem lugares mais centrais do que outros nos países e no mundo, seja pelo prisma econômico, político e cultural. São Paulo seria mais central no Brasil por representar a locomotiva econômica e política do Brasil, além de ter atualizado a cultura nacional com a Semana de Arte Moderna. Paris já foi o centro cultural do mundo ocidental. Hoje, entende-se que é Nova Iorque. Mas a globalização está criando um mundo acêntrico. Esse é o lado bom dos meios de comunicação e das redes sociais. Quem partir em linha reta de Atafona, em direção a leste ou a oeste, chegará a Atafona. Partindo de qualquer outro lugar — Katmandu, por exemplo — retornará a Katmandu.
Assim, a pessoa é local e global ao mesmo tempo, podendo produzir cultura de qualidade como um grande artista que vive nos grandes centros. O famoso eixo Rio/São Paulo está se enfraquecendo, enquanto emergem novos centros de produção cultural, como Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, João Pessoa, Recife, Belém e Manaus, sem esquecer de outros lugares do Brasil e do mundo.
Aluysio Abreu Barbosa nasceu em Niterói, mas vive em Campos há 51 anos. Ele já andou pelo mundo completamente identificado com o passado, o presente e o futuro. Em outras palavras, ele sabe onde está pisando. Ele sabe também que Campos e Atafona fazem parte do mundo. Sente-se bem no Monte Sinai, na rua Carlos de Lacerda e no delta do Paraíba do Sul. O mundo lhe chega por todos os lados e lhe impregna os poros até o coração e a mente. Dali, sai em forma de reportagens, artigos e poemas.
Sua sensibilidade poética aflorou no início da década de 1990. Desde o princípio, ele mostrou a que veio, como ilustrando o antigo ditado popular: “espinho que pinica de pequeno já traz ponta”. O amor erótico inspirou muitos de seus poemas. Embora um poema dedicado à amada (o/e) tenha alvo identificável, acima de tudo ele só se afirmará situando-se no reino da poesia. Camões e Shakespeare, grandes poetas e até hoje capazes de nos sensibilizar profundamente, escreveram lindos poemas às mulheres amadas e à pulsão erótica. Poderíamos dizer que os primeiros poemas de Aluysio se inspiraram em suas paixões, mas o estado de poesia está presente de forma inequívoca. O que vem a ser este estado? Vem a ser a sensibilidade com que se vê e se sente o mundo. É o estado de poesia que anima os grandes poetas.
Aluysio vai se abrindo ao longo dos anos ao sentimento do mundo. Ele frequenta, e muito, os grandes poetas. Escrever poesia não é empilhar versos. Não é traduzir uma topada em palavras. A arte da poesia não vem só do coração, mas também da mente. Sobretudo, vem da consciência que o poeta desenvolve em se compreender e em se posicionar. Leitor privilegiado dos poetas gregos e de Fernando Pessoa, Aluysio Abreu foi construindo sua posição como poeta ao encontrar progressivamente o seu lugar de fala poética. Hoje, ele está no centro de uma roda formada por Gregório de Matos, Castro Alves, Augusto dos Anjos, João Cabral de Melo Neto, Dante Milano e Manoel de Barros. Ele tem consciência do espaço em que se move.
Erótico e épico, Aluysio afia sua sensibilidade poética dia a dia. Ao mesmo tempo, aprimora a forma. Não sabemos onde isso vai parar. Só prevemos um caminho cada vez mais promissor ao poeta atafonense-campista-brasileiro-mundial. Ele caminha como Gilgámesh, Ulisses e Severino. Gilgámesh viajava à procura da imortalidade. Não a atingiu, mas se tornou imortal na epopeia escrita pelas mãos de poetas anônimos. Ulisses viajou de volta ao lar e viveu muitas aventuras. Severino viajou do sertão ao litoral, registrando a miséria que encontrou na Caatinga, na Zona da Mata e nas cidades e manguezais. Aluysio viaja em Atafona e encontra a areia da praia, a água do Paraíba do Sul, rio que se estiola, as árvores litorâneas, uma capivara, pessoas e fantasmas. Uma grande caminhada pode permanecer ignorada ou se imortalizar em prosa e verso. Depende do caminhante, pois o caminho se faz ao caminhar, como escreveu Antonio Machado.
