Músicos, compositores e cantores, Saullo Tuí e Gabriel Paiol são os convidados do Folha no Ar desta quinta (31), ao vivo, a partir das 7h da manhã, na Folha FM 98,3. Eles falarão do espetáculo autoral “Encontro de Compositores: Tuí e Paiol”, que apresentarão às 20h deste sábado (2) no Santa Paciência, na rua Barão de Miracema nº 81.
Tuí e Paiol também falarão da retomada das apresentações artísticas ao vivo após a pandemia da Covid-19, e da cultura do Brasil entre os governos Bolsonaro e Lula 3. Por fim, na visão dos artistas, analisarão o cenário e o mercado cultural de Campos, São João da Barra e Norte Fluminense.
Quem quiser participar ao vivo do Folha no Ar desta quinta poderá fazê-lo com comentários em tempo real, no streaming do programa. Seu link será disponibilizado alguns minutos antes do início, na página da Folha FM 98,3 no Facebook.
Wladimir Garotinho, Thiago, Rangel, Jefferson Manhães, Sérgio Mendes, Caio Vianna e Arnaldo Vianna; Cléber Tinoco, Priscila Marins, João Paulo Granja, Rodrigo Bacellar, Anthony Garotinho e Juninho Virgílio; Geraldo Coutinho, Edmundo Siqueira, George Coutinho, Hamilton Garcia, Igor Franco e Fabrício Maciel (Montagem: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)
Pesquisa a prefeito: palavras e silêncio
A eleição a prefeito de Campos é em 6 de outubro de 2024, daqui a pouco mais de 13 meses. Mas o favoritismo que Wladimir Garotinho (PP) tem hoje à reeleição, mais que nas palavras do seu grupo político, é aferida por formadores de opinião não alinhados. Como pelo silêncio do grupo dos Bacellar sobre a pesquisa Iguape a prefeito (confira-a na íntegra aqui) que encomendaram. E nela colocaram entre as opções de prefeito ao eleitor, em consulta estimulada, o presidente da Câmara Municipal, vereador Marquinho Bacellar (SD), e seu pai, o ex-vereador Marcos Bacellar (SD). Assim como a deputada estadual Carla Machado (PT), mesmo impedida de concorrer.
Prefeitáveis que sabem falar
Marquinho, Marcos e Carla não são obrigados a falar com ninguém. Como quem lhes ofereceu voz, através de suas assessorias, não é obrigado a ignorar o que o silêncio ensurdecedor dos três quer dizer. Através dos números, hoje muito favoráveis a Wladimir, há caminhos para se afirmar o óbvio: nada está definido. Foi o que refletiram sobre a pesquisa Iguape prefeitáveis (confira aqui) como o deputado estadual Thiago Rangel (sem partido). Assim como o professor Jefferson Manhães (PT), reitor do IFF, e o ex-prefeito Sérgio Mendes (Cidadania). Que levantaram o histórico eleitoral dos Garotinho e fizeram vários questionamentos ao governo Wladimir.
Caio lança Arnaldo inelegível
Segundo colocado em todas as pesquisas, o deputado federal Caio Vianna (PSD) tentou criar um fato novo. No lugar de analisar a larga distância que hoje o separa de quem perdeu por margem estreita o segundo turno a prefeito de 2020. Em agosto de 2023, Caio quis lançar seu pai, o ex-prefeito Arnaldo Vianna (hoje, PDT), a prefeito em 2024. Mas, sem apresentar nenhum jurista a endossá-lo, teve sua pretensão confrontada por documentos jurídicos analisados (confira aqui) por advogados politicamente independentes e conceituados de Campos: Cléber Tinoco, Priscila Marins e João Paula Granja. Aos três, Arnaldo seguirá inelegível até o pleito.
Exemplo de Rodrigo e análise de Juninho
Recorrer aos juristas é o caminho que um hábil advogado e hoje presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União), usou para parar na Justiça (confira aqui e aqui) as denúncias contra ele que vinham sendo feitas por Anthony Garotinho (União), pai de Wladimir. O que reforça o favoritismo deste, com possibilidade de conclusão no primeiro turno. Como projetou a pesquisa Iguape que nenhum dos vereadores do grupo dos Bacellar quis comentar à coluna. Ao contrário do edil governista Juninho Virgílio (União): “O prefeito reconhece que existem coisas a resolver, mas o saldo de realizações é positivo. Esse crédito de confiança da população salta nos números da pesquisa”.
Desafio do segundo governo
Para formadores de opinião do setor produtivo do município, a partir do que mostrou a pesquisa Iguape, o grande obstáculo do prefeito não seria nem sua reeleição. Mas o que seria seu segundo governo. “A eleição será o problema menor, o futuro mandato será o maior desafio. Este último turno é que definirá os movimentos seguintes na trajetória de Wladimir. Se até agora bastou se apresentar melhor que seu antecessor (Rafael Diniz, Cidadania), para boa avaliação no segundo mandato terá que se superar. E para isso precisa inovar, surpreender. Mais do mesmo será mal visto”, advertiu o industrial Geraldo Coutinho.
Longe da agressividade
Outro formador de opinião independente politicamente, o servidor federal, jornalista e blogueiro do Folha1, Edmundo Siqueira, também não se furtou em analisar à coluna a pesquisa Iguape: “Os números e a presença carismática do prefeito nas redes sociais e ruas tendem a manter a oposição apagada, as críticas necessárias melindradas e a tal pacificação mantida. O cenário tende a se perpetuar, e a vitória em primeiro turno só não se concretiza pelo imponderável. E mesmo que a pacificação se desfaça, Wladimir vem conseguindo se manter afastado do denuncismo do pai e de sua agressividade. Isso é bem visto pelo eleitorado”.
Decoro na política goitacá (I)
A linha no chão à agressividade na política goitacá vem sendo riscada pelo polo universitário do município. No Folha no Ar do dia 8, foi o cientista político George Coutinho (confira aqui), professor da UFF: “Disputa de adversários é legítima. Mas sem utilizar recursos vis como a intimidação”. No dia 15, outro cientista político, Hamilton Garcia (confira aqui), professor da Uenf: “Garotinho, que flecha o Bacellar por acusações que têm que ser provadas, também respondeu à Justiça”. No dia 22, o especialista em finanças Igor Franco (confira aqui), professor do Uniflu: “A manifestação de (Marcos) Bacellar (contra Rosinha) tem que ser rechaçada. O passo atrás dele deve ser a linha no chão”.
Decoro na política goitacá (II)
No Folha do Ar da manhã de ontem (29), foi a vez do sociólogo Fabrício Maciel, outro professor da UFF-Campos, tentar lecionar razão aos desatinos verbais trocados justamente por alguns dos políticos mais experientes de Campos: “Fiquei pensando: talvez seja uma estratégia do Garotinho e Bacellar pai manter essa briga e uma visibilidade, enquanto os filhos fazem a pacificação na prática. E a imagem do Wladimir não fica deteriorada. Só que, se for uma estratégia, ela peca ao ignorar que o não decoro na política pode ter efeitos irreversíveis na forma como a sociedade pensa a política. E isso é bastante grave!”
“Fico honrado com a confiança de cerca de 75% da população de Campos. Trabalho muito e me dedico pela cidade que tanto amo. Esses números mostram que o caminho que escolhemos trilhar foi acertado: ao lado da população, sem falsas promessas e com muitas entregas, que muitos até duvidavam que fossem possíveis devido a um passado recente de abandono e discurso pessimista do antigo prefeito”. Foi como o atual, Wladimir Garotinho (PP), reagiu desde sexta (25) em suas redes sociais à divulgação em resumo da pesquisa Iguape, feita na quinta (24, confira aqui), pelo portal Folha1 e o blog Opiniões. Ambos trouxeram no sábado (26, confira aqui) a análise da íntegra da pesquisa. Que, por projetar a reeleição no primeiro turno do prefeito de Campos, em 6 de outubro de 2024, gerou também a ressalva:
— Faço um alerta. Em hipótese alguma, números favoráveis irão gerar acomodação em mim e na equipe, queremos fazer mais e melhor — pregou Wladimir. Na pesquisa Iguape feita em 10 de julho, com 1.001 campistas e margem de erro de 3,1 pontos para mais ou menos, ele liderou com larga vantagem os três cenários estimulados. Com a apresentação de nomes ao eleitor, pontuou entre 57,8% e 59,1% das intenções de votos válidos.