Mas o radar de Aluysio está também voltado para o mundo. Sua condição de jornalista capta imagens e sons que chegam de todos os lados. Vários deles chegam ao seu epicentro poético e se transformam em poemas. Distingo poesia de poema. Poesia é um estado de sensibilidade. Poema é a tradução dessa sensibilidade em forma de palavras e de figuras, pois o poema pode ser escrito com palavras ou figuras. As palavras podem formar figuras, como em Gilberto Mendonça Teles, ou as figuras podem ser lidas como palavras, como em Wlademir Dias-Pino. As palavras podem se transformar em pedra, água, peixe, ave, como em Manuel de Barros. As palavras podem se transformar em lâminas, como em João Cabral.
No poema “o horror”, tomando apenas um exemplo dentre muitos, Aluysio está em sintonia como o mundo: “o frio mudo entre as meias/finas do dia/dos namorados/grita lá fora no coito dos gatos//meus pés já não tocam o calor/das vidas calçadas por garras/a sangrar a noite de orlando//à caça do coito dos gatos/mulheres e homens gelados/e cento de pés sem função”. A centopeia morta é a multidão de pés dos homossexuais e outras pessoas mortas no massacre numa boate LGBT de Orlando, nos Estados Unidos de junho de 2016.
Aluysio está também atento às formas. Imortalizado por Dante na “Divina Comédia”, o terceto é uma forma difícil. Rimar o primeiro verso com o terceiro e o segundo com o primeiro do terceto seguinte, formando um quarteto partido. Movimentando-se no universo modernista, Aluysio não se vale necessariamente da rima, o que não desvaloriza a forma “terceto”.
Os poemas que ilustram este texto mostram o Aluysio valendo-se da dificílima forma haicai, que poetas japoneses mais pintavam que escreviam. Notemos a sutiliza no emprego da palavra tempo em sentidos diferentes, o contraste entre Homero e Maikóvski e a oposição entre ruído e silêncio. Aluysio é uma cartola da qual ainda sairão mil coelhos.
Marlon Brando, na pele do coronel Walter E. Kurtz de “Apocalypse Now” (1979), filme de Francis Ford Coppola inspirado no romance “Coração das Trevas”, de Joseph Conrad, exclama em sua morte: “O horror! O horror!”
TRÊS POEMAS DE ALUYSIO ABREU BARBOSA(*):
o horror
o frio mudo entre as meias
finas do dia dos namorados
grita lá fora no coito dos gatos
meus pés já não tocam o calor
das vidas calçadas por garras
a sangrar a noite de orlando
à caça do coito dos gatos
mulheres e homens gelados
e cento de pés sem função
campos, 13/06/16
haicai para quintana
a leve brisa do tempo
com o tempo
verga o tronco da árvore
zênite
a aurora de homero
malhou meio dia
em maiakóvski
atafona, 04/02/07
(*)Poeta, jornalista e membro da Academia Campista de Letras
Transporte público de Campos, com ônibus e vans, é hoje o principal problema diário da maioria da população (Foto: Genilson Pessanha/Folha da Manhã)
Sérgio Mansur, engenheiro civil e subsecretário de Mobilidade de Campos
Transporte público de Campos
Na última quarta (28), o Censo do IBGE contabilizou: nos últimos 13 anos, Campos dos Goytacazes ascendeu (confira aqui) ao 5º município fluminense mais populoso. Cresceu mais de 10 vezes além da média do Estado do Rio e hoje tem hoje 483.551 habitantes. À maioria deles, que vai e volta do trabalho e escola por transporte público, este talvez seja hoje o principal problema de Campos. Que tende a melhorar ainda neste ano de 2023. Quando os três novos terminais e a bilhetagem eletrônica passam a funcionar. Foi o que Sérgio Mansur, engenheiro civil e subsecretário de Mobilidade, projetou na manhã de ontem (4) ao Folha no Ar.