FAVORITO EM ELEIÇÃO MATEMATICAMENTE ABERTA — Na consulta espontânea, em que o eleitor fala por conta própria, Wladimir também liderou à distância dos demais, com 27,8% das intenções de voto. Todavia, como essa consulta revelou a maioria de 52,7% dos campistas ainda sem opinar, a eleição daqui a pouco mais de 13 meses permanece aritmeticamente aberta.
Caio Vianna
EM SEGUNDO, CAIO LANÇA ARNALDO — Segundo colocado em todas as pesquisas, o deputado federal Caio Vianna (PSD) comentou a Iguape de julho no domingo (27). Entre 8,5% e 8,9% nos três cenários estimulados, com 2,5% na espontânea, ele liderou, no entanto, a rejeição: hoje, 22,2% dos campistas não votariam nele a prefeito de maneira nenhuma em 2022. Se evitou analisar os números desfavoráveis, o parlamentar tentou trazer um personagem novo para mexer no tabuleiro eleitoral até aqui favorável a Wladimir:
— Estou focado no mandato de deputado federal. São mais de R$ 10 milhões que conseguimos através do meu mandato de investimento para Campos em menos de três meses. Esse é meu foco. Eleição se discute na eleição, ninguém ganha ou perde de véspera. Como meu avô sempre me ensinou: a soberba precede a ruína. Detalhe, eu nunca anunciei pré-candidatura para prefeito na próxima eleição. Inclusive, estou organizando a filiação do meu pai, Arnaldo Vianna, no PSD. Ele estará apto para concorrer e pode ser o candidato a prefeito do nosso grupo — lançou Caio. E foi ecoado no Folha1 na segunda (30, confira aqui), após parecer favorável inicial do advogado João Paulo Granja.
Arnaldo Vianna
ARNALDO INELEGÍVEL — No entanto, após análise de documentos da situação jurídica do ex-prefeito recebidos ainda na noite de segunda pelo blog Opiniões, o advogado inverteu seu juízo: “Terminei a leitura do material e, de fato, constitui óbice à candidatura de Arnaldo”. Ele foi seguido pela advogada Priscila Marins: “A princípio, com esses documentos, entendo que a candidatura de Arnaldo não seria viável, na medida que ele foi condenado à suspensão dos direitos políticos”. O advogado Cleber Tinoco analisou no mesmo sentido: “Arnaldo está com os direitos políticos suspensos por 5 anos, a partir de ato datado de 9 de agosto de 2023. Que se pode considerar como certidão de trânsito em julgado, embora não tenha sido expressa neste sentido. Todos os direitos políticos suspensos: não pode votar nem se candidatar” (confira a análise dos três juristas aqui).
Thiago Rangel
THIAGO RANGEL — Da Justiça de volta aos números da pesquisa Iguape de julho, o deputado estadual Thiago Rangel (sem partido) ficou em terceiro lugar em dois cenários estimulados e quarto no restante, variando entre 2,5% e 2,8% das intenções de voto, com 0,1% na consulta espontânea. Ele também ficou em segundo no índice negativo da rejeição, com 12,3%, atrás de Caio (22,2%) e à frente de Wladimir (12,1%).
— Fiquei feliz em saber que a população de Campos lembrou do meu nome, já que até o momento não me lancei como pré-candidato. Pesquisa eleitoral é apenas o registro de um instante, tal como uma fotografia. Sobre a eleição, sabemos como começa, mas ninguém sabe como termina. Mesmo assim, por enquanto a pesquisa revela ser muito apertada a margem para definir a eleição em primeiro turno. A eleição parece indefinida — apostou Thiago, com base na consulta espontânea.
Jefferson Manhães
JEFFERSON DO IFF — Reitor do IFF, o professor Jefferson Manhães é o provável candidato do PT a prefeito de Campos em 2024, diante da impossibilidade jurídica da deputada estadual petista Carla Machado, ex-prefeita de São João da Barra, concorrer a terceira eleição majoritária consecutiva em município limítrofe. Identificado na pesquisa como Jefferson do IFF, ele variou entre 1,2% e 1,3% nas três consultas estimuladas, com 0,3% na espontânea. Mas, com apenas 5,4% de rejeição, cobrou das próximas pesquisas a medição da taxa de conhecimento dos prefeitáveis entre o eleitorado, para dimensionar o potencial de crescimento de cada um:
— A Iguape foi realizada em 10 de julho. Com distanciamento de 14 meses para outubro de 2024, pesquisas qualitativas teriam maior valor. Das quantitativas, como a Iguape, quais “verdades” extrair? Na consulta espontânea, o atual prefeito tem 27,8% das intenções de voto, padrão histórico de votação da família Garotinho. Mesmo estando o prefeito cotidianamente em evidência, quase em voo solo, e os demais ainda não. Além disso, a espontânea revela que mais da metade da população ainda não tem foco nas eleições municipais. Outro dado importante é que não foi aferido na pesquisa o grau de conhecimento das potenciais candidaturas. Não há dúvida de que o prefeito é muito conhecido, mas muitas outras possíveis candidaturas ainda não o são. O que aumenta muito o potencial de crescimento destas candidaturas, pela baixa rejeição da maior parte delas. Com as proposições à cidade debatidas, com contraditório às ações e omissões da administração, o que não vem ocorrendo pela “trégua política”, o segundo turno é inevitável — apostou Jefferson.
Sérgio Mendes
SÉRGIO MENDES — O ex-prefeito Sérgio Mendes (Cidadania) ficou entre 0,5% e 0,6% em dois dos três cenários estimulados, sem conseguir pontuar na consulta espontânea. E ficou com 10% de rejeição, considerada alta entre os candidatos com menos intenção de voto. Mas, como Jefferson, ele não se furtou da análise dos números da pesquisa Iguape, comparando-os com a votação histórica dos Garotinho, grupo pelo qual chegou a governar a cidade entre 1993 e 1996:
— Fundamental observar a evolução histórica da votação dos Garotinho. Em 1988, Garotinho pai venceu com 36,22% dos votos válidos. Em 1996, Garotinho pai venceu com 70,61% dos votos válidos. Em 2008, Rosinha Garotinho venceu com 54,47% dos votos válidos. Em 2012, Rosinha Garotinho venceu com 69,96% dos votos válidos. Em 2020, Garotinho filho (Wladimir) se elegeu com 52,40% dos votos válidos. Na pesquisa Iguape, Garotinho filho teve pequena evolução sobre 2020: está na média com 58% de intenções de votos válidos, a 13 meses das eleições de 2024. Considerados esses percentuais de votações, creio que o cenário pode se reverter na medida que o Garotinho filho está surfando na onda das intervenções, em sua maioria absoluta, feitas pelo Governo do Estado no nosso município. Importantes as reflexões: o governo tem em torno de R$ 1 bilhão em caixa. E os transportes coletivos melhoraram? A iluminação pública melhorou? Ter 9 mil RPAs em regime de escravidão está correto? — questionou Sérgio.
CVC Direita Campos
CVC DIREITA CAMPOS — Militante bolsonarista que chegou a ser preso pela Polícia Federal em 19 de janeiro deste ano, por suspeita de envolvimento nos atentados antidemocráticos em Brasília no dia 8 daquele mês, sendo solto em 13 de fevereiro, Carlos Victor Carvalho, o CVC Direita Campos, oscila entre se candidatar a prefeito ou vereador em 2024. Ao pleito majoritário, teve 0,1% de intenção de voto em um dos três cenários estimulados. Não pontuou na consulta espontânea, mas teve uma das rejeições mais baixas entre as medidas: 1,7%. CVC questionou a Iguape:
— A respeito do levantamento Iguape de julho, mais uma vez a pesquisa não reflete a realidade encontrada nas ruas de Campos. O crescimento do conservadorismo no município terá reflexo nas eleições de 2024. Onde, certamente, teremos vereadores e prefeito aliados ao pensamento cristão e voltados à economia liberal.