Novos terminais e bilhetagem
“Campos se caracteriza por uma extensão territorial muito grande. Daqui a Santo Eduardo, são quase 70 km. E nós temos que atender a essa população. Nesse sistema de transporte que temos, a alimentação é feita por veículos menores. A partir de certo ponto, o passageiro vai para um veículo maior. Hoje, estão sendo edificadas três estações terminais de alto padrão (Donana, Travessão e Ururaí). Ele vai ser fiscalizado através do sistema de bilhetagem e monitoramento por GPS. A expectativa é que até o final do ano as estações estejam concluídas. E o sistema de bilhetagem eletrônica, implementado”, disse ontem Mansur à Folha FM 98,3.
Mobilidade x estacionamento
Se deu prazo ao início da resolução do problema no transporte público de Campos, Mansur atacou outro dilema na mobilidade urbana da cidade. “As pessoas têm que entender que as ruas foram feitas para circulação, mobilidade. Para isso, nós vamos ter que sacrificar o estacionamento. Um exemplo clássico é a rua Conselheiro Otaviano, com concentração de estabelecimentos de saúde. Tem oito metros (de largura), com uma faixa de estacionamento e duas de rolamento. E a faixa de rolamento da direita está sempre ocupada por veículos. Se nós não tivermos êxito na fiscalização, a solução vai ser proibir o estacionamento na rua”, prometeu.
Entrada e saída de escolas
Além dos estabelecimentos de saúde concentrados na Conselheiro Otaviano, outra queixa constante da mobilidade urbana em Campos fica por conta da entrada e saída de crianças e adolescentes das escolas, em várias ruas da cidade. Cobrado pelos ouvintes da Folha FM sobre o problema, o secretário de Mobilidade respondeu: “em relação às escolas, nosso secretário, o Cláudio Valadares, desde o início do semestre, vem insistindo num sistema novo de acesso, que seriam os corredores escolares. Em frente à escola, vai ser proibido estacionamento, para ser usado para embarque e desembarque”.
Acessibilidade das calçadas
Outro problema do município é a acessibilidade. Enquanto vários estabelecimentos comerciais da área central de Campos são fiscalizados com rigor na questão do acesso aos deficientes físicos, estes correm risco diário nas calçadas desniveladas e muitas vezes mal conservadas pelos proprietários dos imóveis, em quase todas as ruas e avenidas da cidade. “Esse é um assunto de extrema importância. Eu entendo que poder público (municipal) deveria assumir a tarefa de construir as calçadas nos logradouros de maior circulação de pedestres. Mas, para isso, falta uma reestruturação orçamentária”, admitiu Mansur ao Folha no Ar.
Professor Helinho Coelho
Missa de 7º dia de Helinho
A família do professor, escritor, historiador, advogado, músico, membro da Academia Campista de Letras (ACL) e ex-vereador de Campos, Hélio de Freitas Coelho, o Helinho, convida para sua missa de 7º dia. Será celebrada às 19h desta quinta (6), na Igreja da Paróquia Santa Teresinha. Helinho faleceu na quinta (29), aos 75 anos. Sua perda foi lamentada (confira aqui) no meio político, acadêmico, advocatício e cultural do município. Seu corpo foi sepultado na sexta (30), no Caju, após ser velado na Câmara de Campos. Que, na sessão de ontem, aprovou por unanimidade voto de profundo pesar pela morte, proposto pelo edil Juninho Virgílio (União).
Rodrigo e Marquinho Bacellar reuniram parlamentos municipais da região no estadual da Alerj (Foto: Divulgação)
Os Bacellar no Parlamento
Representantes das câmaras municipais do Parlamento Inter-regional do Norte e Noroeste Fluminense foram recebidos ontem (4) na Alerj (confira aqui) pelo presidente Rodrigo Bacellar (PL). A visita foi liderada por seu irmão, Marquinho Bacellar (SD), presidente da Câmara de Campos e também do Parlamento. “Seguimos estreitando a relação da Alerj com os representantes dos municípios, garantindo um diálogo cada vez mais próximo para acolher e entender as principais demandas e necessidades de cada uma das cidades que compõem o nosso estado. Juntos e com muito trabalho, seguiremos avançando. Vamos em frente”, pregou Rodrigo.
Semana Espírita do NF
O 21º Conselho de Unificação Espírita do Norte e Noroeste Fluminense promove, entre os dias 15 e 27 deste mês, a Semana Espírita. Com o tema “Espiritismo em ação: como viver nos tempos atuais”, serão sete rodas de conversa, uma por dia, sempre a partir das 15h, com vários palestrantes. A participação é gratuita e pode se dar tanto de maneira virtual, quanto presencial. Neste caso, podem ser procurados em Campos os grupos espíritas Francisco de Assis (dia 15), Joana D’arc e Maria de Nazaré (17), Luiz de Gonzaga (20), Maria Franc (22) e Lar de Débora (23). Nos locais serão vendidas camisas, cuja renda será doada à caridade.
Secretário de Governo da gestão Wladimir Garotinho (PP), Angelo Rafael (sem partido) é o convidado do Folha no Ar desta quarta, ao vivo, a partir das 7h da manhã, na Folha FM 98,3. Ele analisará a pacificação entre Garotinhos e Bacellar e a relação entre Executivo e Legislativo de Campos.
Em relação às eleições à Câmara Municipal em 6 de outubro de 2024, Angelo falará da acomodação dos novos aliados com os vereadores da base e os secretários que querem ser candidatos. Por fim, ele avaliará o governo Wladimir e a eleição a prefeito do próximo ano, daqui a 15 meses.
Quem quiser participar ao vivo do Folha no Ar desta quarta poderá fazê-lo com comentários em tempo real, no streaming do programa. Seu link será disponibilizado alguns minutos antes do início, na página da Folha FM 98,3 no Facebook.
Professor, escritor, advogado, historiador, músico e ex-vereador Helinho Coelho
A família do professor, escritor, historiador, advogado, músico, membro da Academia Campista de Letras (ACL) e ex-vereador de Campos, Hélio de Freitas Coelho, o Helinho, convida para sua missa de 7º dia. Que será celebrada às 19h desta quinta, dia 6, na Igreja da Paróquia Santa Teresinha. Fica na rua Artur Nogueira, nº 190, Parque Corrientes.
Helinho faleceu na manhã da última quinta (29), aos 75 anos. Sua perda gerou comoção. E foi lamentada (confira aqui) por várias personalidades e instituições relevantes do meio político, acadêmico, advocatício e cultural do município. Após ser velado na Câmara Municipal de Campos, seu corpo foi sepultado na sexta (30), no Cemitério do Caju.
Engenheiro civil e subsecretário de Mobilidade de Campos, Sérgio Mansur é o convidado do Folha no Ar desta terça (3), ao vivo, a partir das 7h da manhã, na Folha FM 98,3. Ele falará da questão da mobilidade urbana e (confira aqui) do transporte público de Campos. Esta última, alvo de críticas (confira aqui) rebatidas com projeto (confira aqui) pelo próprio prefeito Wladimir Garotinho (PP).
Por fim, Mansur avaliará o governo municipal que integra como quadro técnico e tentará projetar as eleições municipais de Campos em 6 de outubro de 2024. Quem quiser participar ao vivo do Folha no Ar desta terça poderá fazê-lo com comentários em tempo real, no streaming do programa. Seu link será disponibilizado alguns minutos antes do início, na página da Folha FM 98,3 no Facebook.
Quem somos, enquanto Brasil, Estado do Rio de Janeiro, Norte Fluminense e Campos dos Goytacazes? Nas ligações entre essas esferas, qual o nosso tamanho e importância? São perguntas cujas respostas estavam defasadas há 13 anos. Mas que foram atualizadas com a divulgação na última quarta-feira (28) do Censo Demográfico do IBGE, relativo a 2022. A partir dele, é possível constatar que, de 2010 a 2022, a população campista aumentou 4,2%. E hoje se compõe de 483.551 indivíduos humanos. O número é mais de 10 vezes superior à média do Estado do Rio, que cresceu apenas 0,4% nos mesmos 12 anos anteriores.