MARQUINHO, MARCOS E CARLA — Também citados na pesquisa Iguape, o presidente da Câmara Municipal, vereador Marquinho Bacellar (SD), ficou em terceiro lugar em um dos três cenários estimulados, com 3,1% de intenção de voto, além de 0,4% na espontânea e 8,0% de rejeição. Seu pai, o ex-vereador Marcos Bacellar (SD), também teve o nome testado em outro dos três cenários estimulados. Ficou em quarto lugar, com 2,0% de intenções de voto, além de 0,1% na espontânea e 1,4% de rejeição, menor entre as medidas.
Marquinho Bacellar, Marcos Bacellar e Carla Machado (Montagem: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)
Como Carla Machado, que não pode concorrer a prefeita de Campos em 2024, mas teve 2,3% em um dos três cenários estimulados, 0,3% na espontânea e 4,4% de rejeição, Marquinho e Marco Bacellar também foram procurados, por meio de suas assessorias, para comentar seus números na pesquisa Iguape. Que foi encomendada e paga pelo grupo dos Bacellar. Os três prefeitáveis preferiram não comentar.
Justiça interpretada pelos juristas Cléber Tinoco, Priscila Marins e João Paulo Granja indica que a inelegibilidade de Arnaldo Vianna está mantida ao pleito municipal de 2024, no qual o deputado federal Caio Vianna queria lançar o pai novamente a prefeito de Campos (Montagem: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)
Lançado por seu filho (confira aqui), o deputado federal Caio Vianna (PSD), o ex-prefeito Arnaldo Vianna (PDT, de mudança ao PSD) não poderá ser candidato a prefeito em Campos em 2024. Essa foi a conclusão a que chegaram três juristas independentes politicamente e conceituados da comarca: os advogados Cléber Tinoco, Priscila Marins e João Paulo Granja.
Advogado do Grupo Folha, Granja chegou ontem a considerar Arnaldo elegível após consulta, como queria Caio. Mas, tão logo noticiou o possível elemento novo na eleição à Prefeitura de Campos em 6 de outubro de 2024, o blog recebeu documentos jurídicos indicando a manutenção da inelegibilidade do ex-prefeito. Após analisá-los, Granja inverteu seu juízo inicial:
— Terminei a leitura do material e, de fato, constitui óbice à candidatura de Arnaldo. Já que reconhece a sua inelegibilidade para os cinco anos seguintes ao trânsito em julgado da sentença, ocorrido em 2023.
A análise do advogado seguiu caminho parecido à da sua colega Priscila Marins, também com vasta experiência eleitoral:
— A princípio, na análise desses documentos, entendo que a candidatura de Arnaldo não seria viável, na medida que ele foi condenado à suspensão dos direitos políticos como uma das condenações. Que só se iniciaria a partir do trânsito em julgado, até porque o julgamento da apelação se deu em junho de 2023. De igual forma há uma certidão acerca da não interposição de recurso, o que, em tese, faria com que a pena começasse a ser cumprida agora. A menos que ele tenha um outro provimento judicial, suspendendo os efeitos desta condenação, a sua candidatura caiaria na Lei da Ficha Limpa.
Outro jurista consultado pelo blog, Cléber Tinoco foi de opinião semelhante ao considerar o ex-prefeito sem direitos políticos no próximo ano:
— Arnaldo está com os direitos políticos suspensos por cinco anos após ter tido condenação em ação de improbidade confirmada pelo TJ-RJ. O período de suspensão teve início em 9 de agosto de 2023, com o trânsito em julgado da decisão, mediante certidão de não interposição de recursos pelos interessados. Ele bem que poderia ter recorrido desta decisão para evitar o trânsito em julgado, mesmo que não vislumbrasse chances de reverter a condenação, de modo a adiar o trânsito em julgado. Aliás, existe julgado do STJ considerando que, em havendo muitos réus, como neste caso, bastaria o recurso de um deles para impedir o trânsito em julgado. Porém, como já existe certidão indicando a não interposição de recurso, todos seus direitos políticos estão suspensos: não pode votar nem se candidatar.
O problema da inelegibilidade atormenta o ex-prefeito desde a eleição de 2012. Quando insistiu em concorrer ao cargo, teve seus votos considerados nulos pela Justiça Eleitoral e favoreceu à reeleição da então prefeita Rosinha Garotinho (hoje, União) no primeiro turno. Em abril de 2019, Arnaldo também tentou (relembre aqui) se lançar a prefeito em 2020, mas desistiu.
Estilista e ativista cultural de Campos radicada na Espanha, Lívia Amorim é a entrevistada do Folha no Ar desta quarta (30), ao vivo, a partir das 7h da manhã, na Folha FM 98,3. Ela falará de como o Brasil de Bolsonaro ao Lula 3 é visto na Espanha do primeiro-ministro progressista Pedro Sánchez, do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE).
Lívia falará também do seu trabalho no fomento à cultura nos dois lados do oceano Atlântico, entre Europa e Brasil. E, como campista, analisará o governo Wladimir Garotinho (PP), além de tentar projetar as eleições municipais de 6 de outubro de 2024, daqui a pouco mais de 13 meses.
Quem quiser participar ao vivo do Folha no Ar desta quarta poderá fazê-lo com comentários em tempo real, no streaming do programa. Seu link será disponibilizado alguns minutos antes do início, na página da Folha FM 98,3 no Facebook.
Ex-prefeito Arnaldo Vianna e seu único filho, o deputado federal Caio Vianna (Foto: Instagram)
“Estou organizando a filiação do meu pai, Arnaldo Vianna, no PSD. Ele estará apto para concorrer e pode ser o candidato a prefeito do nosso grupo”. Foi o que disse ao blog o deputado federal Caio Vianna (PSD). Ele foi ouvido para repercutir a pesquisa Iguape de 10 julho, que projetou (confira aqui) a reeleição do prefeito Wladimir Garotinho (PP) ainda no primeiro turno de 6 de outubro de 2024, daqui a pouco mais de 13 meses.
Arnaldo disputou a eleição a prefeito de 2012. Quando teve seus votos considerados nulos pela Justiça Eleitoral e favoreceu a reeleição em turno único de Rosinha Garotinho (hoje, União). Indagado sobre as condições de elegibilidade do ex-prefeito de Campos, o advogado João Paulo Granja, do Grupo Folha, se pronunciou favoravelmente:
— O indeferimento do registro de candidatura do Arnaldo Vianna, nas eleições em que participou, derivou das contas reprovadas junto ao TCU. Em listagem publicada pela Corte de Contas consta que a inelegibilidade dele irá até junho de 2024, antes, portanto, do pleito que se realizará em outubro. Não tendo ciência de qualquer outro impedimento que macule a capacidade eleitoral passiva do candidato, entendo ser possível que se candidate para as eleições majoritárias de nosso município.
Caio concorreu duas vezes a prefeito. Em 2016, ficou em terceiro lugar na eleição vencida em turno único por Rafael Diniz (Cidadania), com Arnaldo apoiando a candidatura de Geraldo Pudim (relembre aqui). Em 2020, com apoio do pai e do então prefeito de Niterói, Rodrigo Neves (PDT), Caio disputou um segundo turno duríssimo contra o eleito Wladimir.
Dois anos e oito meses depois daquele segundo turno de 29 de novembro de 2020 a prefeito de Campos, Caio mantém o segundo lugar. Mas, entre 8,5% e 8,9% de intenções nos três cenários estimulados — com a apresentação dos nomes dos prefeitáveis — da pesquisa Iguape, está hoje muito distante de Wladimir. Que liderou entre 55,4% e 55,7% nos três cenários.