Campos maior que Niterói e Belford Roxo
A partir do novo Censo, foi possível também constatar que Campos hoje tem a 5ª população do Estado do Rio. Maior que dos municípios de Niterói e Belford Roxo, que perderam população. A projeção de que Campos ultrapassaria Niterói demograficamente foi antecipada na Folha há 21 meses, com exclusividade, pelo geógrafo William Passos, com especialização doutoral em estatística pelo IBGE. Em 17 em setembro de 2021 (confira aqui), ele disse: “a região da Bacia de Campos, com destaque ao município de Campos, deve ultrapassar a população de Niterói em 2023. Esse crescimento demográfico reflete o fortalecimento econômico da região”.
Grande Rio diminui
Após ter sua previsão cumprida nesta semana pelo mesmo IBGE em que fez sua especialização doutoral em estatística, William voltou a falar com a Folha sobre a atualização dos números do novo Censo. “Em 12 anos, a população fluminense cresceu apenas 0,4%. O que significa, em números absolutos, 64.595 novos residentes. Mas 27 municípios do Estado do Rio perderam população entre 2010 e 2022. Com destaque à cidade do Rio de Janeiro, que diminuiu 109.023 habitantes. Das 22 cidades da Região Metropolitana do Grande Rio, 9 perderam população, incluindo Niterói e Belford Roxo, ultrapassadas por Campos”, analisou o geógrafo.
Região da Bacia de Campos
Também analista estatístico do Núcleo de Pesquisa Econômica do Estado do Rio de Janeiro (Nuperj/Uenf), coordenado pelo professor Alcimar Ribeiro, William destacou que “das 20 cidades com a maior perda percentual de população no Brasil, 6 ficam no Estado do Rio: São Gonçalo, Nilópolis, Petrópolis, Duque de Caxias, Barra Mansa e São João de Meriti. Neste cenário, Campos viu a sua população crescer 10,5 vezes mais que os 0,4% da média do Estado. O que confirma a inserção da concentração urbana de Campos e São João da Barra e do que chamo de Região da Bacia de Campos no processo de metropolização do interior fluminense”.
Passo seguinte: qualidade de vida
Dentro do que chama de Região da Bacia de Campos, o geógrafo explicou que “ela faz parte Megarregião Rio de Janeiro/São Paulo, conforme apontei na minha tese de doutorado, defendida em março deste ano no Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Ippur/UFRJ). Apesar da desaceleração em relação ao período 2000-2010, Campos continua crescendo acima da média do Estado e atraindo população. O que é um importante indicativo de dinamismo econômico”. William concluiu com a cobrança: “O passo seguinte é ampliar a qualidade de vida dessa população”.
Cenário de Wladimir
Na edição de quarta (27), esta coluna fez uma análise dos objetivos e desafios dos nomes que se cogitam à disputa da Prefeitura de Campos, em 6 de outubro de 2024. Que, por sua vez, foi analisada por Angelo Rafael, secretário de Governo do prefeito Wladimir Garotinho (PP), candidato natural à reeleição. “O pior cenário em 2024 para Wladimir seria a oposição dividida em duas ou três candidaturas com densidade eleitoral. Por outro lado, a maior dificuldade dos seus adversários será a boa avaliação do governo de Campos. O favoritismo do prefeito deve ser ampliado com o reajuste salarial de 10% aos servidores do município”, projetou Angelo.
Posse no Sindipetro-NF
O Sindipetro-NF realiza, a partir do meio dia deste domingo (2), a posse da diretoria 2023/2026 da entidade. O evento será na Sede Praia do Cepe (Clube dos Empregados da Petrobras Macaé), em Cavaleiros, Macaé. A nova diretoria tem à frente o coordenador-geral reeleito, Tezeu Bezerra. “Temos um desafio no novo governo Lula para a Bacia de Campos. Estamos com o campo de Marlim saindo de plataformas próprias e entrando nas afretadas (de outras empresas contratadas). Mas há 10 novos campos de petróleo arrematados pela Petrobras, ainda sem previsão de início de produção. Temos que trazer mais plataformas”, pregou Tezeu.