Na consulta espontânea, Wladimir também ficou bem à frente: 27,8% das intenções de voto. Sempre no segundo lugar e à longa distância, Caio teve 2,5%. O deputado lidera, no entanto, a rejeição a prefeito. Pela Iguape, 22,2% do eleitorado não votariam nele de jeito nenhum em 2024. No cargo, Wladimir teve pouco mais da metade dessa rejeição: 12,1%.
Sem analisar os números desfavoráveis, Caio disse sobre a pesquisa Iguape:
— Eleição se discute na eleição, ninguém ganha ou perde de véspera. Como meu avô sempre me ensinou: a soberba precede a ruína.
As próximas pesquisas, incluindo as que já estão sendo feitas, devem incluir também o nome de Arnaldo na disputa. Em abril de 2019, ele tentou se colocar (relembre aqui) como nome na eleição a prefeito de 2020, o que não se confirmou.
Sociólogo e professor da UFF-Campos, Fabrício Maciel é o convidado desta terça (29) no Folha no Ar, ao vivo, a partir das 7h da manhã, na Folha FM 98,3. Ele analisará os quase sete meses do governo Lula 3, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o bolsonarismo.
Fabrício também avaliará o governo Cláudio Castro (PL), a pacificação entre Bacellar e Garotinhos (confira aqui e aqui), e os limites do decoro que vem sendo riscados à política de Campos (confira aqui, aqui e aqui) pelo seu universitário. Por fim, analisará a gestão Wladimir Garotinho (PP), as pesquisas (confira aquie aqui) sobre sua aprovação popular e as eleições a prefeito e vereador de 6 de outubro de 2024, daqui a pouco mais de 13 meses.
Quem quiser participar ao vivo do Folha no Ar desta terça poderá fazê-lo com comentários em tempo real, no streaming do programa. Seu link será disponibilizado alguns minutos antes do início, na página da Folha FM 98,3 no Facebook.
Os dados econômicos da agropecuária em Campos, na sua comparação com outros municípios, geraram recentemente (confira aqui) um debate entre o reitor do IFF, professor Jefferson Manhães, provável candidato do PT a prefeito de Campos, e o ocupante do cargo e candidato natural à reeleição, Wladimir Garotinho (PP). Que teve também (confira aqui) a participação do seu secretário de Agricultura e ex-reitor da Uenf, professor Almy Júnior.
Professor da Uenf e diretor do Núcleo de Pesquisa Econômica do Rio de Janeiro (Nuperj), cujos dados foram usados por Jefferson em seus questionamentos sobre a agropecuária, o economista Alcimar Chagas tem ajudado (confira aqui) a jogar luzes sobre o tema. Neste sentido, sua análise de um período de 9 anos da agropecuária goitacá, publicado no site do Nuperj, segue republicado abaixo:
Alcimar Chagas, economista, professor da Uenf e diretor do Nuperj/
Evolução da atividade agropecuária da microrregião Campos dos Goytacazes no período 2012 a 2021
Por Alcimar Chagas
Com objetivo de contribuir para um melhor entendimento da atividade agropecuária na microrregião Campos e, consequentemente, a formulação de políticas de competitividade setorial, analisamos um conjunto de indicadores fundamentais.
(Infográfico: Nuperj/IBGE)
Observem que a área colhida de lavouras temporárias e permanentes da microrregião somou 108.651 hectares em 2012, representando 52,05% da área total do estado do Rio de Janeiro. Do total da microrregião, o município de Campos dos Goytacazes ocupou 56,61% e São Francisco de Itabapoana ocupou 35,88% do total.
Em 2021, dez anos depois, a área colhida na microrregião somou 64.196 hectares, caindo 40,92% em relação a 2012. Da nova área, Campos ocupou 63,45% e São Francisco ocupou 35,09%.
Ao longo de todo o período Campos dos Goytacazes apresentou uma dedicação quase que total a cana-de-açúcar com uma ocupação de 97,55% da área em 2012 e 98,20% em 2021. Já São Francisco de Itabapoana ocupou 59,0% da área com cana de açúcar em 2012 e 62,15% em 2021. Campos encolheu 33,78% de área colhida e São Francisco encolheu 42,21% em uma década.
Os outros municípios também perderam área colhida, porém concentraram a atividade em cultivo de maior valor. Em 2021, São João da Barra reduziu a área colhida em 83,12 em relação a 2012. Da nova área, colheu 57,25% em abacaxi, 16,10% em coco, 8,8% em mandioca e 4,20% em goiaba.
O município de Cardoso Moreira reduziu a área colhida em 96,17% em dez anos, concentrando as atividades em 64,94% no cultivo de cana de açúcar, 7,0% em feijão e 6,6% em milho e uva em 2021. Já São Fidélis encolheu a área colhida em 74,90% no mesmo período, concentrando as atividades em 57,90% no cultivo de cana de açúcar e 15,44% na produção de tomate em 2021.
Observando a produtividade através da receita monetária por hectare, ficou evidente que os municípios não dependentes ou com menor dependência do cultivo da cana de açúcar, alcançaram um maior valor. O destaque nesta análise ficou por conta de São João da Barra, cuja parcela relativa de 2,21% da área colhida foi com cana de açúcar e o restante distribuído em 57,25% com abacaxi, 16,6% com coco, 8,88% com mandioca e 4,2% com goiaba. A produtividade (R$/hac) no município foi de R$47.246,18 em 2021.
Inversamente, o município de Campos dos Goytacazes com 98,20% da área colhida concentrada na cana de açúcar, apresentou a segunda menor produtividade (R$/hac) de R$6.200,95 em 2021.
São Fidélis apresentou uma produtividade de R$28.374,52 puxada pelo cultivo de tomate e São Francisco com maior diversificação (açúcar, abacaxi, mandioca, etc.) atingiu uma produtividade de R$11.148,84 em 2021.
Todavia, chama a atenção a grande ociosidade de parte importante da terra agricultável e, fundamentalmente, a ausência de agroindústria, o que inibe a possibilidade de ampliação do produto, emprego e renda para a população local.
(Infográfico: Nuperj/IBGE)
Sobre a atividade pecuária, pode-se observar na microrregião uma queda de 7,54% na produção de leite em 2021 com base em 2012 e uma queda de 33,24% no estoque de vacas ordenhadas no mesmo período. O município de Campos dos Goytacazes liderou a atividade com 36,5 milhões de litros de leite em 2021, seguido por São Francisco de Itabapoana com uma produção de 15,0 milhões de litros e São Fidélis com 12,0 milhões de litros no ano. Cardoso Moreira contabilizou uma produção de 8,0 milhões de litros e São João da Barra com 2,9 milhões de litro de leite em 2021.
Da retração do número de vacas ordenhadas na microrregião, Campos dos Goytacazes teve uma queda de 39,37%, São Francisco de Itabapoana uma queda de 33,24% e São Fidélis uma queda 39,94% no mesmo período.
Apesar da redução no número de vacas ordenhadas em 2021, melhores práticas de manejo e apoio tecnológico elevaram a produtividade leiteira na microrregião nesta década. São Francisco de Itabapoana atingiu a maior produtividade leiteira com 1.589,54 litros vaca em 2021, seguido por Cardoso Moreira com 1.586,99 litros e Campos dos Goytacazes com 1.399,99 litros/vaca no mesmo ano. São João da Barra, apesar de dobrar o número de vacas ordenhadas, atingiu a menor produtividade de 899,94 litros/vaca em 2021.
Assim como na atividade agrícola, a pecuária leiteira apresenta dificuldade competitiva e ausência de elos fundamentais da cadeia produtiva, o que fragiliza o setor e gera forte desânimo no meio rural. Fica evidente a ausência de políticas voltadas para o fomento ao aumento da competitividade do setor e, a consequente, melhoria de vida de quem dependente das mesmas atividades.